Continuando a onda de relançamentos do Neo Geo Pocket para o Nintendo Switch, a SNK adicionou, dessa vez, um jogo um pouco diferente na coletânea. SNK vs. Capcom: Card Fighters Clash é um jogo de cartas lançado em 1999 para o Neo Geo Pocket e que marcou o início da série SNK vs. Capcom nos consoles. Será que relançar um jogo de cartas em um console atual foi uma boa sacada para esse início de ano?
Desenvolvimento: SNK
Distribuição: SNK
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Estratégia, cartas
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: 15 horas (campanha)/50 horas (100%)
Um jogo de cartas só que eletrônico
Depois do sucesso de Pokémon Trading Card Game para o Game Boy Color em 1998, a SNK decidiu entrar na disputa de jogos de cartas por meio eletrônico, com o lançamento de SNK vs. Capcom: Card Fighters Clash para o seu console portátil, o Neo Geo Pocket, no ano seguinte.
Lançado em duas versões diferentes, a SNK Version e a Capcom Version, o game trazia uma coletânea de cartas inspiradas nos personagens de maior sucesso de cada uma das duas gigantes dos fliperamas. Rivais nas máquinas de luta, mas amigas no console de bolso, cada versão trazia personagens marcantes das duas empresas como Terry, Marco, Ryu, Chun-Li e Mega Man.
Essa foi a primeira tentativa de reunir as duas empresas em um jogo e o resultado foi um enorme sucesso, que acarretou na criação da série de jogos de luta SNK vs. Capcom em diversas plataformas como PlayStation, PlayStation 2, Nintendo GameCube, Nintendo DS, Xbox e Dreamcast.
Um RPG de cartas
SNK vs. Capcom: Card Fighters Clash possui um enredo simples e traz uma dupla de personagens diferentes (um menino e uma menina) em cada versão. Nessa edição especial para Switch, você poderá escolher qual das duas versões você irá jogar. Se você escolher a SNK Version, você controlará Shin ou Kei. Já se a sua versão for a Capcom Version, será a vez de Cap ou Comet. Cada nome traz uma referência à empresa escolhida.
Você irá caminhar por diversos ambientes inspirados em casas de fliperamas, parques japoneses e franquias famosas da Capcom e da SNK, como uma tal mansão infestada por zumbis. Seu personagem será desafiado por diversos jogadores de cartas e chefes em busca de se tornar o campeão de Tóquio.
Pequeno, mas desafiador
Não pense que, por ser uma versão portátil, Card Fighters Clash será fácil. O jogo te apresenta um pequeno tutorial no início, mas a partir daí você deverá seguir sozinho. Contudo, a mecânica é bastante simples e lembra muito jogos de cartas como Pokémon e Yu-Gi-Oh!
São dois jogadores, cada um de um lado, com seus respectivos baralhos de carta. Na mesa, existem três espaços para cada jogador colocar suas cartas de ataque. Você deve escolher uma carta de cada vez e colocá-la na mesa de modo que o outro jogador possa ver seu atacante.
No turno seguinte, é possível colocar uma nova carta e atacar com a carta que já estava na mesa. Os BPs indicam a quantidade de vida da sua carta, bem como sua força de ataque. O objetivo é eliminar as cartas do adversário, de modo que ele fique sem defesas e você possa acertar seu contador de vida.
Quando o contador de um dos lados chegar a zero, o jogador do lado oposto será o vencedor e ganhará uma nova carta para compor seu baralho. Ainda é possível realizar jogadas especiais usando cartas mágicas, para aumentar seu ataque ou ainda fundir cartas utilizando seus pontos de SP, para atacarem juntas.
Mas não se preocupe: como em todos os jogos da SNK para o Neo Geo Pocket Collection, Card Fighters Clash possui um manual de instruções para cara versão. Infelizmente, ele está disponível apenas em inglês e japonês.
Nem tudo funciona tão bem
Como nos ports anteriores, a SNK adicionou a opção de jogar em multiplayer local. A ideia, que funcionou muito bem para os jogos de luta da coletânea, com telas invertidas para a direção de cada jogador, no modo portátil e divididas na TV, acabou não funcionando muito bem para o SNK vs. Capcom: Card Fighters Clash.
Em partidas de dois jogadores, você só poderá utilizar a versão que você estiver jogando, ou seja, nada de jogar a versão SNK contra a Capcom. Isso significa que só é possível jogar contra você mesmo, utilizando seu próprio baralho.
A divisão de tela, seja no próprio Switch ou na TV, permite que cada jogador veja o baralho do outro, atrapalhando a surpresa de cada carta escolhida para ser colocada na mesa.
Contudo, a SNK não retirou a opção de troca de cartas. Continua sendo possível trocar cartas entre as edições, mas apenas entre seus próprios saves das versões SNK e Capcom. E essa opção será muito útil pra você conseguir colecionar todas as 300 cartas disponíveis. Infelizmente, a versão de Switch não conta com a expansão Extra Edition, disponível apenas para o Neo Geo Pocket japonês original.
A simplicidade do emulador da SNK e a falta de um multiplayer online acaba tirando grande parte da diversão, mesmo a versão do Switch contando com as opções de trocas e versus. De qualquer forma, também ainda é possível desbloquear lutadores em SNK VS. Capcom: The Match of The Millennium, caso você tenha os saves dos dois jogos, pelo mesmo menu do multiplayer.
Diverte por pouco tempo
A SNK conseguiu colocar o jogo todo ali e ainda colocou as duas versões no mesmo pacote. É uma pena que não tenha incluído um multiplayer online ou mesmo entre dois consoles próximos, em um jogo ideal para jogar com os amigos.
Embora tenha manuais de instruções para cada versão, visuais de capinhas do Neo Geo Pocket e filtros de tela, outras opções do emulador como voltar no tempo não funcionam tão bem para este jogo como nos títulos de luta lançados anteriormente para a coletânea. Nesse caso, um save state seria mais útil para terminar o jogo todo e atrair aqueles mais acostumados com mecânicas mais rápidas e imediatas.
Cópia de Switch cedida pelos produtores.
Revisão: Jason Ming Hong