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Review Sonic Superstars (PS4) – O ouriço voltou, mas de maneira nada triunfal

Os fãs de Sonic esperaram por muito tempo por uma nova aventura que trouxesse novidades e resgatasse a glória da versão 2D do mascote da Sega. Até porque, Sonic Mania, que foi o mais próximo disso, foi lançado em 2017. Sonic Superstars prometeu trazer a melhor fase do ouriço, e com direito ao compartilhamento da tela com Tails, Knuckles e Amy ao mesmo tempo e em cenários inéditos. Entretanto, isso não foi o bastante para ser um título memorável.

Desenvolvimento: Sega

Distribuição: Sega

Jogadores: 1-4 (local e online)

Gênero: Aventura, Plataforma

Classificação: Livre

Português: Interface e legendas

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S

Duração: 5 horas (campanha)/15 horas (100%)

Buscando a melhor forma

Nada mais icônico do que a cena clássica de Sonic e Tails voando para uma nova aventura a bordo do Tornado

Não é novidade que as opiniões sobre as fases tridimensionais dos jogos do Sonic são inteiramente divididas entre a inovação e a confusão. Logo, o anúncio de Superstars chamou atenção logo de cara por trazer de volta a progressão lateral, mas com visuais repaginados e modernos.

De certo modo, isso funciona muito bem. Cá entre nós, o Sonic barrigudinho dos anos 90 é bem mais carismático que sua versão mais moderna e esguia. A narrativa também antagoniza o ouriço contra Dr. Robotnik, que dessa vez foi para a região de Northstar Islands tramar algo junto com dois capangas: Fang the Sniper e Trip.

Fang se alia à Robotnik e espalha diversas armadilhas pelo caminho

A estrutura é algo que já conhecemos há décadas: passamos por diversas zonas, divididas em dois atos e com uma batalha contra um chefe em cada. As novas fases tem uma excelente ambientação, viva e colorida, com diversos elementos chamativos e uma variedade bacana de caminhos e obstáculos. 

Ainda assim, algumas delas são um pouco confusas. O meu destaque negativo fica com a área Speed Jungle, que faz o jogador ir e voltar diversas vezes por slides e canos, se tornando mais longa do que realmente deveria ser. As batalhas contra os chefes também falham em garantir uma experiência satisfatória. Os chefes de cada área até tentam inovar mudando a configuração ou espaço da batalha a cada acerto, mas isso as torna um pouco arrastadas. 

Se você cansar de correr por aí, aproveite a habilidade de Knuckles para planar e escalar paredes

Já os estágios bônus tem um pouco mais de sucesso nesse quesito. A busca por medalhas, que funcionam como moeda para comprar itens na lojinha, podem ser adquiridas em desafios que lembram as fases bônus do primeiro Sonic the Hedgehog, o que não deixa de ser uma homenagem bacana.

Quanto às sempre famigeradas esmeraldas do caos, agora é possível conseguí-las em portais espalhados em cada local, que nos leva a uma sessão de perseguição na qual temos que usar cipós energéticos para alcançar a gema colorida. E isso leva a outra novidade interessante: agora cada uma delas confere um poder diferente aos heróis. Entretanto, e sendo bem sincero, é bem comum esquecer que eles estão lá e seguir só se valendo das habilidades de cada membro da equipe.

Por mais que Robotnik invente suas geringonças mirabolantes, seu fim é sempre o mesmo

No fim, mesmo se optarmos pela velocidade do Sonic, ou a habilidade de escalar paredes do Knuckles, por exemplo, para explorar novas áreas, a quantidade de novidades é curtinha. Ainda há uma história extra após terminar o jogo, mas ela não passa de um reforço de tudo o que já passamos até o momento, mas com a personagem Trip.

Me espera aí!

Jogar com mais de uma pessoa até pode ser divertido, mas muitas vezes alguém acaba ficando para trás

Ter um game “clássico” do Sonic para ser com mais de uma pessoa por vez sempre pareceu uma boa ideia, e aqui podemos fazer isso de maneira local ou online, mas isso não funciona tão bem quanto aparenta.

A tônica dos jogos sempre foi a velocidade, e isso acaba se mostrando um problema pois é comum que os jogadores se separem, ou alguém acabe ficando para trás. Para isso, basta que o atrasadinho aperte um botão para se juntar à quem está na frente, mas isso ocorre muito mais vezes do que o necessário, o que corta a diversão drasticamente.

Além da já citada Speed Jungle, a área Pinball Carnival é outra que se mostra uma das mais chatas de ser concluída em grupo, pois além do problema que citei acima, há também os batedores que repelem os personagens para qualquer direção. Logo, ela é muito mais fácil de ser finalizada sozinha, o que tira a graça de estar acompanhado.

Mesmo com algumas confusões, há interações legais, como Tails carregando Sonic

O outro único modo de jogo que Sonic Superstars oferece é uma Bbatalha, que também pode contar com até quatro participantes e sempre tem três rounds para definir o vencedor. Só que sempre são as mesmas modalidades disputadas: uma rodada de confronto, uma de sobrevivência e uma de corrida. Além disso, a disputa é sempre entre oito participantes, ou seja, sempre haverá bots completando a partida, já que o limite de humanos é quatro.

Os jogadores têm que usar robôs, montados com peças compradas na lojinha, com as medalhas ganhas no modo história. Isso cria aquele grind totalmente sem nexo para conseguir itens que sequer são interessantes ou fazem diferença na parte principal do jogo. É totalmente dispensável.

O modo Batalha fracassa em trazer uma disputa divertida entre os jogadores, além de tornar a visualização em tela dividida bem difícil

Para completar o cenário desfavorável das batalhas, jogar em tela dividida de maneira local torna muito difícil de acompanhar o que está acontecendo, pois tudo fica muito pequeno. Se ainda houvesse um zoom ou configuração de tela que colocasse nosso personagem em primeiro plano, seria mais fácil de acompanhar, mas acredito que a equipe de desenvolvimento tenha simplesmente ignorado esta possibilidade.

Um retorno morno

Sonic Superstars não conseguiu suprir as expectativas dos fãs e, quem sabe, se não carregasse o nome de um dos expoentes dos jogos de plataformas, poderia ser até um jogo mais convidativo. Infelizmente, ele não se aproveitou do universo que poderia trazer para o game, e se baseou em uma experiência com boas ideias, mas muito rasa.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Sonic Superstars

6.5

Nota Final

6.5/10

Prós

  • Ter quatro personagens de início torna a aventura mais interessante
  • As esmeraldas do caos agora dão poderes
  • A maioria dos ambientes ficou muito bonita com o modelo tridimensional e progressão lateral

Contras

  • Algumas áreas são confusas
  • Os poderes das esmeraldas são subutilizados
  • As lutas contra chefes são cansativas
  • O modo Batalha é totalmente dispensável
  • Jogar com mais de uma pessoa tem momentos que mais atrapalham do que ajuda