Algumas referências dos jogos atuais são bem declaradas e óbvias, outras nem tanto. Para quem já tem seus 30 anos, ou mais, o nome de Bomb Jack não é tão estranho assim. Lançado primeiramente para os arcades japoneses em 1984, este jogo consistia em controlar o pequeno Jack pela tela, esquivando dos inimigos e coletando todas as bombas.
Lógico que ele foi replicado em inúmeros consoles e versões, como o Commodore 64, Atari ST e, uma das mais populares e minha favorita pessoal, Game Boy. Super Jagger Bomb bebe dessa fonte e traz o mesmíssimo tipo de desafio, mas talvez ele tenha sido focado demais no passado e menos no que um bom desafio deve ter.
Desenvolvimento: CheapeeSoft Games
Distribuição: Eastasiasoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Arcade
Classificação: Livre
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch
Duração: 15 minutos (100%)
Como antigamente… mesmo!
Entrar na geração atual de jogos evocando um espírito mais clássico demanda incrementar um pouco mais o desafio, seja com novos modos de jogo, ou com alguma complexidade visual e sonora. Isso não existe em Super Jagger Bomb, que se limita a replicar tudo que já existia nos anos 80.
A cada estágio temos que coletar todas as bombas espalhadas pelo cenário e evitar os inimigos que aparecem para nos pegar, cada um com uma velocidade diferente. A única maneira de eliminá-los é pegar um dos itens que surgem aleatoriamente, que ficam ricocheteando pela tela.
Existem ao todo 100 desafios para serem completados. Nossa pontuação é registrada no ranking online ao terminarmos tudo, ou se encerramos nossa aventura prematuramente perdendo todas as vidas. Esse é o jogo, nem mais, nem menos.
Não houve cuidado nem de incrementar o desafio ou a jogabilidade. Tudo ainda é pautado pela distância dos nossos saltos, que variam com o quanto pressionamos o botão, e a velocidade dos inimigos que surgem.
Então, o que tem de novo? Há um modo tutorial, no qual podemos jogar cada uma das fases de maneira separada, com seleção livre. Acontece que, o que poderia ser uma boa para ambientar quem nunca jogou as versões, acabou sendo um “atalho” para os platinadores de plantão.
Quem jogar as versões de PS4 e PS5, conta com os tradicionais troféus. A lista é bem simples, com apenas 16 conquistas. Tirando a que está atrelada à pontuação, as demais se referem a conclusão de fases específicas, que podem ser feitas pela seleção do modo tutorial. Logo, algo que foi introduzido para aumentar o fator replay, agiu ao contrário e tornou possível que tudo seja realizado em menos de 15 minutos.
Para quem gosta de encher a gamertag, é um prato cheio. Mas não seria de todo mal colocar pelo menos alguns visuais diferentes para o herói e para os inimigos ao concluirmos um certo número de desafios. Essa falta de propósito acaba matando a vontade do jogador de passar mais algum tempo no controle.
Era melhor na lembrança
Super Jagger Bomb até tem uma boa intenção em reviver um nome querido da era de ouro dos games, mas sua execução é simplista demais. Uma vez que o jogador consiga todas as conquistas, isso para quem está no PS4/PS5 ou no PC, não há mais nada que motive buscar o lugar mais alto do ranking global.
Nem mesmo o visual “retro 3D” consegue chamar atenção, com modelos um pouco feios. Tirando as mudanças de obstáculos em cada fase, existem apenas cinco planos de fundo, que se repetem exaustivamente enquanto jogamos. Por fim, a trilha sonora tenta ser empolgante, mas se repete tantas vezes que começa a irritar.
Se você deseja uma platina fácil com um preço baixo, pode ir à vontade. Agora, para quem esperava um brinde às lembranças que o Bomb Jack já trouxe, é melhor ficar nos emuladores retrô.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno
Super Jagger Bomb
Prós
- Troféu de platina fácil
- Cerca de 100 fases
- Modo de treino
Contras
- É possível obter o 100% sem jogar todas as fases
- Visual datado e muita mesmice nos planos de fundo
- Trilha sonora repetitiva e tediosa
- Ausência de algo que aumente o fator replay, como novas dificuldades ou skins desbloqueáveis