Review Sword Art Online: Alicization Lycoris Capa

Review Sword Art Online: Alicization Lycoris (Switch) – Muita conteúdo mesclado de forma desinteressante

Sword Art Online: Alicization Lycoris é o mais novo port de um jogo lançado em 2020 que chega para o Switch. Ao aprofundar em pesquisas sobre o título, descobri que ele era reconhecido como o melhor e mais ambicioso da franquia, se comparado aos jogos anteriores. Admito que, mesmo sendo um grande fã do anime, este é o meu primeiro contato com um game de Sword Art Online. Diante disso, confesso que gostaria de ter permanecido no anime.

Desenvolvimento: Aquria

Distribuição: Bandai Namco Entertainment

Jogadores: 1 (local), 1 – 4 (online)

Gênero: Aventura, RPG 

Classificação: 12 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One

Duração: 65.5 horas (campanha)/ 229 horas (100%)

O maior vilão de todos

A história também conta com cinemáticas 3D.

A história de Alicization Lycoris é um misto de fidelidade com a temporada do mesmo nome e uma nova história original. Toda a narrativa é dividida em capítulos que, por sua vez, são divididos em subcapítulos com seus muitos pontos negativos e poucos positivos. De início, nos é dada a opção de sermos introduzidos a história de Alicization Lycoris de forma completa ou desejada.

Resumidamente, para não dar muitos spoilers, Kirito acorda no Underworld sem saber se está em um VRMMO (um MMO de realidade virtual) ou se está no mundo real. Após conhecer Eugeo, ele descobre que se trata de um mundo virtual, mas com NPCs mais humanos do que o normal. Então, ele parte pelo Underworld para descobrir o que está acontecendo neste mundo e como foi parar ali.

Esse é o começo do anime e também caso escolha a forma completa da história. Com dois capítulos totalmente focados em cobrir toda a temporada do anime, logo, leva cerca de 16 horas para iniciar a real história do game. Nesta opção, embora seja em mundo aberto, muitas mecânicas, missões e a forma de explorar o mundo ficam limitadas.

História com visual novel.

Caso tenha visto o anime e queira partir para a real narrativa de Alicization Lycoris, as coisas não mudam muito. A história aqui é focada em Medina Orthinanos, uma guerreira da família real que viaja para tornar-se uma cavaleira e limpar o nome da sua nobre família. No geral, tudo aqui funciona muito bem e a personalidade de Medina, assim como sua construção, são ótimas e divertidas, sendo consonantes com Kirito e Eugeo.

Alicization Lycoris também contempla uma união de estilos ao contar sua história. Além de cinemáticas bem legais no formato anime e outras in-game 3D, a aventura de Kirito também utiliza da famigerada Visual Novel para muitas conversas. Quando elas acontecem, tudo para, e sempre em momentos inoportunos e sobre as coisas mais inúteis possíveis. Arrisco dizer que 35% dos diálogos nesse formato são desnecessários, e quebram muito o ritmo da jogatina. Juntando isso com uma introdução de 16 horas, Alicization Lycoris não é para quem não é fã de SAO, de forma alguma, porém, está tudo em português, o que é muito bom.

Um suspiro de diversão

O combate no mano a mano.

O combate de Alicization Lycoris é o que mais me divertiu e entreteu em todo o jogo. Diferente de muitos outros JRPGs, aqui não existem batalhas em turnos e toda a luta é feita em tempo real, sendo mais um hack n’ slash. De forma geral, o combate com inimigos padrões, até mesmo em grandes números, pouco exigiram das minhas habilidades. No entanto, há também lutas no estilo mano a mano, onde a câmera fica fixa no adversário e atacar, defender, desviar e usar habilidades demanda estratégia e reflexo.

Quando entramos em modo combate, podemos alternar entre outros três aliados do nosso grupo. Para os mais frios e calculistas que não gostam só de esmagar botões, é possível selecionar o comportamento dos aliados, mas não é nada complexo. Além disso, também podemos selecionar até quatro habilidades para usar de modo rápido em batalha.

A árvore de habilidades inicial de SAO: Alicization Lycoris.

Conforme vamos subindo de nível e lutando com inimigos mais poderosos, eu senti que muitos deles eram bem resistentes e necessitavam de muita porrada para perecer. Não quero acusar nada, mas pareciam aqueles famigerados inimigos esponja de dano. No entanto, o ponto positivo desse problema é que facilitou o aumento da afinidade com as armas utilizadas. Quanto mais a afinidade do personagem, maior são os atributos dela, contudo, trocar de arma pode fazer com que o personagem perca essa afinidade.

Por fim, algo que auxilia na progressão, e até no combate, é a formidável árvore de habilidades. Aqui não há muita novidade, mas é o que mais se diverte no combate ao se aperfeiçoar em habilidades que podem vir a modificar ataques. Aliás, melhorar o conhecimento de novas skills podem trazer algumas que são secretas e por aí a árvore vai aumentando conforme explora novas possibilidades.

Imensidão vazia

No primeiro momento que pisamos no Underworld já é possível ver a imensidão dele. O mapa completo é dividido em quatro áreas que formam um círculo, no entanto, dentro de cada uma existem subáreas bem abertas e, por fim, nelas existem cidades, masmorras e muito o que fazer. E aqui encontramos um misto de muita coisa utilizado em mundos abertos single player, assim como em MMORPGs.

Underworld é gigante e vazio ao mesmo tempo. Essa foi minha impressão conforme andava nas duas grandes regiões. Há rios para pescar, grupos de inimigos pelos campos, estátuas que testam nossas habilidades com missões de caça e centenas de missões secundárias. Entretanto, tudo isso está muito afastado, deixando blocos de vazio pelo mapa.

As missões secundárias são extremamente fracas, raramente uma se mostra interessante ou com alguma história por trás. Todas são do tipo de buscar um item, derrotar monstros, resgatar alguém, pescar algum item e por aí vai. Em complemento, o sistema de guia é problemático e muitas vezes não existe, então você deve sair por aí procurando nessa área enorme onde está o objetivo. Para não ser desonesto, os NPCs até falam o nome das localizações, mas o mapa não mostra esse nome.

Para acabar com o papo sobre o mapa, o port para o Switch de Alicization Lycoris sofreu muito. Embora o jogo de Kirito não tenha problemas de performance, os detalhes no mapa foram completamente cortados. Peço que dê uma olhada nessa comparação e veja a gritante diferença. Pelo lado positivo, o game roda bem e já era esperado esse downgrade, uma vez que Alicization Lycoris contém um certo realismo em seus gráficos.

Uma experiência difícil de recomendar

Sword Art Online: Alicization Lycoris era um título que eu poderia aproveitar muito mais, contudo, a quantidade de defeitos incomodava demais. Se já tiver assistido a temporada não cometa o mesmo erro que eu e pule os primeiros capítulos. Agora, se acredita que gosta muito de SAO, vai fundo e leia “trocentas” linhas de diálogo nada a ver. Depois disso, percorra um mapa não tão atraente com missões semelhantes para depois ler mais diálogos. Talvez, nesse curto período de tempo, você encontre batalhas divertidas que duram alguns minutos e melhore seu personagem. Portanto, é difícil recomendar Alicization Lycoris para alguém que não é muito fã de SAO e queira se aprofundar nesse mundo virtual do Kirito.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

Sword Art Online: Alicization Lycoris

4

Nota final

4.0/10

Prós

  • História diferente do anime
  • Combate e evolução dos personagens
  • Árvore de habilidades

Contras

  • Muitos diálogos supérfluos
  • Ritmo muito lento e arrastado
  • Mundo aberto gigante e vazio
  • Atividades secundárias desinteressantes
  • Sistema de guia problemático