Review The Outbound Ghost Capa

Review The Outbound Ghost (Switch) – Muita imaginação e problemas técnicos no pós-vida

The Outbound Ghost é um RPG com combate por turnos que já estava na minha mira há muito tempo. O título tem como grande inspiração Paper Mario, logo, ele entrega um visual parecido, assim como uma aventura carismática e humor leve. No entanto, há também uma série de problemas técnicos pequenos, que acumulados podem irritar durante a experiência. Portanto, quão divertido e aconchegante é jogar The Outbound Ghost?

Desenvolvimento: Conradical Games

Distribuição: Digerati

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, RPG

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch

Duração: 15.5 horas (campanha)/26 horas (100%)

Uma jornada em busca de memórias

No melhor estilo de Gasparzinho, o Fantasminha Camarada, The Outbound Ghost é uma aventura divertida, sentimental e com lições. O fantasminha protagonista sem nome acorda com amnésia no pós-vida em um momento caótico. Aqui, muitos moradores ainda possuem problemas com o pós-vida de forma inconsciente, então, há traços de suas vidas passadas que transtornam a sua morte. Portanto, em terra de fantasmas transtornados com o passado, quem não tem memória é rei, mas sofre igual por não saber como lidar com a morte.

A narrativa de The Outbound Ghost tem uma forma sutil e leve de tratar os problemas do pós-vida. O humor é quem consegue trazer esse olhar mais divertido para um assunto complicado. Até mesmo personagens difíceis, como um antigo detetive paranóico, conseguem expor uma visão reflexiva sobre a vida e, principalmente, sobre a morte. No entanto, é unicamente a relação dos sentimentos com os personagens que fazem de tudo bem bonito e aconchegante de acompanhar.

Sentimentos como lutadores

Camaradagem como

Em The Outbound Ghost, o fantasma não luta com as próprias mãos, até porque ele não tem nenhuma. Em vez disso, batalhamos contra aparições com os sentimentos formados pela imaginação. Arrependimento, Camaradagem e Insensibilidade são alguns deles, que possuem aparências e habilidades de acordo com seu nome. Sempre que observamos sentimentos alheios se manifestarem, compreendemos melhor os nossos, fazendo com que eles entrem para o grupo.

Como todo RPG de turnos, aqui temos uma barra de vida e de habilidades, sendo representadas por vermelho e azul, respectivamente. Há também as classes, mas que não são muito evidentes. Por exemplo: Arrependimento é basicamente o guerreiro, pois é resistente e causa bastante dano. Por outro lado, a Camaradagem seria o mago branco, que cura e dá status positivos para aliados. Há também os Pontos de Ação, que significam a quantidade de vezes que podemos agir por turno.

A maior diferença em The Outbound Ghost é a possibilidade de alterar ou melhorar minimamente as classes dos aliados com Aspectos. Estes que podem atribuir habilidades passivas ou ativas nos sentimentos. Para criá-los, é necessário encontrar bigornas e cadernos de receitas, mas ambos sempre estão próximos de fogueiras, que servem para salvar o jogo. Porém, os materiais requisitados para criação são adquiridos ao lutar ou achar baús pelo cenário.

Outra grande diferença aqui, mas que é incômoda, é a falta de itens que podem ser usados em batalha. Acabou os Pontos de Habilidade? Não existe poção de mana! Ainda assim, é possível que habilidades recuperem ou roubem esses pontos. No entanto, é preciso racionar e criar estratégias para aproveitar cada turno e não ficar sem rapidamente. Por fim, é válido mencionar a barra de atordoamento que os inimigos possuem, que é dificilmente preenchida, mas ainda assim é uma vantagem tentadora. 

Papel cheio de picotes técnicos

A má renderização de objetos em um pântano de noite.

A característica mais marcante em The Outbound Ghost é a aparência dos personagens que são feitos de papel. Esse aspecto simples faz de tudo uma experiência ainda mais marcante. A trilha sonora, em conjunto, reforça esses detalhes e faz a viagem no pós-vida ser leve e divertida. Entretanto, há uma série de problemas que causam dores de cabeça.

Em um primeiro momento, a estranheza fica por conta da má otimização quando estamos no mundo semiaberto. Nesses momentos, tudo é bem borrado. É possível dizer que teve um grande downgrade, visto que em locais fechados a aparência é muito melhor. Pode parecer duro dizer algo assim, mas é possível afirmar a má otimização por conta das muitas vezes que itens no cenário ficam piscando. Ou, então, quando eles sofrem de uma queda enorme de detalhamento ao se afastar enquanto há também uma queda de frames.

Quando falamos de áudio ou trilha sonora os problemas só aumentam. Por exemplo, é comum o som da vitória tocar duas vezes após vencermos uma batalha, fazendo com que demore a nossa saída ou, pelo contrário, não tocar nenhuma vez. Aliás, o mesmo pode ocorrer enquanto andamos pelo mundo ou entramos em casas. 

O visual sempre fica embaçado, tirando a beleza do jogo.

Esses são alguns dos problemas que me cercaram nas minhas 16 horas de jogatina. Normalmente, não me importo muito com isso, mas a quantidade de vezes que eles ocorrem é irritante. Porém, o maior teste de paciência eram as telas de loading, que podiam variar entre 10 a 30 segundos durante a transição de uma área para outra.

Capaz de emocionar e divertir

Apesar de todos os pesares. The Outbound Ghost é uma jornada no pós-vida que merece atenção. O título é desenvolvido por apenas uma pessoa, que recentemente teve problemas com a publicadora, pois a versão de Switch lançada não era a correta. Desde que comecei a jogar, já ocorreram uma série de atualizações que melhoram um pouco a experiência. Mesmo assim, The Outbound Ghost é um jogo que exige sim uma paciência, mas recompensa com momentos divertidos e engraçados, trazendo uma reflexão sobre a morte.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Outbound Ghost

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Narrativa sentimental e divertida
  • Batalhas exigem estratégia e racionamento
  • Trilha sonora relaxante

Contras

  • Objetos piscando direto
  • Má otimização
  • Trilha sonora repetindo ou desligando
  • Telas de carregamento longas.