The Smurfs: Dreams é o mais novo videogame estrelado pelos icônicos personagens azuis dos anos 80. Sim, os Smurfs ainda existem e, surpreendentemente, também continuam ganhando games. Juro que pensei em Mario 3D World na primeira vez que vi o trailer.
Desenvolvimento: Ocellus Studio
Distribuição: Microids
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Plataforma, Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, Switch, PC
Duração: 9 horas (campanha)/28 horas (100%)
Uma aventura sonolenta (literalmente)
Na história, Gargamel consegue colocar toda a Vila Smurf para dormir. Cabe a você, ou a você e mais um amigo em modo cooperativo, mergulhar no mundo dos sonhos para acordar cada um dos Smurfs antes que o vilão alcance a vila. Para isso, é preciso saltar de um travesseiro gigante que serve como portal para uma espécie de “galáxia dos sonhos”, e voa de mundo em mundo acordando os Smurfs adormecidos.
Se a ambientação e o conceito parecem lembrar Super Mario Galaxy ou 3D World, você não foi o único a pensar em tais jogos. A inspiração é clara. Mas apesar da familiaridade, The Smurfs Dreams não consegue chegar aos pés de ambos os jogos por conta de controles flutuantes e repetição nos mundos.
Variedade de mecânicas é até boa
O que mais deveria impressionar em The Smurfs Dreams seria a variedade de mecânicas de gameplay. Embora seja, essencialmente, um game de plataforma 3D simples com raízes no estilo dos jogos da era PlayStation 2 e GameCube, ele tenta se reinventar ao longo das fases.
Cada fase busca apresentar um tipo diferente de jogabilidade: uma pode usar um martelo gigante para destruir obstáculos e liberar caminhos; outra introduz uma arma de xarope que desacelera inimigos ou ativa plataformas; há também uma lanterna especial que revela ou oculta plataformas coloridas, exigindo que você troque de cores no tempo certo.
Porém, no final das contas, a estrutura das fases e tarefas acabam sendo as mesmas, o que se resume em coletar itens, pegar chaves pra abrir portas, e deslizar até o próximo cenário.
Um jogo infantil que não vai tão além
Apesar de claramente voltado ao público infantil, o game apresenta um certo desafio. Algumas fases exigem precisão e estratégia, especialmente quando os três poderes principais (martelo, arma de xarope e lanterna) precisam ser usados alternadamente.
Infelizmente, a troca entre os poderes ocorre em plataformas distantes do local onde são necessários, o que alonga artificialmente a jogabilidade e causa frustração desnecessária. Além disso, controles são flutuantes demais, tornando as coisas imprecisas.
No mais, dou destaque para um dos grandes problemas de The Smurfs Dreams: suas fases são longas demais. Mesmo com tanta variedade, a duração esticada de cada nível acaba deixando tudo repetitivo. A criatividade está lá, mas o ritmo sofre demais.
Visual polido e boa performance
Visualmente, o The Smurfs Dreams é muito competente. O estilo artístico permanece fiel ao universo dos Smurfs, com gráficos coloridos, animações suaves e um bom uso de linguagem visual para guiar o jogador — ideal para crianças. Em consoles como o Xbox Series S, o desempenho foi sólido com 60 quadros por segundo.
Também é possível desbloquear skins para os personagens usando novelos de linha e uma moeda interna (possivelmente tomates). Essas skins adicionam um toque extra de personalização que incentiva a exploração. Porém, elas não te fazem nada em especial, perdendo a chance de torná-las únicas com power-ups como víamos nos anos 90 em games como Mickey To Donald.
Um jogo que nunca termina
Mesmo após derrotar Gargamel, você perceberá que ainda há Smurfs dormindo na vila. O jogo então oferece a opção de continuar explorando os sonhos para acordar todos eles. Para os mais jovens, isso pode ser um atrativo. Para os adultos, pode parecer uma eternidade.
Pelo lado positivo, ao morrer após pegar um colecionável, você não precisa refazê-lo. Uma vez coletado, ele é salvo, o que mostra um cuidado moderno em relação à frustração,
Repetitivo e longo por falta de variedade
The Smurfs Dreams é um produto com muito coração. Ele entrega variedade, capricho visual e até momentos engraçados. Mas peca por sua duração exagerada e algumas escolhas de design frustrantes. É claramente feito para crianças, talvez filhos de quem cresceu assistindo aos Smurfs, que nem sabem quem esses personagens são. Já para os mais velhos, vai divertir por poucas horas, e isso é por causa da repetição constante da estrutura dos mundos e decisões ruins de game design.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
