review-tiny-thor-switch-1

Review Tiny Thor (Switch) – pequeno deus do trovão em uma aventura de grande dificuldade

Tiny Thor é o novo jogo da desenvolvedora alemã Asylum Square, responsável anteriormente por apenas jogos pequenos e simples. Trata-se de um game de plataforma 2D com gráficos estilo 16 bits, com o seu diferencial sendo a mecânica de lançar o martelo do protagonista Thor, que ricocheteia indefinidamente, para derrotar inimigos e resolver quebra-cabeças. Sua outra característica notável é a dificuldade – que pode atrair ou afastar jogadores, dependendo do gosto de cada um.

Desenvolvimento: Asylum Square
Distribuição: Gameforge 4D GmbH
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Switch
Duração: 8 horas (campanha)/19 horas (100%)

Plataforma na mitologia nórdica

Você pode controlar livremente a direção do martelo
Seu martelo é utilizado tanto para enfrentar inimigos quanto para resolver puzzles

A história de Tiny Thor é bem simples, sendo contada em poucas cenas e conversas apresentadas de tempos em tempos. Como o título sugere, o protagonista é Thor, o deus do trovão, mas aqui ele ainda é uma criança que está aprendendo sobre o mundo. Como tradicional em uma história passada na mitologia nórdica, o deus da trapaça Loki tenta se aproveitar de Thor, a fim de satisfazer seus próprios objetivos. A história é bem simples, sendo apenas um pretexto para justificar a passagem do pequeno Thor pelos diferentes cenários e aventuras que o esperam. O jogo possui legendas em português, mas a tradução infelizmente possui alguns probleminhas aqui e ali, tendo faltado um trabalho de revisão mais profundo.

Tiny Thor é um tradicional jogo de plataforma 2D dividido em fases escolhidas em um mapa. Você pode pular e realizar outras ações adquiridas ao longo da jornada, como pulo duplo ou um dash. O destaque fica por conta do martelo de Thor, que pode ser lançado em qualquer direção e que ricocheteia pelo cenário enquanto você não o chamar de volta (ou ele passar perto de você). Essa mecânica é interessante e gera diferentes possibilidades que são exploradas durante as diferentes fases do jogo, seja para derrotar inimigos ou resolver puzzles para liberar o caminho adiante.

Fases criativas, longas e difíceis

As moedas azuis servem para comprar itens e os diamantes vermelhos são usados para liberar fases extras
Ao final de cada fase, é mostrado o tempo e quantos colecionáveis foram coletados

O design de fases de Tiny Thor é bastante criativo, constantemente apresentando novos tipos de mecânicas e as explorando de formas diferenciadas e progressivamente mais desafiantes. No entanto, aqui também se encontra o problema que considero um divisor de águas entre gostar ou não do jogo: a sua dificuldade escala muito ao longo da jornada. O jogo te avisa no início que é difícil, mas por volta do último terço da jornada, esse nível de desafio sobe muito, ao ponto de testar a paciência do jogador.

Tiny Thor fornece certa generosidade no fato de haver checkpoints frequentes e você não perder seus coletáveis quando morre, mas mesmo assim, algumas áreas podem exigir muitas e muitas tentativas para serem superadas. Enquanto as primeiras fases levam poucos minutos para serem concluídas, as mais avançadas podem levar mais de uma hora, ficando mais e mais complexas.

O jogo ser difícil em si não é um problema, mas talvez essa grande escalada incomode alguns jogadores. Dito isso, o jogo possui opções de acessibilidade para facilitar a jornada de quem não quiser abandonar a aventura (como invencibilidade ou pulo mais alto), mas também não quer passar horas tentando acertar um pulo ou matar uma horda específica de inimigos. Se não fosse esse modo, confesso que possivelmente teria abandonado o jogo, algo que muito raramente eu faço.

Gostar ou não pode depender da sua habilidade

As fases são divididas em três reinos
As mais de 30 fases podem ser selecionadas em um mapa

Para quem realmente curte um jogo desafiante, Tiny Thor é uma excelente pedida. A jogabilidade é agradável e os desafios são constantes e diversos. Os chefes são um destaque à parte – é impossível vencer qualquer um deles na primeira tentativa, sendo necessário treino e dedicação para superar cada um. Por fim, para os jogadores que quiserem testar suas habilidades ao máximo, o jogo oferece algumas fases opcionais, nas quais os desafios são ainda mais extremos.

Sons e visuais de alto nível

Porém, assim como as fases, perto do final os chefes se tornam muito difíceis
Batalhas contra chefes são um dos destaques do jogo

Visualmente, Tiny Thor é um jogo agradável, com uma arte pixelada no estilo 16 bits muito bonita. Os cenários são ricos e possuem vários detalhes, sendo só uma pena que existam poucos biomas (as fases são divididas em 3 mundos). As músicas, também em estilo retrô, são ótimas e estabelecem bem o clima de aventura. Acho apenas que faltou um maior trabalho na questão do arremesso do martelo – não há efeitos, sejam visuais ou sonoros, que indicam algum impacto em inimigos ou paredes, parecendo que o martelo é um apenas um objeto leve voando de um lado pro outro.

Uma aventura de plataforma que pode não ser para todos

Tiny Thor é um jogo voltado para fãs de plataformas 2D e/ou de jogos difíceis. Enquanto quem gosta apenas de jogos 2D pode eventualmente se frustrar, quem busca um jogo difícil encontrará um pacote de desafios bastante divertido. Tudo isso com uma bonita pixel art e boas músicas.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Tiny Thor

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Muitas e variadas fases
  • Desafios extras para quem quiser níveis ainda mais complexos
  • Gráficos pixelados muito bonitos

Contras

  • Alta dificuldade pode espantar alguns jogadores
  • Arremesso do martelo não gera sensação de impacto