Demorou, mas as odisseias de Nathan Drake finalmente estão disponíveis para os jogadores de PC, com o lançamento de UNCHARTED: Coleção Legado dos Ladrões. A Sony optou por introduzir a franquia para um novo público por meio desta coletânea, que inclui o quarto título da série e seu DLC standalone. A conversão foi desenvolvida pela Iron Galaxy Studios, que realizou um trabalho aquém do patamar de técnico tipicamente proporcionado pela Naughty Dog.
Desenvolvimento: Naughty Dog, Iron Galaxy Studios
Distribuição: PlayStation PC
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação
Classificação: 14 anos
Português: Interface, dublagem e legendas
Plataformas: PS4, PS5, PC
Duração: 21 horas (campanha)/46 horas (100%)
Caindo de paraquedas
Uncharted 4 retrata um protagonista cansado, que vive uma vida pacífica, até que ele se vê obrigado a retornar para um último serviço. Depois de ser contatado por seu irmão desaparecido, Nathan entra em uma busca por um importante tesouro pirata para impedir que seu parente seja morto por um traficante. Já a expansão detalha as aventuras de Chloe Frazer e Nadine Ross em uma odisseia na Índia para evitar que um artefato caia nas mãos erradas.
Jogar Uncharted pela primeira vez através do último título é como começar a ver uma série pela temporada final ao invés de seu primeiro episódio. Extremamente focados em narrativa, os jogos são cheios de momentos introspectivos e interações entre os personagens que simplesmente não funcionam sem o conhecimento prévio dos outros conteúdos da franquia.
Muito realista
Os gráficos são impressionantes, e a cinematografia das cutscenes é fenomenal. O esplêndido trabalho de animação realizado pelos responsáveis proporciona movimentos faciais incríveis, além de uma ambientação viva e detalhada.
Com mapas enormes e abertos, as campanhas lineares possuem sistemas de gameplay que unem as mecânicas padrões de tiro em terceira pessoas com elementos de stealth e características típicas de jogos de plataforma. Em diversos momentos da história, o protagonista necessita agir furtivamente para cumprir seus objetivos, ou escalar ambientes e usar cordas para chegar em regiões de difícil acesso. Durante os confrontos, o personagem ainda consegue subir em locais específicos para armar emboscadas contra seus inimigos. A mistura funciona bem, e viabiliza uma jogatina com uma liberdade imensa. A equipe de desenvolvimento implementou diversas opções de dificuldade e acessibilidade, que juntas permitem uma experiência adaptável para todos.
Os controles são pesados e pouco responsivos, apesar do port para PC contar com uma excelente adaptação para o mouse e o teclado. No entanto, esse aspecto da coletânea deixa a desejar em um momento ímpar da jogatina, quando Elena ensina Nathan a jogar Crash Bandicoot. Durante essa situação, são exibidos na tela comandos que existem apenas nos joysticks do PlayStation, sem mostrar as teclas corretas no método de entrada padrão dos computadores.
Padrão Naughty Dog de qualidade?
A coletânea recebeu uma conversão para PC que não representa o pedigree técnico que a Naughty Dog emprega em seus produtos. Sem informar os requisitos técnicos corretamente, a Iron Galaxy Studios disponibilizou o pacote com uma incompatibilidade arbitrária em máquinas com determinadas configurações, prevenindo o acesso por muitos que utilizam processadores que, embora sejam antigos, aguentam o tranco de games modernos sem grandes problemas.
Devido ao processo obrigatório de complicação de shaders, que demanda um tempo absurdo, os jogos sofrem com uma performance ruim durante os acontecimentos iniciais da jogatina. A coletânea não conta com uma boa escalabilidade para um grande número de GPUs, pois a equipe não implementou uma alta quantidade de opções visuais no port. A adição do Fidelity FX em sua última versão garante uma taxa de quadros aceitável em todos os instantes possíveis, sem prejudicar a qualidade da imagem. O suporte para múltiplos formatos de tela é sensacional, e casa bem com o aspecto cinemático proposto. Porém, a função que habilita campos de visão maiores do que o padrão ficou de fora.
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A coleção recebeu localizações completas para diversos idiomas. A dublagem nacional que a Sony preparou é excelente, e tem vozes naturais que casam perfeitamente com cada personagem. Mas a mixagem do áudio é tenebrosa, pois o volume baixo e inconstante e a péssima e disfuncional divisão dos canais de áudio transforma Uncharted em uma péssima experiência com o uso de fones de ouvido.
É melhor esperar
A coletânea proporciona duas ótimas campanhas, recheadas de cenas eletrizantes. Porém, o pacote deixa a desejar por conta da falta do modo multijogador e pela obrigação de manter os dois títulos instalados simultaneamente, o que acaba ocupando cerca de 130 GB de armazenamento. O port decepcionante combinado com a ausência do começo e meio da narrativa contada pela série faz Uncharted 4 e seu DLC serem experiências que só devem ser apreciadas no PC se a Sony portar os componentes restantes da quadrilogia.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
UNCHARTED: Coleção Legado dos Ladrões
Prós
- Bons gráficos
- Cinematografia impressionante
- Ambientação insana
Contras
- Port poderia ser melhor
- Problemas de mixagem na dublagem
- Jogos não são baixados separadamente
- Pacote incompleto
