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Review Uncharted: Legacy of Thieves Collection (PS5) – Uma afirmação do caminho da Sony

Uncharted: Legacy of Thieves Collection é uma coletânea composta de dois grandiosos títulos do PlayStation 4: Uncharted: 4 A Thief’s End e Uncharted: Lost Legacy, agora com melhorias técnicas pontuais que poderiam, com toda certeza, ser uma atualização gratuita para os donos das versões originais.

Desenvolvimento: Naughty Dog
Distribuição: Sony Interactive Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PS5
Duração: 23 horas (campanha)/41 horas (100%)

O legado dos ladrões

Uncharted 4: A Thief’s End acompanha a última aventura (até o momento) de Nathan Drake, o protagonista malandro da franquia. Na companhia de seu irmão, Sam Drake, e seu fiel mentor, Sullivan, o grupo parte em uma jornada global para descobrir onde está o tesouro do pirata Henry Avery. Já The Lost Legacy coloca Chloe Frazer em uma aventura pela Índia ao lado de Nadine Ross, mercenária apresentada anteriormente em Uncharted 4. A missão de ambas é recuperar o artefato Presa de Ganesh, e impedir um grupo de rebeldes de iniciar uma guerra civil no país.

Ambos os jogos contam histórias cujos personagens brilham tanto individualmente quanto em grupo. A Thief’s End se aprofunda no relacionamento entre Nathan e Elena, antes companheira de aventuras, agora sua esposa; e os percalços que enfrentam com o marasmo da aposentadoria, sentida pelo aventureiro. Lost Legacy, por outro lado, cria um laço inusitado entre uma pilantra que realiza trabalhos aqui e acolá, em busca de riquezas e uma mercenária casca-grossa que não é exatamente fã de piadocas

Os jogos apresentam cenários amplamente vastos, que vão além dos corredores lineares comumente apresentados na trilogia original de Uncharted. Eles expandem não apenas a área jogável, mas também proporcionam momentos de interação entre os personagens que, por meio dos diálogos, enriquecem a narrativa explorando histórias de seu passado, dialogando sobre suas descobertas e até mesmo projetando novas aventuras.

Quebra-cabeças simples, intuitivos e bem contextualizados com a aventura complementam a exploração, e ajudam a balancear os momentos de ação intensa e explosiva ao oferecerem soluções simples, porém criativas,

Reminiscências de 2016 e afins

Nathan Drake contra Nadine Ross

Exagero. Essa é a palavra que melhor descreve os momentos de ação apresentados por Legacy of Thieves Collection. Seja em uma batalha em um trem em movimento em Lost Legacy, ou uma perseguição de carros na Baía do Rei em A Thief’s End, cada momento é repleto de exageros e maluquices, que criam um clima aventuresco fortíssimo e bastante divertido, à lá Indiana Jones.

Assim como beneficia a exploração e a busca por segredos e colecionáveis, a expansão dos cenários e a presença de áreas mais abertas oferecem oportunidades de combate a inimigos mais variados, tendo furtividade como opção para superar grandes quantidades de soldados inimigos. Isso também proporciona pontos de interesse e de vantagem, como torres altas excelentes para se usar rifles de atirador e se manter protegido; ou mesmo pontos de acoplagem da corda com gancho, que permitem que Drake e Chloe se balancem como o Tarzan, disparem tiros e até mesmo pulem com tudo em cima de seus inimigos.

Uma mecânica que é muito reminiscente do PlayStation 4, e que esteve presente em diversos títulos de sua geração, são os Quick-Time Events, ou QTE. Infames para alguns, os QTEs são a imersão por meio do controle proposta pelos desenvolvedores em cenas cinematográficas, que exigem o pressionar de botões específicos para concluir uma ação. Embora eu os considere uma perfumaria bobinha, eles não atrapalham em nada a jogatina. São, no final das contas, uma pequena reminiscência de algo que era muito frequente no passado.

Justificando a faixa branca do PS5 na capa

Observando uma paisagem na Escócia

Algumas das novidades relacionadas ao PlayStation 5 implementadas com a Legacy of Thieves Collection consistem em: som 3D espacial aprimorado para fones compatíveis com a tecnologia trazida pelo console, uso dos gatilhos adaptáveis do controle DualSense e do uso aprimorado de seu sistema de resposta tátil.

As melhorias mais significativas, no entanto, se encontram na parte visual dos títulos. Ambos os jogos podem ser renderizados em três modos gráficos com as seguintes características: Desempenho (1440p a 4K com dimensionamento dinâmico a 60 quadros por segundo); Desempenho+ (1080p a 120 quadros por segundo) e Fidelidade (4K a 30 quadros por segundo). Note que para o modo Desempenho+ é preciso uma tela compatível com 120 Hz.

Jogar Uncharted: Legacy of Thieves Collection a 60 quadros por segundo é uma experiência magnífica, e sua fluidez contribui para controles mais precisos durante os tiroteios. Além disso, dada a qualidade gráfica natural do título em forma de texturas de alta qualidade e complexidade e cenários ricos em detalhes, sacrificar um pouco da resolução geral para ter mais fluidez não é algo tão ruim.

Grandes jogos em uma coletânea de pouco sentido

Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: The Lost Legacy são jogos que já possuem venda em forma de pacote no PlayStation 4. Com melhorias pontuais que concernem parâmetros de resolução e quadros por segundo, bem como especificidades do controle do PlayStation 5, é possível dizer, com toda certeza, que tais melhorias poderiam ter sido implementadas com pacotes de atualizações para os jogos originais. A fidelidade visual de ambos os games, já no PlayStation 4, se mostra tão impactante quanto jogos lançados recentemente.

Uncharted: Legacy of Thieves Collection traz duas das aventuras mais marcantes e memoráveis da franquia Uncharted e que merecem ser jogadas por aqueles que amam climas aventurescos e cenas de ação malucas e exageradas em jornadas por diversos locais do planeta.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Uncharted: Legacy of Thieves Collection

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Personagens ricos e divertidos
  • Cenários vastos com maiores oportunidades de exploração
  • Cenas grandiosas e memoráveis
  • Variedade de cenários e ambientes visitados nos dois jogos
  • Opções gráficas que agradam a gregos e troianos

Contras

  • As melhorias poderiam facilmente vir por meio de atualização