Unyielder é um jogo de tiro feito pela TrueWorld Studios em parceria com a Shueisha Games, o braço de entretenimento eletrônico da gigante dos mangás. Apesar de ter uma proposta limitada, focada apenas em eliminar chefes, o título apresenta uma experiência divertida, marcada por ótimos visuais, mas prejudicada por um desempenho inconsistente em sua versão para computadores.
Desenvolvimento: TrueWorld Studios
Distribuição: Shueisha Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro
Classificação: 12 anos (violência, conteúdo sexual, linguagem imprópria)
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Eliminando chefes

Com um modo campanha e uma opção infinita e sem fim, Unyielder apresenta uma experiência centrada em boss rush, um estilo de jogo no qual se deve enfrentar uma sucessão de chefes distintos, sem pausas ou intervalos. Situado em um universo apocalíptico, o principal objetivo do shooter é, simplesmente, não morrer. Nisso, o game mistura as mecânicas de tiro em primeira pessoa tradicionais com sistemas típicos dos roguelikes. Ou seja, ao longo das rodadas, é preciso escolher vantagens aleatórias que aprimoram os atributos do personagem por um tempo.
Para se tornar um combatente melhor e conseguir derrotar as principais ameaças do jogo, é necessário completar as missões várias vezes para subir de nível e melhorar a árvore de talentos. Há também um sistema de combos que recompensa o jogador com pontos, exigindo eliminar os adversários com certa destreza para evitar permanecer muito tempo na mesma parte da campanha.

Existe uma boa variedade de armas e chefes no jogo, a ponto de ele não se tornar desinteressante, embora o loop de gameplay se mantenha sempre o mesmo. São 40 oponentes de quatro classes diferentes, entre inimigos com ataques simples de serem identificados e outros mais complexos, além de cinco personagens jogáveis desbloqueáveis, cada um com seu estilo de jogo distinto. E tudo funciona bem, mas Unyielder não vai além desse conceito de boss rush e somente transporta o jogador de arena em arena, sem nada de importante no meio do caminho – o game poderia ser uma experiência mais interessante nesse aspecto, mas só passa uma sensação de limitação.
Gráficos chamativos

Em relação a tutoriais, Unyielder não é exatamente um jogo bem polido. Eles sequer aparecem corretamente de primeira, resultando em uma interação inicial um tanto confusa, já que, apesar do título adotar todas as mecânicas esperadas em um shooter, há algumas novidades para a fórmula do gênero, como a forma em que as mecânicas são estruturadas. Porém, dá para pegar o jeito aos poucos, e a jogabilidade em si não é tão complicada ou difícil, principalmente porque os chefes dropam constantemente itens que restauram a armadura e a vida do personagem jogável escolhido. De certa forma, o jogo é tranquilo, exigindo apenas a paciência típica de todo e qualquer roguelike.
No geral, Unyielder tem bons gráficos. A ambientação e o design dos inimigos, em particular, não chamam tanta atenção, mas o lado artístico do jogo brilha pelos efeitos visuais utilizados pelos desenvolvedores. Explosões e tiros, tudo tem características que lembram os animes mais exagerados, combinando bem com a experiência, que é acompanhada por uma trilha sonora enérgica que dá o tom delirante necessário para acrescentar bastante adrenalina para a gameplay.

A performance, no entanto, é um ponto negativo. O título, produzido através da Unreal Engine, apresenta um desempenho excessivamente pesado para um gênero que demanda muita responsividade, e sem um motivo claro, dado que as arenas são minúsculas e repletas de texturas de baixa definição. Há suporte para ferramentas de upscaling, como o FSR, mas faltou a inclusão da geração de quadros para que o jogo fosse mais fluido. Os efeitos de iluminação que surgem junto com as explosões são sensacionais, e a compatibilidade para telas no formato ultrawide e diferentes campos de visão complementam a experiência oferecida por Unyielder, que só deixa a desejar mesmo na otimização.
Poderia ser mais do que é
O foco quase exclusivo em uma experiência de boss rush faz com que Unyielder não atinja todo o seu verdadeiro potencial, pois uma campanha um pouco mais tradicional, com inimigos comuns em adição aos chefes e uma progressão natural entre fases, poderia tornar o jogo em algo verdadeiramente fenomenal. Ainda assim, em sua encarnação atual, o game é um shooter divertido e que vale a pena ser testado por quem é fã de roguelikes e de visuais exageradamente estilosos.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong