No início do ano, especificamente em fevereiro, We Were Here foi disponibilizado gratuitamente para os donos de um PS4. O game apresentava uma necessidade de cooperação para que uma dupla de jogadores escapassem de castelo assombrado no meio de uma nevasca. A dupla deveria se comunicar por meio de walkie-talkies e resolver uma série de puzzles elaborados, que apenas através de uma boa comunicação poderiam ser resolvidos.
Por ser raro esse estilo de jogo nos dias atuais, principalmente para quem possui um PS4, essa experiência me cativou inteiramente. Algumas semanas depois, We Were Here Together foi adicionado à PSN, e não pude deixar de pensar nas possibilidades que essa continuação iria explorar para ampliar essa cooperatividade.
Desenvolvimento: TMG Studios B.V.
Distribuição: TMG Studios B.V.
Jogadores: 2 (online)
Gênero: Aventura, Puzzle
Classificação: 10 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS4, Xbox One e PC
Duração: 6 horas (campanha)
A procura dos seus iguais
Semelhantemente ao seu antecessor, We Were Here Together inicia com uma cinemática explicando os acontecimentos que originaram essa aventura. Agora, fazemos novamente parte de um grupo de exploradores que precisa resgatar um outro grupo, que por conta da nevasca se abrigou nos arredores do castelo, sendo necessário passarmos por ele. Nem é preciso dizer que tudo dá errado, e mais uma vez a resolução de puzzles é necessária para fugir da maldição que reside ali.
A desenvolvedora conseguiu dar uma maior atenção à história, pois agora ela não existe apenas para agir como um pano de fundo para tudo. A dupla de resgatadores, em certos momentos, compartilha de suas experiências, o que amplia o número de cinemáticas em todo jogo – além da inicial. Isso expressa uma maior proximidade entre eles, mesmo sem serem apresentados nomes ou qualquer relato de seu passado. Eles falam, interagem, se assustam, riem e até xingam, tornando uma experiência menos mecânica do que We Were Here.
Câmbio, na escuta?
Como dito anteriormente, a dupla de exploradores deve utilizar de walkie-talkies para solucionar puzzles e encontrar uma saída juntos. Nada nessa mecânica foi alterada em We Were Here Together, porém, um problema se manteve. Os rádios de comunicação que utilizamos não funcionam e eles são parte essencial para todo o jogo, visto que os quebra-cabeças precisam ser resolvidos em dupla. Claro que é possível criar um grupo personalizado no próprio sistema do console para se comunicar, mas essa falta dos walkie-talkies quebra um pouco da imersão que o game promete.
Falando um pouco melhor sobre os puzzles, eles são bem distintos e muito criativos, lembrando, às vezes, os encontrados em The Witness em que pontos devem ser ligados para abrir novos caminhos pela ilha. Outra similaridade é a dificuldade dos puzzles que dependem quase que completamente da comunicação dos jogadores. Por exemplo, uma sala cheia de alavancas com cores e números distintos, enquanto um quadro indica a numeração, e um dos jogadores precisa saber a cor olhando em volta. Quando uma alavanca é pressionada, ela indica uma nova cor e os papéis se opõem.
We Were Together gira em torno completamente de soluções de puzzles semelhantes, dando sentido a frase “Dois cérebros pensam melhor que um”. Portanto, a comunicação é essencial e, com esse problema dos walkie-talkies, jogadores só podem experienciar com amigos, o que por sorte, foi o meu caso. Por outro lado, será necessário criar uma sala com um desconhecido e adicioná-lo para então criar um grupo no console e se comunicar.
Uma experiência pouco explorada
We Were Here Together melhora pouco do seu antecessor, sendo apenas mais longo e explorando melhor a narrativa que foi criada anteriormente. Mesmo com o contínuo problema na comunicação, que deteriora um pouco da imersão, a experiência ainda é muito boa e divertida de ser compartilhada. Jogos como A Way Out e o recente It Takes Two exploram ainda mais desse estilo de aventura a dois, mas acredito que o mercado carece desse tipo de experiência, precisando ser melhor explorada.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong