The Legend of Zelda: Link's Awakening capa

Revisitando The Legend of Zelda: Link’s Awakening (Switch) – Ainda charmoso, mas com limitações

The Legend of Zelda: Link’s Awakening é um remake fiel e encantador de um clássico do Game Boy lançado originalmente em 1993. Em 2019, a Nintendo trouxe esse jogo de volta ao Nintendo Switch com uma repaginada visual que conquistou de imediato a atenção de todos: gráficos em 3D que remetem a brinquedos de massinha ou biscuit, com personagens cabeçudinhos e um mundo que parece um diorama em miniatura. Este é, sem dúvida, um dos Zeldas mais bonitos visualmente já feitos. Como é revisitar ele depois de anos do lançamento?

Desenvolvimento: Nintendo
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: Livre (Violência)
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração14 horas (campanha)

Jogabilidade clássica com algumas limitações

Jogabilidade segue os moldes dos Zelda clássicos
Jogabilidade segue os moldes dos Zelda clássicos

Apesar do charme visual, o remake respeita profundamente o jogo original, mantendo a essência da jogabilidade clássica de Zelda. Trata-se de uma aventura focada na exploração de masmorras, resolução de quebra-cabeças e coleta de itens e habilidades que permitem o progresso. O ciclo de jogar Zelda está todo aqui: explorar o mundo, descobrir entradas para novas dungeons, resolver enigmas, derrotar inimigos e adquirir novos equipamentos.

A história é simples e direta: Link sofre um naufrágio e acorda na ilha de Koholint, resgatado por uma garota chamada Marin. Logo, descobre que sua missão será coletar oito instrumentos musicais para despertar o Wind Fish e assim, potencialmente, conseguir sair da ilha. Esse enredo, mais enxuto e misterioso, é conduzido por poucos diálogos e pela clássica aparição ocasional de uma coruja, que serve como guia para o jogador.

Cena clássica em que Link coleta itens chave
Cena clássica em que Link coleta itens chave

A mecânica cerne é bastante fiel à fórmula clássica da série. Ao longo da aventura, Link encontra itens que expandem suas habilidades, como a espada, o escudo e, mais adiante, a famosa pena que permite pular — algo essencial para atravessar obstáculos e resolver puzzles. Além disso, há uma grande variedade de dungeons, repletas de quebra-cabeças e inimigos icônicos.

Por outro lado, a estrutura também mantém algumas das limitações herdadas do título original. O game depende bastante do jogador lembrar-se dos lugares que já visitou, pois muitos pontos do mapa exigem habilidades específicas que só são adquiridas mais tarde. Infelizmente, o jogo não oferece uma maneira prática de marcar o mapa com pontos de interesse, obrigando o jogador a confiar na memória ou recorrer a anotações externas. Isso pode ser frustrante, especialmente considerando o design labiríntico das masmorras e das áreas de exploração.

Além disso, algumas mecânicas, como a clássica movimentação de pedras que só podem ser empurradas uma vez, acabam criando momentos de tentativa e erro que podem irritar os menos pacientes. Não há uma indicação visual clara sobre quais pedras já foram movidas, o que exige atenção redobrada do jogador.

Problemas de desempenho e decisões de design discutíveis

História segue a linha do original, mas com visuais repaginados
História segue a linha do original, mas com visuais repaginados

Embora seja visualmente lindo, Link’s Awakening sofre com problemas de desempenho no Nintendo Switch, mesmo após vários anos do lançamento. As quedas de framerate são frequentes, especialmente em áreas abertas, o que compromete um pouco a fluidez da experiência. Além disso, o efeito de desfoque aplicado nas bordas da tela, provavelmente para reforçar a estética de diorama, acaba sendo incômodo e cansativo para os olhos.

Esse tipo de escolha visual pode até fazer sentido como um recurso estético, mas na prática prejudica a clareza e a imersão, especialmente para quem joga mais próximo da tela. Curiosamente, logo após o lançamento, muitos procuraram mods para remover esse desfoque ao rodar o jogo em PCs em emulação, tamanha a insatisfação.

Uma experiência clássica e recompensadora

Jogabilidade horizontal de plataforma é interessante
Jogabilidade horizontal de plataforma é interessante

Apesar das limitações, Link’s Awakening oferece uma jornada recompensadora. A sensação de descobrir novos itens e habilidades que permitem acessar áreas antes bloqueadas é extremamente satisfatória e um dos pontos altos da série Zelda. Revisitar cenários para explorar novos caminhos ou encontrar segredos escondidos faz parte da essência da franquia.

O game, no entanto, exige paciência. A ausência de um sistema de quests mais robusto ou de indicadores claros de progresso pode levar alguns jogadores a ficarem perdidos, especialmente se interromperem a jogatina por um tempo. A dependência de entrar em cabines telefônicas espalhadas pelo mapa para receber dicas sobre o próximo objetivo é um exemplo claro de como o game design ainda carrega marcas de sua origem dos anos 90.

Ainda assim, Link’s Awakening é uma ótima porta de entrada para novatos que desejam conhecer a série Zelda e um presente nostálgico para os veteranos. Seu visual encantador e a jogabilidade clássica fazem dele uma adição valiosa ao catálogo do Nintendo Switch.

Divertidíssimo, mas com problemas técnicos não corrigidos

The Legend of Zelda: Link’s Awakening é um remake que respeita e valoriza o legado do original, ao mesmo tempo que adiciona charme e acessibilidade. Embora mantenha algumas das limitações típicas de jogos antigos e enfrente problemas técnicos que poderiam ter sido resolvidos no Switch original, ele continua sendo uma aventura deliciosa, cheia de exploração, enigmas criativos e aquela sensação única de recompensa a cada nova descoberta. Quer uma experiência melhorada? Então recomendo jogá-lo no Switch 2, que melhora e muito a estabilidade dos fps.

Cópia de Switch cedida pela Nuuvem

The Legend of Zelda: Link's Awakening

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Jogabilidade funciona bem
  • Progressão é recompensadora
  • História simples mas cativante
  • Visuais lindíssimos

Contras

  • Performance continua péssima
  • Algumas limitações de jogabilidade de game design antigo