review-isonzo-1

Review Isonzo (PS4) – O horror da guerra

A Primeira Guerra Mundial foi responsável por uma série de mudanças territoriais europeias e, além de causar a morte de cerca de 13 milhões de pessoas ao redor do globo, a infraestrutura de diversos países foi extremamente afetada, dando início a uma grande crise econômica causada pelos altos custos da guerra.Além disso, a guerra também ficou conhecida por grandes embates, como a Batalha de Marne e a Batalha de Amiens, que se tornaram verdadeiros símbolos da crueldade humana. E é neste ambiente hostil que os estúdios M2H e Blackmill Games tentam reproduzir o horror da guerra na sequência da franquia WW1 Game Series, Isonzo. Desta vez o combate se desenvolve às margens do rio Isonzo, palco dos primeiros conflitos entre italianos e austro-húngaros.

Desenvolvimento: M2H, BlackMill Games
Distribuição: M2H, BlackMill Games
Jogadores: 1 (local) e 1-40 (online)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação indicativa: 18 Anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: Sem registros

Disputa de classes

Existe uma boa quantidade de armas e equipamentos disponíveis, porém a progressão para desbloqueá-los é lenta.
Escolha o melhor armamento e prepare-se para uma experiência imersiva.

Como de costume em jogos multiplayers de tiro em primeira pessoa, temos à disposição diversas classes de infantaria, que possuem armas, gadgets e habilidades distintas umas das outras. Cada uma delas possui um papel importante para cumprir no desenrolar das batalhas. As classes disponíveis em Isonzo são: 

  • Oficial: ele pode pedir vários tipos de apoios para ajudar seus companheiros durante o combate, como, por exemplo, solicitar um ataque de gás mostarda ou marcar um ponto no mapa para ser bombardeado;
  • Fuzileiro: esta classe é vital tanto para atacar pontos importantes do mapa, quanto para defender posições cruciais dos avanços inimigos;
  • Engenheiro: eles são capazes de construir armamento estático para seus aliados e são responsáveis por sabotar bases inimigas;
  • Assalto: considerados a linha de frente da infantaria, esta classe é responsável pelas investidas mais ousadas dentro do campo de batalha;
  • Alpinista: sua função primária é fazer o reconhecimento do terreno. Com o auxílio dos binóculos, podem marcar inimigos no mapa, facilitando o avanço aliado;
  • Atirador: especialistas em tiros à longa distância. Sua função primária é surpreender os inimigos de posições inesperadas e eliminar alvos importantes, como os oficiais inimigos.

Apesar da variedade de classes e armamentos, a progressão para o desbloqueio de equipamentos melhores é demorada e pode frustrar jogadores que estão acostumados a jogos com ritmos mais acelerados. A experiência ganha em cada partida depende muito do desempenho durante o combate. Então, se você quer progredir, não adianta se esconder na base enquanto seus aliados enfrentam os horrores da guerra.

Realismo em foco

É necessário se adaptar para se divertir.
Apesar de proibidos, os ataques com armas químicas foram muito utilizados na guerra.

Os desenvolvedores optaram por uma abordagem realista, e por se tratar de um conflito que ocorreu no início do século XX, não contamos com grandes tecnologias ou armamentos rápidos. Inicialmente este pequeno detalhe pode ser um problema para alguém desavisado que gosta de bancar o herói de guerra, ou ter que carregar a arma a cada projétil disparado, já que o uso completo do tambor é exigido para realizar tal ação.

Confesso que se adequar à proposta pode demorar, mas depois que essa barreira é ultrapassada é possível se divertir por incontáveis horas, a não ser que o servidor resolva expulsá-lo da partida e que o game feche inesperadamente durante o ápice do confronto bélico ou, até mesmo, por conta dos servidores sul-americanos estarem vazios. Então você se vê obrigado a entrar em servidores norte-americanos ou europeus e sofrer com travamentos constantes e quedas absurdas de fps, pois enfrentar bots é uma das experiências mais frustrantes que alguém pode experimentar. Ainda mais quando a inteligência artificial parece não ter sido finalizada antes do lançamento do título. 

Existe apenas um modo disponível em Isonzo: Ofensiva, no qual uma equipe deve avançar, capturar e sabotar pontos estratégicos do mapa, enquanto a outra equipe não deve medir esforços para impedir que isso aconteça. As partidas são extremamente demoradas, o que me causou um desinteresse momentâneo pelo game, já que é sempre a mesma coisa acontecendo repetidamente.

O design da guerra

O esmero dos desenvolvedores é evidente.
A maior parte da guerra foi se desenrolando dentro das trincheiras

O grande ponto positivo de Isonzo são os detalhes atribuídos ao design de som e a belíssima ambientação, que nos transporta para a Itália do começo do século passado. É extremamente satisfatório ouvir o som dos disparos, as falas dos soldados reagindo ao ambiente, e a sensação de não estar seguro em lugar algum solidificam o esmero dos desenvolvedores em criar um cenário caótico, mas ao mesmo tempo equilibrado que passe toda a sensação de como é estar em uma guerra. 

Aliado ao grande trabalho sonoro, devo destacar também os belos cenários presentes no game. Cada mapa tem sua própria identidade, seja no topo de Dolomiti ou nos escombros de Gorizia, e é impossível não se impressionar com os detalhes apresentados. Fiquei muito satisfeito com a disposição dos elementos em cada um dos mapas, mesmo que graficamente Isonzo não apresente grandes novidades em comparação com outros games do gênero. Mas por se tratar de um título com investimento muito menor que grandes expoentes do FPS, os estúdios fizeram um grande trabalho.

O título também conta com suporte à crossplay, o que permite você jogar com pessoas de outras plataformas que tenham o jogo. Porém, não existe uma forma de adicionar seus amigos ou formar grupos, a não ser que eles estejam utilizando a mesma plataforma que você. Caso contrário, apenas uma opção de reportar o jogador será mostrada. Isso invalida um pouco a proposta do recurso, já que, para jogarem juntos, vocês precisam combinar de entrar em uma sala da lista de salas disponíveis sem qualquer vínculo dentro do jogo, ou então criar uma partida personalizada sem a interferência de jogadores alheios.

Passa batido em meio a multidão

Isonzo é divertido, porém muito repetitivo e repleto de problemas. Ele segue a proposta da série e, infelizmente, não foi pensado como um produto para o grande público, pois possui uma pegada muito diferente do que estamos acostumados no mercado. Apesar das falhas, o game possui um valor artístico impressionante e, caso receba atualizações para corrigir os problemas de desempenho, pode ter uma relevância maior no cenário de jogos de tiro em primeira pessoa. Aconselho que todos que forem experimentar o título, procurem ir de cabeça aberta para se acostumar às mecânicas empregadas a ele.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Isonzo

5

Nota final

5.0/10

Prós

  • Ambientação espetacular
  • Design de som incrível
  • Sensação de perigo à cada m²
  • Classes variadas
  • Arsenal variado

Contras

  • Apenas um modo de jogo
  • Servidores instáveis
  • Jogar com amigos é uma tarefa árdua
  • Progressão dificultada
  • As partidas demoram muito para acabar