Com uma jogabilidade rápida e fluida, dificuldade elevada, músicas emocionantes e uma história cinematográfica, a trilogia Ninja Gaiden, criada pela Tecmo, revolucionou o Nintendinho em seu lançamento. Ninja 1987 vem por um preço acessível e traz uma homenagem fiel a todos os amantes dos jogos de ninja dessa era.
Desenvolvimento: SEEP
Distribuição: Ratalaika Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação, Aventura
Classificação: 10 anos (violência)
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 2 horas (campanha)
Uma lembrança revivida
Composto por sete fases, o jogador entra na pele de um ninja roxo e parte em uma missão de acabar com o clã inimigo e seu ninja rival, enquanto salva o mundo de uma terrível ameaça.
Cada ato começa com uma introdução do protagonista, e algumas dessas cenas possuem uma arte lindamente pixelada – mais especificamente, na primeira e nas duas últimas fases. Esses momentos trazem aquela sensação nostálgica dos clássicos games de ninjas, como Ninja Gaiden e Shinobi.
Inimigos diversificados e nostálgicos
Se você jogou a trilogia original da franquia da Tecmo no Nintendinho, vai identificar muitos inimigos aqui. Temos os famosos bazuqueiros, ninjas sedentos por sangue e robôs prontos para pulverizar Ryu Hayabu… digo, o Ninja Roxo, no maior estilo Ninja Gaiden.
O melhor é que o jogo faz isso de forma inteligente, trazendo uma progressão calculada para a dificuldade dos inimigos. Conforme você avança pelas fases, começam a surgir inimigos aéreos, outros que aguentam mais dano ou que atacam de distância maior.
Em vez de somente reciclar inimigos antigos, cada fase traz alguns inimigos novos, trazendo uma boa variação nos cenários e fazendo com que o jogador descubra o padrão desses adversários novos, removendo a repetição maçante comum em muitos jogos do gênero.
O Ninja Roxo também conta com algumas surpresas. Além da vida, do golpe de espada padrão e uma shuriken limitada por munição (use quando necessário!), há uma barra de energia que permite que ele utilize dois especiais: um que ataca os inimigos em linha reta (cuidado com as armadilhas) e um outro poder que traz um fogaréu do chão para acabar com todos os inimigos da tela.
Apesar de previsíveis, os chefes não são fáceis. Entretanto, é possível derrotá-los com poucos golpes, desde que o jogador economize suas shurikens e especiais – com exceção do último chefe.
Cenários 8 bits lindos, mas sem empolgação
Os cenários são outro ponto positivo do jogo. Diversificados e bonitos, você terá que cruzar ambientes urbanos, fábricas, porto (meu favorito), florestas e outros ambientes cheios de perigos.
No entanto, as músicas, que é algo que se espera desses jogos, são nada memoráveis e empolgantes. A trilha da fase da fábrica, uma das mais difíceis, é completamente monótona para o nível de ação do lugar, por exemplo.
Ainda que poucos, as fases possuem alguns pontos escondidos que podem salvar o jogador que estiver precisando de uma vida ou energia extras, trazendo uma certa recompensa, mesmo que fraca, para a exploração.
Outro ponto negativo é que o jogo possui dois picos de dificuldades. Na segunda fase, a quantidade de armadilhas e inimigos em lugares estreitos garantem alguns acertos bem baratos no nosso personagem, assim como na fase da fábrica, mais para o final.
O mesmo vale para a última fase, que possui armadilhas inescapáveis ou com padrões complexos para calcular e evitar ser atingido – especialmente com inimigos que ficam bem na ponta, esperando para fazer aquele acerto barato no Ninja Roxo.
Uma outra questão que incomoda é que existe um certo esmero em jogos como Ninja Gaiden e Shinobi quanto ao acerto da arma principal nos inimigos, com uma boa distância para o jogador ter noção de quando e como acertar. O golpe de espada em Ninja 1987 é tão curto e frenético que é necessário fazer um cálculo muito preciso para acertar certos inimigos, especialmente os aéreos.
Mesmo não sendo polido, cumpre bem o que promete
Ninja 1987 possui seus defeitos, mas entrega exatamente o que promete, sendo um jogo simples, onde o jogador pode competir por pontos com os amigos em sete atos curtos e desafiadores. Bateu aquela saudade? Esse jogo pode ajudar a matar a nostalgia!
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro