Patapon 1+2 Replay traz para consoles atuais os dois primeiros jogos da clássica série do PSP. Para o bem ou para o mal, os jogos são bastante fiéis aos lançamentos originais, sendo basicamente apenas formas mais convenientes de jogá-los hoje.
Desenvolvimento: sAs
Distribuição: Bandai Namco
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Ritmo
Classificação: 10 anos (linguagem imprópria, temas sensíveis, violência fantasiosa)
Português: Não
Plataformas: PC, PS5, Switch
Duração: 20 horas (campanha)
Patapatapatapon

Para quem não conhece, Patapon é uma série que surgiu em 2007 no PSP e que teve duas sequências ainda no portátil. Misturando estratégia e ritmo, os jogos foram bem recebidos na época e, para a tristeza de muitos, a franquia acabou com o terceiro jogo, em 2011. Os dois primeiros jogos foram remasterizados para o PS4 e agora chegam juntos em uma nova remasterização nesse pacote para PC, PS5 e Switch. Por algum motivo, Patapon 3 ficou de fora, assim como não foi remasterizado para PS4 (mas a versão de PSP emulada foi lançada para PS4 e PS5). Os games são bastante parecidos, com cada um deles incrementando um pouco a fórmula.
A jogabilidade consiste em comandar pequenas criaturas – os Patapons – em exércitos que avançam em cenários 2D derrotando inimigos e chefes, além de também poder caçar e jogar alguns minigames. O diferencial é como você faz isso: cada comando é dado ao exército por meio de batidas ritmadas em tambores, cada um associado a um dos quatro botões de face. Cada botão é associado a um som: pata, pon, chaka ou bon. Assim, cada ação no campo de batalha, como andar, atacar ou defender, é realizada ao apertar, no ritmo certo, uma determinada sequência. É por isso que quem joga algum jogo da série por 10 minutos nunca mais tirará o som “pata pata pata pon” da cabeça.
Esteja no ritmo ou perca

E a questão do ritmo é um dos problemas da série, principalmente no primeiro título. Por vezes, é muito difícil manter o ritmo ou realizar as sequências, e isso pode custar a sua vitória na missão. Patapon 2 minimiza esses efeitos, mas o primeiro game é muito punitivo. Um exemplo clássico é a fase do deserto, logo no começo do jogo, em que você precisa chamar a canção da chuva para atravessá-lo. O problema é que isso exige que você acerte 11 sequências perfeitas em seguida, ao menos três vezes durante a fase. Se errar, começa de novo. E se errar no momento em que o chão quente está atuando, você provavelmente vai falhar a missão.
Além do aspecto rítmico, temos também a construção do seu exército de Patapons. Existem diferentes tipos de unidades, com vantagens e desvantagens próprias, fazendo com que seja necessário planejar o seu time para cada missão, caso não consiga vencer com tranquilidade. As unidades podem ser aprimoradas e equipar melhores itens para fortalecer seus atributos.
Venha para batucar, obrigado a trabalhar

Mas talvez o pior fator dos games, e que segue inalterado nesse relançamento, é a quantidade de grind necessário, principalmente no primeiro jogo. É um pouco estranho pensar em grind em um jogo de ritmo, mas é exatamente o que temos aqui, pois precisamos buscar recursos para aprimorar as unidades ou construir novas. A montagem dos exércitos é realmente divertida, mas a quantidade de trabalho necessário para construir ou melhorar uma única unidade pode ser bastante desanimador.
Tudo o que descrevi é basicamente o mesmo dos jogos originais, e também vale para essas (segundas) remasterizações. Patapon 1+2 Replay ousa muitíssimo pouco, basicamente apenas trazendo os games em maior resolução e com melhor desempenho para os consoles atuais. Pelo que descrevi acima, você pode ver que há bastante espaço para melhorar, mas não há praticamente nenhuma novidade. Patapon 2 melhora vários aspectos, e se ao menos isso fosse implementado no primeiro game já seria bem-vindo. Não há sequer um autosave. Ironicamente, uma das poucas novidades desse lançamento é a existência de três níveis de dificuldade. Porém, por padrão, o jogo já vem no fácil, que é difícil o suficiente.
Para que se dar ao trabalho só para isso?

Para uma segunda remasterização se justificar, esperaria no mínimo novidades relevantes, sejam de jogabilidade, qualidade de vida ou visuais. Queria ressaltar que tudo isso que comentei é minha opinião pessoal, e sei que muitas pessoas adoram os jogos da forma que são (e provavelmente jogam melhor do que eu). O conceito é realmente divertido e curto bastante a proposta da série, mas eventualmente me frusto com alguns elementos, principalmente o grind.
Não vai mudar o gosto de ninguém
Patapon 1+2 Replay é relevante apenas como uma forma de levar a série para novas plataformas, mas não traz nenhuma novidade relevante para os jogos, que já tinham sido remasterizados uma vez – ainda que essa nova versão seja ligeiramente melhor. Assim, quem já gosta tem novos lugares para jogar e quem não gostava não vai mudar de ideia com nada aqui.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro