Fate é uma licença gigantesca criada pela TYPE-MOON. Nela, encontramos histórias sobre espíritos de heróis mortos que lutam pelos seus mestres humanos numa guerra pelo Santo Graal, um objeto fantástico. A franquia existe há décadas e vai de visual novels até mangás e livros.
Fate/Samurai Remnant é mais uma empreitada desse universo cheio de batalhas deslumbrantes e heróis marcantes. Esse game é uma parceria interessante com a Koei Tecmo, famosa por seus jogos do gênero musou, além de Nioh e Wo Long. Na nova obra, temos uma aventura cativante, que difere da maioria das coisas que a desenvolvedora já fez em relação a sua jogabilidade.
Desenvolvimento: Koei Tecmo, Type Moon Studios -BB
Distribuição: Koei Tecmo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, luta, RPG
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: Nintendo Switch, PC, PS4, PS5
Duração: 22 horas (campanha)/44 horas (100%)
Lâminas na luz do luar
A história se passa no período Edo do Japão, quando os samurais não têm mais tanto valor, tampouco empregos. Existem ainda ronins, e dentre eles, nosso protagonista: o jovem Iori Miyamoto, filho adotivo do notável Musashi, e um rapaz com uma vida pacífica naquela cidade. Uma noite, porém, sua vida muda: ele se encontra sem querer numa batalha em busca do equivalente ao Santo Graal desse título, envolvendo heróis míticos que são servos poderosos de mestres humanos. Nesta bagunça generalizada onde o lugar que ele mora quase é pulverizado, Iori Miyamoto entende que é o escolhido entre um punhado de mestres, acompanhado por seus poderosos servos para lutar em mais uma guerra do Santo Graal: A Lua de Waxing.
Na maior parte da obra, encarnamos este rapaz ao lado de Saber, sua serva que é uma heroína mítica que nos segue como uma sombra. O duo terá que encontrar o rastro de outros sete mestres espalhados por Edo para tentar sobreviver àquela guerra cheia de heróis e batalhas fantásticas.
Servos neuróticos, mestres nervosos
Os fãs de Fate vão se sentir em casa na questão da narrativa – que é ótima – mas peca no exagero de diálogos expositivos que quebram o ritmo do título. O jogo começa super elétrico e impressionante, mas acaba sendo cortado por diálogos chatinhos.
Temos aqui um hack ‘n’ slash muito parecido com Persona 5 Strikers, já que eu não qualificaria ele no mesmo gênero musou de Samurai Warriors 5 e afins. Aqui, as áreas de combate são pequenas, e apesar dos combos lembrarem Samurai Warriors 5, não temos grandes campos de combate. Nessas batalhas, podemos usar nossos servos por um período de tempo, além de esquivas e habilidades que conseguimos aprimorando os personagens. A jogabilidade é ótima e fluida nesses momentos, com grande destaque para as pelejas contra os chefes do jogo. Infelizmente, precisamos atravessar partes bonitas – mas sem vida – do distrito de Edo para chegar até esses combates. Existem até algumas atividades extras na cidade, mas elas são pouco interessantes. O que vale mesmo a pena são as side quests, que envolvem os servos sem seus mestres.
No andar do jogo, os elementos de RPG vão aparecendo mais, como a possibilidade de mudar peças da katana de Musashi, o gerenciamento de pontos e habilidades, além de atividades em casa que liberam buffs, e por aí vai. Outra parte que vemos depois, mas que é essencial para a obra, é um modo Tower Defense super divertido. A função nos permite andar e explorar os distritos de Edo de uma forma menos enfadonha.
Lanças, flechas, sabres e ferrugem
Fate/Samurai Remnant é um jogo que, apesar das falhas apresentadas aqui na análise, é divertido e tem uma narrativa que empolga. A jogabilidade simples e variada faz com que os combates sejam super divertidos e dinâmicos, e a direção de arte torna tudo em um belo show visual. O game tem problemas com sua taxa de quadros, além de vários serrilhados que podem incomodar, mas isso não atrapalha o todo. Fate/Samurai Remnant é uma obra muito gostosa de jogar, obrigatória para fãs do gênero e da licença, sendo também ótima porta de entrada para o universo de Fate.
Cópia cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro