Os RPGs dos anos 90 e início dos 2000 estão entre os mais adorados pelos fãs do gênero, e qualquer relançamento, remaster ou remake para as plataformas atuais sempre recebe bastante atenção dos entusiastas. Não foi diferente com Baten Kaitos I & II HD Remaster, que traz em um só pacote os dois jogos da cultuada série lançada originalmente no GameCube. Felizmente, esses remasters fazem um bom trabalho trazendo os jogos para uma nova geração, ainda que as marcas do tempo permaneçam impressas nessas aventuras.
Desenvolvimento: Logicalbeat Co ltd
Distribuição: Bandai Namco
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean: 52 horas (campanha)/112 horas (100%)
Baten Kaitos Origins: 43 horas (campanha)/124 horas (100%)
Aventuras que se passam no céu
Lançados em 2003 e 2006 para o GameCube, os jogos da série Baten Kaitos foram originalmente desenvolvidos pela Monolith Soft, que posteriormente seria mais reconhecida pela série Xenoblade. O jogador assume o papel de um “espírito guardião”, que guia e interage com os personagens por meio de opções de diálogo.
Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean segue a história de Kalas, um guerreiro que viaja em busca de vingança pela morte de seu avô e seu irmão. Como é comum em RPGs japoneses, você viaja por cidades, encontra personagens que entram na sua equipe, enfrenta monstros e luta contra um inimigo maligno que está na busca por artefatos que lhe darão poderes inimagináveis. Nesse mundo, a Terra se tornou inabitável, a humanidade desenvolveu asas e agora vive em cidades flutuando no céu. Por sua vez, Baten Kaitos Origins é uma prequel que se passa 20 anos antes dos eventos do primeiro título, inclusive com lugares e personagens apresentados no primeiro game.
RPGs tradicionais com batalhas inovadoras
Ambos os jogos tem jogabilidade bastante semelhante, que gira em torno de cartas chamadas Magnus. Em resumo, tudo nos jogos são Magnus: itens normais, itens de história, equipamentos e todos os elementos de batalha, como ataques, defesas, itens de cura, magias, etc. Objetos que você interage pelo mundo podem ter sua essência armazenada na forma de Magnus, que podem então ser usados em outros lugares para resolver puzzles ou side quests.
O sistema de batalha é onde os Magnus têm o seu maior destaque. Você monta um baralho para cada personagem, e durante os confrontos, essas cartas são misturadas e apresentadas aleatoriamente para o jogador. No turno de cada personagem, você escolhe um alvo – amigo ou inimigo – e realiza ações de acordo com as cartas disponíveis. É um sistema inovador e divertido, apesar de poder ser frustrante em alguns momentos devido aos fatores aleatórios.
Remasterização de qualidade
Em sua forma original, ambos os Baten Kaitos são ótimos RPGs, especialmente bem vindos em seu lançamento para uma plataforma como o GameCube, tão carente de jogos do gênero. Feito por um time já experiente na época, remanescentes da então Squaresoft, infelizmente não tiveram grande repercussão no seu tempo, mas não devem nada para títulos famosos do PlayStation 2.
Essa coletânea é um produto bastante competente em trazer os jogos para o Switch e as versões remasterizadas são, em geral, muito bem feitas. Os menus foram totalmente refeitos, toda a interface está em alta qualidade e os cenários e modelos dos personagens ficaram muito bonitos em uma definição maior, com quase todos os momentos dos jogos convertidos para o formato de tela widescreen. Os games já eram bastante bonitos no GameCube, e aqui ficaram ainda melhores, com destaque para as ambientações, que apresentam efeitos belíssimos nas nuvens das cidades e outros locais. Nos menus, também encontramos várias dicas e tutoriais que foram incluídos nesta versão, que podem ser muito úteis, uma vez que alguns sistemas do jogo podem ser relativamente complexos.
Opções para aproximar os jogos da modernidade
Apesar de todo o ótimo trabalho de remasterização, ainda são dois jogos com quase 20 anos de idade, e isso se impõe em vários momentos. Os jogos possuem um ritmo muito lento para os padrões atuais e um nível de grind que pode incomodar alguns jogadores, incluindo quem queira rejogar as aventuras mas não possui tanto tempo livre quanto no passado – são dois longos RPGs que batem na casa das 50 horas cada, apenas para a campanha principal. O primeiro jogo, por exemplo, não tem sequer um menu para acompanhar as sidequests.
Felizmente, o relançamento inclui algumas funcionalidades para minimizar esses problemas. É possível acelerar o jogo em até 300%, pular batalhas ou terminá-las em apenas um golpe. São todas ótimas opções para quem queira jogar ou rejogar esses títulos, mas de forma mais adequada ao que estamos acostumados hoje. Para quem preferir, os jogos originais estão lá também.
Deleite para fãs de JRPGs
Baten Kaitos I & II HD Remaster traz dois grandes jogos para o Switch – literal e figurativamente – de forma bastante competente, dando uma nova vida aos RPGs. Se você nunca teve a oportunidade de jogar antes ou quiser revisitar essas aventuras, certamente esse é um pacote que vale a pena.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro