Se existe alguma unanimidade entre os fãs de Battlefield, é a de que Battlefield 3, de 2011, e Battlefield 4, de 2013, representam o auge da franquia. E depois de quase dez anos de lançamentos de uma qualidade mais irregular ou com foco em períodos históricos, a EA, junto a um arsenal de estúdios de desenvolvimento capitaneados pela DICE, prometem voltar para os campos de guerra realistas em Battlefield 6, trazendo os confrontos armados para um cenário moderno, mas sem grandes exageros fantasiosos. O título tem previsão de lançamento para outubro de 2025, mas, antes disso, foi realizado um teste beta – e essas são as impressões sobre ele.
Desenvolvimento: DICE, Criterion Games, Ripple Effect, Motive Studios
Distribuição: Electronic Arts
Jogadores: 1-64 (online)
Gênero: Tiro
Classificação: 16 anos (violência)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: Sem registros
Jogando seguro

Quem já jogou algum título da franquia não vai se espantar com Battlefield 6. De certa forma, esse novo lançamento não foge dos padrões da série, conhecida por guerras grandiosas em campos de batalha massivos, com partidas longas que envolvem inúmeros jogadores simultâneos em cada time.
As equipes são divididas em esquadrões, cujos integrantes podem assumir funções como a linha de frente, o suporte médico, a engenharia e o reconhecimento – o famoso sniper. Essas são classes distintas, e não heróis ou qualquer equivalente a eles, e é exatamente nisso que o jogo acerta e o que a série da Electronic Arts estava precisando. Battlefield 6 não tenta reinventar a franquia nem trazer grandes surpresas, sendo o que já foi feito antes e uma continuação do que deu certo no passado, mantendo a identidade que levou a franquia ao sucesso.

Tanto que a Conquista, o principal modo de jogo, é o mesmo de sempre, focado na disputa pelo controle de objetivos enquanto se tenta esgotar as vidas inimigas, com uma opção de seleção de armamentos livre e outra restrita por classe. Além da Conquista, estão presentes o modo Ruptura, centrado na ofensiva e defesa de territórios, e o Dominação, voltado para combates de curta distância sem o uso de veículos. Todos esses modos são extremamente divertidos e funcionam bem, e a opção com restrição de armas é ideal para quem prefere uma experiência mais desafiadora.
Tecnicamente impressionante

O lado técnico é o principal chamariz de toda a experiência. Ao contrário do título anterior, Battlefield 6 não traz batalhas com até 128 jogadores. O máximo agora é o tradicional 64, para garantir um balanceamento mais justo entre times e mapas. Ainda assim, o game utiliza o motor Frostbite em todo o seu potencial para entregar ambientes enormes que são altamente destrutivos e reativos.
A apresentação, no geral, impressiona demais, com um escopo maior que o habitual, já que o jogo está sendo lançado somente para PCs e consoles da atual geração. O departamento sonoro continua sendo um ponto de excelência na franquia: os disparos soam realistas e contribuem na criação de uma imersão singular em todo o panorama dos jogos de tiro em primeira pessoa.

A versão de PC (que, a propósito, exige uma conta da EA para ter suporte ao crossplay com as outras plataformas) funciona bem e possui um desempenho até surpreendente, sem travamentos nem longas telas de carregamento. No entanto, devido à natureza caótica das partidas e ao que é oferecido ao longo da jogatina, Battlefield 6 é bastante exigente para o processador. Uma placa de vídeo intermediária já entrega gráficos espetaculares, mas, para se ter uma boa taxa de quadros durante a jogatina, é necessário um processador potente.

Nem tudo está perfeito e há, por exemplo, bugs visuais nas sombras e na iluminação dos mapas, além de pequenos problemas de conexão aos servidores e nos sistemas de criação de partida. Mas, para um teste beta, essa é certamente uma demonstração sensacional do que está por vir nos próximos meses.
É empolgante
É ótimo ver um Battlefield que aparenta estar próximo dos jogos que levaram a franquia a outro patamar no universo dos shooters. Ainda assim, é claro que este foi só um teste beta e o jogo final pode não corresponder ao que foi apresentado aqui – principalmente porque ele receberá várias atualizações no decorrer do tempo, que podem ou não agradar à base de jogadores. Contudo, essa beta já é um sinal de que a EA está produzindo algo de qualidade e que merece atenção.
Revisão: Ailton Bueno