Após passar um tempo cuidando de Dragon Ball FighterZ, a Arc System Works decidiu voltar a trabalhar em sua principal franquia de luta. Guilty Gear Strive chega para mostrar que a empresa ainda tem muito a oferecer quando o quesito é jogos de luta, e com uma apresentação fantástica o novo jogo já chega com o pé direito em relação aos seus rivais.
Desenvolvimento: Arc System Works
Distribuição: Arc System Works
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5 e PC
Duração: Sem registros
Uma apresentação fantástica
A Arc System Works já vem há um bom tempo chamando a atenção dos fãs de jogos de luta por seus incríveis gráficos. E, em Strive, a empresa continua apresentando visuais fantásticos e lindos, ao mesmo tempo que também decidiu adicionar múltiplos efeitos para melhorar ainda mais a apresentação do título.
Guilty Gear Strive é um jogo mergulhado em estilo, com seus menus bem construídos e personagens que possuem novos visuais bem melhorados. Ambos são acompanhados por incríveis cenários, que fazem as lutas parecer algo bem mais sensacional do que o esperado. E para ajudar os gráficos a virem à tona, a Arc System Works fez um excelente uso da câmera durante as lutas para mostrar os novos visuais, assim como aproximar mais o game a um anime de luta.
No beta, podemos experimentar alguns modos como treino, partidas onlines e lutar contra o computador, com ótimos menus nos guiando por cada uma das opções, sendo o melhor deles o lobby principal das partidas mundiais. Dessa vez, a Arc System Works decidiu utilizar uma torre como background para as salas que reúnem os lutadores. Cada andar representa o nível dos jogadores, o que é uma fantástica ideia em minha opinião, pois assim você já sabe onde ir procurar por outras pessoas do mesmo nível sem ter medo de dar de cara com alguém bem mais forte.
A trilha sonora também é excelente como já é costume. Com muito rock and roll, Guilty Gear Strive tem trilhas que animam bastante as lutas, com algumas delas sendo cantadas – uma das maiores novidades dele em relação aos jogos anteriores. Vale a pena dar uma conferida no YouTube atrás das músicas para ouvi-las, ao menos uma vez.
Só pela apresentação, Guilty Gear Strive já tem o bastante para conseguir a atenção das pessoas. E as novas animações não são exclusivas dos momentos antes e depois das lutas, mas, durante os confrontos, muitos movimentos de câmera e outros efeitos especiais são utilizados para torná-lo algo totalmente único.
Até os efeitos visuais são ainda mais impressionantes do que o normal, personagens ficam em “choque” ao tomar um golpe com raios, enquanto o fogo lentamente se apaga após uma explosão. Por fim, cada vez que um round é finalizado, há um zoom dramático no último lance da partida que ajuda a aumentar ainda mais a sensação de vitória.
Os cenários também são extremamente detalhados e bonitos, com uma ótima variação de localidade. Temos desertos, cidades cheias de pessoas e até mesmo lugares misteriosos. E como uma das novidades da jogabilidade, é possível ativar uma transição de local durante as batalhas que é acompanhada por uma excelente animação do seu adversário sendo arremessado para longe, no melhor estilo Dragon Ball Z.
Ainda é Guilty Gear, mas com algumas diferenças
Apresentação não é tudo em um jogo, e além de ter bons gráficos é preciso saber se a jogabilidade é boa. Felizmente, Guilty Gear Strive possui uma boa gameplay, como já é de costume na série. Entretanto, algumas mudanças foram feitas para atrair um público maior.
No teste beta aberto, temos acesso a 13 dos 15 personagens anunciados. Entre novatos e veteranos, os lutadores tem bastante diversidade, cada um com sua própria lista de movimentos e seus próprios estilos de jogabilidade. Temos aqueles que são bons para ataques à distância, outros que são mais defensivos e até alguns que são puro poder ofensivo. E não se preocupe, o próprio jogo te mostra na tela de seleção em qual função aquele personagem é bom.
Porém, mesmo que tenhamos alguns personagens mais conhecidos da franquia aqui, é preciso reaprende-los, pois a Arc System Works modificou bastante seus lutadores. Todos os veteranos sofreram alterações na sua lista de movimentos, com alguns golpes sendo removidos e outros sendo alterados para terem novos efeitos.
Essa não é a única alteração que fãs mais velhos poderão notar. Guilty Gear Strive também foi bastante simplificado em sua jogabilidade geral, com combos agora mais fáceis de serem executados e algumas mecânicas adicionadas para deixar as coisas mais dinâmicas. Algumas das maiores mudanças têm relação com elementos básicos da série, como o fato de que ataques normais só podem ser cancelados em movimentos especiais e a eliminação quase completa de combos aéreos. O movimento aéreo sofreu um enorme nerf (enfraquecimento), com os conhecidos air dashes, sendo extremamente lentos e tendo bastante frames de ativação.
Por fim, o dano causado pelos personagens é enorme, fazendo com que partidas terminem em instantes. Enquanto em testes anteriores, os movimentos de agarrões eram criticados pelo seu alto dano, e aqui qualquer ataque causa a barra de vida do oponente ser diminuída em instantes. Não é de ficar surpreso que um combo bem realizado pode significar o fim da partida para quem está o recebendo.
É claro que nem tudo é rock and roll
Apesar de todas as coisas boas, Guilty Gear Strive peca em alguns quesitos mais técnicos. A começar pela sua UI, que atrapalha bastante principalmente durante as lutas. Por alguma razão, os designers da Arc System Works decidiram que seria uma boa ideia ter a palavra “counter” bem no meio da tela em caixa grande sempre que você conseguir aplicar um contra ataque perfeito no oponente. E como se não bastasse, ela também é acompanhada por um slowdown feito para poder aproveitar a brecha causada ao adversário, e infelizmente isso acaba mais atrapalhando do que ajudando, pois a lentidão geralmente acaba por atrapalhar no fluxo rápido das lutas.
Os lobbies também sofrem com alguns problemas em seu design, principalmente o fato de como é difícil se conectar a partidas sem que alguém teletransporte e roube o seu lugar. O jogo também leva um tempo considerado após os fins das lutas para lhe permitir se movimentar e ir em busca de um novo adversário.
Entretanto, vou terminar esse texto com algo bom, o rollback adicionado ao game é ótimo. Apesar de em alguns casos ele não conseguir ajudar, em outros é notável como sua adição é louvável. O online do jogo é uma maravilha, apesar das quedas por causa de problemas no servidor, e a opção de ter um lobby para a região sul-Americana permite que a conexão fique estável o bastante para podermos tirar uns “contras” divertidos com outros sul-Americanos.
“O cheiro do game”
Felizmente, ainda estamos em um beta e torço para que a Arc System Works possa modificar alguns dos elementos presentes neste teste. Guilty Gear Strive tem tudo para ser um dos melhores títulos de luta deste ano, basta a companhia não deixar a peteca cair e consertar alguns pequenos detalhes enquanto adiciona outros que podem fazer a experiência final valer muito a pena.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong