Capa de Palworld

Preview Palworld (PC) – Um fenômeno intrigante

Criado pelo estúdio indie japonês Pocketpair, Palworld é um jogo de sobrevivência que apresenta uma mistureba de elementos diferentes que é surpreendentemente funcional. Com uma proposta não convencional, mas ao mesmo tempo extremamente derivativa, o título se tornou um fenômeno inesperado na Steam apesar de estar disponível por meio do catálogo do Xbox Game Pass, ficando apenas atrás de PlayerUnknown’s Battlegrounds em jogadores simultâneos.

Desenvolvimento: Pocketpair

Distribuição: Pocketpair

Jogadores: 1 (local) e 1-32 (online)

Gênero: Aventura

Classificação: Livre

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, Xbox

Duração: 53 horas (campanha)

Vivendo numa ilha

Mapa de Palworld

Na aventura, assumimos o papel de um personagem vítima de um naufrágio que acorda sozinho na ilha de Palpagos, um mundo militarista repleto de belas paisagens e criaturas com designs e capacidades perigosamente similares aos Pokémon, uma das principais franquias da Nintendo. O principal objetivo é sobreviver nessa ilha, coletando recursos para construir uma base e equipamentos do zero, além de desbravar a região.

Sem um foco narrativo, Palworld possui praticamente a mesma proposta que a maioria dos games de sobrevivência, com a grande diferença sendo justamente a presença dos Pals no mundo do jogo. É preciso capturá-los e colocá-los para trabalhar na base, além de cuidar deles para que se sintam confortáveis o suficiente nos trabalhos e para que desempenhem um bom papel nas lutas contra as guildas rivais, porque o protagonista não é o único humano que vive na ilha.

Muito conteúdo

Mirando em um Pal

Chega a ser impressionante a variedade de mecânicas que Palworld oferece aos seus jogadores. Nem tudo combina com todos os aspectos do jogo, mas um dos destaques é, certamente, o sistema de batalha, que envolve armas de fogo e equipamentos normais, além da possibilidade de usar as habilidades dos Pals para suceder nas raids e dungeons.

Essas mecânicas, no entanto, não são totalmente amarradas com o jogo em geral, mas elas são engraçadas e resultam em uma experiência agradável. E ser engraçado é, provavelmente, o que levou Palworld a esse sucesso estrondoso, visto que somente a ideia das criaturas usando armas já havia viralizado anos antes do lançamento do título.

É possível usar Pals como armas

O jogo ainda está em acesso antecipado, em uma versão bastante embrionária. Isso é perceptível em vários momentos no decorrer da jogatina, principalmente na inteligência artificial dos Pals, que frequentemente travam no mapa e não realizam suas atividades corretamente.

Apesar disso, é incrível como eles reagem às ações do jogador e ao seu próprio estado emocional. Se os bichinhos estão com fome, eles vão aparentar isso e não vão trabalhar direito, por exemplo. Essa jogabilidade reativa é sensacional e cria uma campanha dinâmica que torna necessário se importar com o bem-estar dos monstrinhos capturados.

Experiência personalizável

Configurações de dificuldade de Palworld

Palworld pode ser jogado individualmente ou em rede, seja em servidores locais ou dedicados, com até 32 jogadores no mesmo mapa. O sistema de dificuldade é moldável, permitindo que o nível de desafio seja personalizado de acordo com as preferências de cada jogador. É possível editar o dano, a velocidade para upar, a quantidade de Pals no mundo, o tempo do ciclo diário e outros fatores da jogatina.

Baseada na captura de Pals e na realização de tarefas de construção, a progressão é excelente, com novos itens desbloqueados ao subir de nível – o que demora, mas é sempre recompensador. Apesar do jogo ainda não possuir um tutorial interativo, tudo é explicado dentro dos guias e da Palpédia, presentes nos menus do jogo.

Caçando um Pal

A experiência não possui tanto conteúdo endgame, já que esse está programado para ser lançado em atualizações futuras. Muito será adicionado no futuro, mas o título já se encontra em um estado satisfatório. É inegável que houve um notável esforço da equipe de desenvolvimento em entregar uma game rico em conteúdo, mesmo numa versão que está longe de ser finalizada.

Incompleto e inconsistente

Fazendo carinho em um Pal

Palworld foi desenvolvido pela Pocketpair através da Unreal Engine, adotando uma direção gráfica inconsistente. Nada combina: os personagens e os pals seguem um estilo cartunesco, enquanto o mundo adota uma direção exageradamente realista.

O bom é que o desempenho da versão de computadores é aceitável, pois há apenas um único mapa que não é gerado proceduralmente, criando uma experiência mais leve, linearizada e homogeneizada para todos os jogadores.

Mecânicas de construção em Palworld

Um outro destaque é a localização brasileira do título, que foi feita com maestria, e, claro, com várias piadinhas inevitáveis com o nome do jogo. Porém, existe um problema grave na experiência online de Palworld: a falta do crossplay, que é uma promessa dos produtores.

As versões da Steam e das plataformas da Microsoft não são compatíveis entre si e sequer rodam na mesma versão. O modo online também sofre com problemas de latência, tanto nos servidores dos próprios desenvolvedores quanto nas partidas hospedadas localmente, denotando que o título precisa de refinamentos adicionais.

Fascinante

Depois desse sucesso instantâneo, é seguro afirmar que o jogo terá um futuro brilhante pela frente. Mas não há nada aqui que a Game Freak precise prestar atenção para os próximos jogos de Pokémon – a não ser que os fãs queiram que a tradicional franquia se transforme em um mashup de 15 jogos diferentes, sem uma identidade própria.

Se você já jogou algum game de sobrevivência, você já jogou boa parte do que Palworld tem a oferecer. O título não inova em nada que se propõe a fazer, mas não deixa de ser uma aventura divertida.

Cópia de PC adquirida pelo autor

Revisão: Ailton Bueno