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Review Armed to the Gears (Switch) – Destruídos pela guerra

Armed to the Gears é um jogo de tiro repleto de mechas, tiros e explosões. Com jogabilidade que usa os dois analógicos do controle para andar e mirar em uma câmera posicionada na transversal, o jogo oferece momentos esporádicos de diversão, que são minados pela existência de apenas um objetivo em todas as fases da campanha principal.

Desenvolvimento: Volcanic Games
Distribuição: Forever Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Switch
Duração: Sem registro

Um planeta devastado pela guerra

Conflito em uma terra desolada

Com a descoberta do Neutrium, um elemento natural encontrado próximo ao núcleo da Terra, o planeta viu avanços tecnológicos inigualáveis. A partir do potencial energético do Neutrium, a humanidade desenvolveu sistemas de teletransportes. Aplicando as novas descobertas e invenções nos setores militares, uma corrida armamentista entre nações eclodiu, dando início a uma era de caos, sangue e emergência de governos totalitários por todo o planeta.

Dentre as nações totalitaristas, uma se destacou por sua força militar: O Ministério, cujo emblema de M preto em um círculo branco e bandeira vermelha se assemelha de certa forma à principal simbologia nazista. Um exército de rebeldes, no entanto, se consolida e se fortalece ao hackear unidades mecânicas automotoras do Ministério e, usando esses mechas poderosos e armados até os dentes, combatem as tropas inimigas para proteger o povo de sua opressão.

E é isso. A história de Armed to the Gears pode ser lida em uma das opções no menu principal. Jogar pelas fases da campanha não explora em nada personagens e narrativa. Não há absolutamente nada que seja memorável na maneira como é entregue a história para quem joga.

Esmagando as tropas inimigas

Percorrendo uma cidade destruída

Armed to the Gears te coloca no controle de uma unidade robô automotora, munida de uma arma principal e uma arma secundária. Há três tipos de armas principais: metralhadora comum, metralhadora de plasma e arma de raio tesla; já as armas secundárias contam com apenas duas opções: lançador de granadas e lançador de mísseis. Detonar tropas inimigas é uma tarefa simples, embora chata pela imprecisão da mira automática. Não é incomum que a mira trave em um inimigo que está atrás do alvo que está mais próximo.

Para um jogo cuja trama principal menciona uma corrida armamentista e avanços tecnológicos consideráveis aplicados em setores militares, a variedade de armamentos de Armed to the Gears é surpreendentemente pequena. Não apenas isso, mas em pouco tempo é possível comprar a arma de raios tesla, visivelmente mais poderosa que as outras opções e que torna a conclusão das primeiras fases uma tarefa “melzinho na chupeta”. Já nas fases posteriores, a coisa muda de figura, mas não por conta da arma se tornar fraca ou coisa do tipo.

Existe a possibilidade de alterar a composição do mecha principal, alterando sua carcaça com peças que concedem melhorias passivas, como maior resistência a dano, velocidade de movimentação e regeneração de escudos automática. Entretanto, essa personalização é mínima, ficando restrita a apenas duas peças, sendo uma superior e uma inferior. 

Capturando um núcleo de Neutium

O objetivo principal e único de Armed to the Gears, em todas as fases da campanha principal, é capturar núcleos de energia em um mapa específico. Se nas primeiras fases esse objetivo é simples de realizar, com baixa resistência inimiga, o mesmo não pode ser dito em fases mais avançadas. O Ministério tem bases que produzem unidades inimigas diversas, de soldados e torretas até mecas e veículos de batalha. O grande problema é que, em várias situações, a velocidade de produção de unidades é muito mais rápida do que a capacidade do jogador de destruir as tropas inimigas. É esquisito não poder construir bases aliadas e produzir unidades para auxiliar em combates. Percebe-se aqui um desperdício de potencial do jogo, que poderia ter apostado em uma mistura dos gêneros tiro e estratégia em tempo-real (RTS, na sigla em inglês).

Para mitigar momentos de completa vulnerabilidade, Armed to the Gears permite usar a energia gerada pelos núcleos e geradores capturados para construir torretas automáticas e fortificações para proteger os núcleos. Há um flerte com o gênero de estratégia em tempo-real aqui mas, mais uma vez, a sensação é de que potencial fora desperdiçado tamanha a frivolidade do sistema. O modo secundário, cujo objetivo é defender sua base de ondas incessantes de inimigos, utiliza melhor o sistema de construção de defesas e, apesar de casar melhor com a mecânica, ele não consegue elevar o patamar do jogo para além do “flerte” com outro gênero.

Que a guerra continue até quando quiser

Com uma narrativa insossa, uma jogabilidade por vezes imprecisa e que aplica de forma rasa conceitos de um outro gênero que poderia agregar bastante valor, Armed to the Gears é uma experiência que deixa a desejar em basicamente todos os aspectos. No que depender de mim, a guerra pelo Neutrium e o domínio do Ministério vai perdurar por anos e anos.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Armed to the Gears

4

Nota final

4.0/10

Prós

  • Andar e atirar é divertidinho, até certo ponto
  • Modo de defesa de base utiliza melhor o sistema de construção de defesas

Contras

  • Narrativa insossa
  • Mira por vezes imprecisa
  • Pouca variedade de armamentos e customização