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Review Avatar: Frontiers of Pandora (PS5) – Por Pandora!

Produzido pelo estúdio Massive, da Ubisoft, Avatar: Frontiers of Pandora chega aos consoles e PC com visuais de cair o queixo, muita exploração e com uma capacidade imensa de fazer com que o jogador sinta estar jogando um título da franquia Far Cry.

Desenvolvimento: Massive
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local) e 2 (online)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Dublagem, Interface e legendas
Plataformas: Xbox Series X/S, PS5 e PC
Duração: 20 horas (campanha)/100 horas (100%)

Em Pandora

A protagonista de Frontiers of Pandora é uma Na’vi, um ser alienígena de pele azul e grande estatura, cuja cultura e o modo de vida se fragmentam e tomam formas diferentes com cada clã existente no planeta de Pandora, mas que ao mesmo tempo compartilham de uma essência: a conexão com o planeta e sua natureza em fauna e flora.

Ao ver sua irmã sendo assassinada a sangue frio pelo comandante das forças militares RDA, John Mercer, a protagonista consegue escapar da base onde foi criada desde sua infância com a ajuda de Alma, uma pesquisadora da RDA em corpo de Na’vi graças ao programa Avatar. A protagonista e um grupo de três amigos são escondidos em câmaras de crio-hibernação por Alma, e despertam 15 anos depois por ela e por So’lek, um guerreiro Na’vi.

Como membro do clã Sarentu, a protagonista descobre que seu clã era composto por nômades e diplomatas. Ao descobrir sua origem e partir em busca de uma reconexão com sua terra-natal, ela deve compreender seu papel como Sarentu ao mesmo tempo que luta contra a presença militar da RDA em Pandora, que oprime os nativos e fere Pandora por conta de seus recursos naturais.

Floresta de Kinglor, em Pandora

É muito interessante ver a protagonista em sua jornada de descoberta pessoal, em paralelo à sua relação com seus amigos, Teylan, Ri’nela e Nor, que embora criados junto dela, possuem pontos de vista bem distintos em relação à presença humana em Pandora. O título não se acanha em abraçar a espiritualidade Na’vi, e explora esse tema e a conexão entre ser e natureza com bastante delicadeza e beleza.

Um “personagem” tão presente tanto quanto a protagonista é o próprio planeta de Pandora. Repleto de biomas variados, como bambuzais, pântanos, montanhas rochosas e florestas densas, a casa dos Na’vi é cheia de vida com suas vastas fauna e flora. É um mundo repleto de cores vivas e brilhantes, que encantam a todo momento, independentemente de onde o jogador está.

Estruturalmente, Frontiers of Pandora não foge muito do que já vimos com Far Cry e até mesmo Assassin’s Creed e outros jogos de mundo aberto da Ubisoft. As missões principais são as mais empolgantes, com momentos únicos e cinemáticos, enquanto missões secundárias, muitas vezes, são relegadas à busca e obtenção de itens ou algum personagem desaparecido.

Para quebrar o ritmo mencionado acima, a protagonista pode utilizar seus sentidos Na’vi tanto na exploração, para encontrar itens e elementos de interesse, quanto na solução de mistérios para entender o que aconteceu em certos pontos da narrativa.

Alma de Far Cry

Caçando com arco e flecha

É inegável a semelhança de Avatar: Frontiers of Pandora com os títulos mais recentes da franquia Far Cry, também da Ubisoft. Frontiers of Pandora mescla exploração em um mapa imenso em mundo aberto, que pode ser percorrido a pé e em montarias terrestres e aéreas, com momentos de combate furtivo e tiroteios.

O arsenal oferecido pelo jogo é bem variado, composto de armas nativas dos Na’vi e armas humanas. Usando arcos e flechas, lanças e lançadores de armadilhas de veneno, o jogador pode ter uma abordagem mais furtiva, enquanto rifles de assalto e escopetas podem ser usados nos momentos de combate direto contra os humanos e suas torretas automáticas, robôs e helicópteros de ataque. A jogabilidade em si funciona bem, e exige bastante do uso completo do arsenal para que o jogador sobreviva, visto que a dificuldade do game é bem acentuada.

Por toda Pandora, é possível encontrar itens de proteção como avambraços, peitorais e adornos, bem como modificadores que potencializam características passivas como resistência elemental, dano a pontos fracos de inimigos e maior capacidade furtiva. Cada item equipado pelo jogador, seja ele de proteção, arma ou modificação, possui um “nível”, que contribui para o nível de força geral da protagonista. Esse nível geral é o que dita a dificuldade dos combates, tanto no dano causado pelas armas quanto pelo dano sofrido.

Tiroteio contra a RDA

Há uma gama interessante de habilidades a serem desbloqueadas com os pontos obtidos ao concluir missões e ao encontrar mudas de flor Tarsyu. Tanto habilidades básicas quanto habilidades ancestrais fortalecem a protagonista em quesitos variados, como não fazer barulho ao andar agachada, pouso suavizado que reduz dano ao pular de lugares mais altos, maior capacidade de vida e dano e maior capacidade de carregar munição de diversos tipos.

Por meio das mecânicas de caça, pesca e colheita de frutas e flora natural de Pandora, o jogo permite que o jogador crie equipamentos poderosos e com efeitos passivos variados a partir de uma bancada de criação. Os esquemas e designs de itens são obtidos como recompensas de missões ou podem ser adquiridos nos vendedores de cada tribo com a reputação ganha com a conclusão de missões e doação de itens para os acampamentos.

Há uma comparação inevitável entre Avatar e a franquia Far Cry. Bases inimigas para capturar, jogabilidade furtiva com arco e flecha típica de jogos da Ubisoft ao menos desde 2012 com Far Cry 3 e as mecânicas de caça, pesca e colheita são familiares a quem acompanha Far Cry. É uma familiaridade positiva, no entanto. Soma-se a isso uma estética própria de Avatar e um mundo alienígena único em relação às representações fidedignas de Far Cry, e Frontiers of Pandora consegue se mostrar um título capaz de ter sua própria identidade.

Uma aventura esplendorosa

Avatar: Frontiers of Pandora é uma bela surpresa para esse fim de ano, fechando o ciclo de grandes lançamentos de 2023 com muita qualidade. Embora a temática esteja centrada em uma trama de resistência contra opressores, a forma como a história e a narrativa em geral lidam com temas como conexão entre ser e natureza e a espiritualidade que cada um carrega mantiveram meu interesse pela jornada. Para completar a experiência, Frontiers of Pandora conta com um dos mais belos visuais já vistos até o momento, tanto no aspecto técnico em si, como texturas, iluminação e nível de detalhes, quanto no aspecto artístico, com suas cores vibrantes e mundo vivo.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Júlio Pinheiro

Avatar: Frontiers of Pandora

9

nota final

9.0/10

Prós

  • Visualmente impecável
  • Exploração e combates bem dosados e divertidos
  • Temáticas interessantes

Contras

  • Ritmo da história, nas primeiras horas, pode ser bem lento para alguns