Quatro anos após o seu lançamento original, Borderlands 3 chega ao Nintendo Switch por meio de sua Ultimate Edition, em uma experiência divertida, curiosa e tecnicamente competente.
Desenvolvimento: Saber Interactive
Distribuição: Take-Two Interactive
Jogadores: 1 (local) e 1-2 (online)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: Switch
Duração: 23 horas (campanha)/87 horas (100%)
Caçadores de gêmeos
Borderlands 3 coloca o protagonista criado pelo jogador em uma jornada para impedir que os irmãos Troy e Tyreen Calypso consigam acessar as Câmaras, que são prisões intergalácticas conhecidas por guardarem poderes imensuráveis, armas poderosas e criaturas ferozes.
Como marca da franquia, os diálogos de Borderlands 3 são repletos de tiradas cômicas e sarcásticas, e marcados por personagens excêntricos e malucos, como a mecânica Ellie, o armeiro Marcus e Earl, o viciado em pedras preciosas,. Em meio a tudo, a presença de personagens mais centrados e corretos, como a ninfa psico-poderosa Lilith, faz com que diálogos sóbrios consigam, ao menos, aproximar os pés de Borderlands ao chão.
O tom de Borderlands 3 pode não ser para todos, mas é inegável que há uma qualidade ímpar em seus diálogos e interações de personagens. E o fato de o protagonista não ser um personagem mudo, como em diversos shooters do mercado, colabora para que o jogador se sinta mais imerso na história.
Shootin’ and lootin’, amigos
Borderlands 3 mistura uma jogabilidade caótica e frenética repleta de tiros e explosões com mecânicas de RPG. Com uma variedade absurda de armas, como submetralhadoras, rifles de assalto, bazucas, rifles de precisão, pistolas e granadas, o arsenal de Borderlands 3 é capaz de agradar a gregos e troianos na mesma proporção, especialmente se levar em consideração as variantes de cada tipo de arma. Ao progredir no game, novos tipos de projéteis, como de fogo, choque e corrosão, são encontrados, bem como armas lendárias, com comportamentos únicos e efeitos especiais.
Um arsenal completo não seria nada se não fossem uma grande quantidade de inimigos para atirar, e isso é o que não falta aqui. Loucos, psicopatas anões ou musculosos, criaturas horrendas, robôs de segurança, faunas das localidades que o jogador visita; tudo pode ser um alvo em Borderlands 3, que jorram sangue em grande quantidade e explodem em vísceras aqui e acolá, em uma jogabilidade simples, precisa e divertida.
Ao derrotar inimigos e completar missões, o jogador sobe de nível e pode utilizar pontos de habilidade para comprar movimentos especiais e habilidades passivas que complementam as qualidades de cada uma das quatro classes disponíveis para escolha. Amara é uma ninfa, com poderes mágicos capazes de prender e esmagar inimigos com facilidade; Zane, cujas habilidades oferecem um clone digital como distração e uma parede protetora; Fl4k, que conta com a presença de parceiros animais que concedem bônus variados de dano, saúde e proteção; e Moze, que basicamente é o “Rambo” do time, contando com poderio de fogo excepcional e um mecha com metralhadoras automáticas e lança-mísseis.
Embora o cerne da jogabilidade seja bem semelhante entre as classes em si, cada uma delas possuem características únicas o suficiente para serem bem diferentes na hora de encarar os desafios do jogo. Além disso, as árvores de habilidades disponíveis em cada uma, em conjunto com o arsenal diversificado de armas, faz com que diversos estilos de jogo sejam possíveis.
Um pacote supremo no Switch
Borderlands 3 é um jogo estruturalmente agradável, com diversos planetas e localidades para serem visitados. Cada um possui uma grande quantidade de missões disponíveis, com recompensas em pontos de experiência e dinheiro para que o jogador possa adquirir habilidades incríveis e armas poderosas para seu arsenal. Missões de busca e recuperação, ataque a alvos perigosos, perseguições em alta velocidade são tarefas recorrentes no jogo, mas que não passam uma sensação de repetição graças à gama de personagens distintos disponíveis que fazem parte da trama e de todas as subtramas presentes.
Sendo essa versão a Ultimate Edition, o jogador pode se deleitar ainda mais com quatro expansões principais, que trazem novas histórias, novos inimigos e chefes e novas localidades. É, de fato, um pacote supremo e de grande valia.
No entanto, embora toda a qualidade no que concerne a jogabilidade, variedade de armas, inimigos, chefes, cenários e habilidades disponíveis, é preciso ressaltar alguns pontos da versão lançada para Nintendo Switch. Em questão de desempenho, a versão de Switch almeja 60 quadros por segundo, mas em minhas jogatinas, não atinge tal objetivo em grande parte do tempo. Ainda assim, roda surpreendentemente bem, com taxas aparentemente acima dos 30 quadros em uma experiência que, para meu gosto, é estável.
A resolução de imagem é boa, especialmente quando comparada a títulos semelhantes no console, como Wolfenstein II: The New Colossus e Wolfenstein: Youngblood, cuja imagem parece muito mais borrada por conta da baixa contagem de pixels na tela. Ainda assim, Borderlands 3 no Switch conta com algumas texturas de baixíssima qualidade, além de ter momentos em que as texturas de maior qualidade demoram a carregar. De qualquer forma, a resolução mais nítida compensa a jogatina.
Um port bem-vindo
Borderlands 3: Ultimate Edition é uma boa experiência no híbrido da Nintendo. É uma versão tecnicamente interessante e estável, embora não seja a versão mais bonita que há no mercado. Ainda assim, para os amantes do Switch, é uma boa pedida, especialmente por ser um título divertido, com jogabilidade precisa, arsenal de armas imenso e tiroteios frenéticos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro
Borderlands 3: Ultimate Edition
Prós
- Tiroteios frenéticos, caóticos e divertidos
- Imensa variedade de armas, inimigos e chefes
- Desempenho técnico estável
Contras
- Texturas de baixa qualidade
- Basicamente ninguém no online
