Call of the Sea Capa

Review Call of the Sea (PC) – Uma jornada fascinante em uma ilha misteriosa

Indiana Jones, Uncharted e Tomb Raider são os exemplos mais famosos de obras que usam da arqueologia e a caça aos tesouros. São aventuras bem divertidas e que nos prendem com o contato com outras culturas, quebra-cabeças malucos, disputas pelas riquezas, perigos sobrenaturais e etc. Call of the Sea usa de alguns desses ingredientes e segue um caminho mais pacífico e focado em uma bela narrativa.

Desenvolvimento: Out of the Blue Games S.L

Distribuição: Raw Fury

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, Puzzle

Classificação Indicativa: Livre

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, Xbox One e Xbox Series X/S

Duração: 6 horas (campanha)/7.5 horas (100%)

Uma estranha coincidência

Se passando em 1934, Call of the Sea conta a aventura de Norah Everhart, que vem sofrendo de uma estranha doença que também afetou sua mãe e sua avó, em sua busca para encontrar seu marido, Harry, que havia sumido por anos após uma expedição em uma ilha próxima do Taiti que teria as respostas para a doença de sua esposa. Até que Norah recebe um pacote, enviado por Harry, com as coordenadas dessa mesma ilha.

O mais curioso é que Norah, ao se deparar com o lugar, tem um tipo de déjà vu, uma vez que ela frequentemente tinha sonhos com essa mesma ilha. É um começo bem misterioso e intrigante, que consegue nos deixar curiosos para o que virá.

Investigando e quebrando a cabeça

Andar e inspecionar tudo com cuidado nessa ilha para solucionar seus mistérios é muito divertido. Call of the Sea possui uma arte belíssima e uma atmosfera que te prende com muita facilidade. Tudo isso sendo comentado e discutido pela Norah, que é tão intrigada com a ilha quanto o jogador, e como sua voz possui um importante papel aqui. A dublagem excepcional da personagem consegue transmitir muito bem todo o fascínio, curiosidade e medo ao entrar cada vez mais nessa ilha em busca de seu marido.

E essa procura também é bem interessante. Encontrar pistas deixadas pela expedição, entendendo os mecanismos criados pelo povoado polinésio para resolver os puzzles é algo que requer um pouco de paciência e cautela para solucionar, mas não é nada frustrante, além de que o jogador é bem recompensado pelo desenvolver da história e maravilhas do território. Isso é, quando tudo ocorre no esperado.

Admirando o absurdo

Além de descobrir o que aconteceu com a expedição de Harry, e entender as engenhocas feitas pelos povos que habitavam a ilha, Call of the Sea também usa do surreal, bebendo diretamente da fonte de escritores famosos para enfeitar os mistérios que Norah irá encontrar. E como eles acrescentam para a atmosfera enigmática do jogo!

Sequências de sonhos bizarros, contos e relatos que não fazem lógica e sentido vão acontecendo e deixando uma tensão cada vez maior no ar. É uma narrativa que consegue construir vários temas e elementos para se desenvolver aos olhos da protagonista, e atrair cada vez mais a atenção. Mas, infelizmente, a imersão total é difícil de se atingir devido aos problemas internos de Call of the Sea.

Havia uma pedra no meio do caminho

À medida que se avança no jogo, seus puzzles vão ficando cada vez mais complexos e que pede por mais atenção do jogador. Um dos meus favoritos requeria que eu prestasse atenção no diário de Norah, que não tinha relação com os quebra-cabeças e eram apenas suas anotações pessoais. É um balanço bem legal entre dificuldade e imersão que Call of the Sea conseguiu estabelecer.

Meu obstáculo nas minhas investigações vieram de problemas técnicos do game. Imagens não carregavam, crashes, frequentemente Norah ficava presa ou simplesmente entrava dentro de objetos e seus diálogos se embaralhavam aleatoriamente, o que fazia com que eu perdesse algum trecho importante. E procurar por pistas às vezes me forçava a aumentar até demais o brilho do jogo devido a alguns lugares serem extremamente escuros e impossíveis de se enxergar algo. Uma pena que essas frustrações repentinas me tiravam toda a atenção à narrativa.

Chamado atraente

Mesmo com alguns infortúnios, Call of the Sea é uma aventura fantástica, que consegue te prender com sua história surpreendente, uma protagonista extremamente interessante, seus puzzles intrigantes e sua arte magnífica.

Cópia do PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Call of the Sea

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Visual lindo
  • Ótima história
  • Dublagem excepcional
  • Puzzles divertidos
  • Atmosfera intensa

Contras

  • Problemas técnicos
  • Escuro até demais