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Review Carrion (Xbox One) – Olha o bicho vindo

Carrion chamou atenção desde a sua primeira apresentação na E3 de 2019 e foi descrito pelos desenvolvedores como “uma experiência de horror reversa”, pois ele nos deixa controlar o monstro que normalmente é confrontado em videogames. Tinha muitas dúvidas sobre como seria a movimentação e se não pereceria somente uma ideia boa pra 10 minutos, tornando o resto do jogo chato. Mas esse não é o caso.

Desenvolvimento: Phobia Game Studio
Distribuição: Devolver Digital
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação indicativa: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Xbox One e Switch
Duração: 3,5 horas (campanha)

O monstro

Começamos o jogo sem nenhuma explicação de onde estamos ou como viemos parar ali, apenas assumimos o controle do monstro. Ele possui três tamanhos e cada um com habilidades diferentes, o tamanho é definido por quanto de vida tem e ela vai aumentando conforme avança no jogo.

Existe todo um cuidado com a jogabilidade e de como os inimigos reagem a você, por exemplo, a movimentação é muito detalhada e muda de acordo com o seu tamanho, a maioria dos inimigos gritam bastante e alguns até choram quando entra no mesmo espaço que eles. São esses detalhes que fazem o jogo ser divertido e prazeroso.

A única coisa que sabemos quando iniciamos o jogo é que temos que escapar daquele lugar, mas como vamos fazer isso e as dificuldades no meio desse caminho nós não sabemos. Os obstáculos em qualquer jogo seriam monstros, mas aqui o controlamos, então quem são os adversários?

Essas pessoas são te machucam, só ficam com medo, gritando e chorando.

Inimigos ou não

Temos alguns tipos de inimigos, sendo eles: ser humano normal com arma, com arma e um escudo de proteção, com lança chamas e, por fim, alguns robôs. Existem também alguns seres humanos desarmados, eles estão ali para você recuperar a vida, pois ao devorar algumas pessoas uma parte da sua barra volta. Mas, não são todos que podemos comer, já que com os humanos que carregam escudo não é possível fazer isso.

Enfrentamos vários tipos de inimigos, mas, parando para analisar a situação, eles são somente pessoas que estão protegendo aquele lugar, fazendo você questionar “quem é o verdadeiro inimigo?”. É a intenção dos desenvolvedores trazer esse assunto com a história, e por mais que seja executada de maneira simples, é bem feita e tem um excelente final.

O enredo é mostrado em alguns momentos específicos, então não temos muitos detalhes sobre o mundo e seus personagens. O que mais tem é combate e exploração dos cenários, e isso me pegou de surpresa, pois ele tem um estilo meio metroidvania.

Está área liga outras partes de combate

Exploração das fases

Explorar o mapa é muito bom porque as áreas são todas conectadas, mas algumas partes só são possíveis de se acessar usando um tipo de portal, e para liberá-los temos que chegar aos locais de save, repetindo esse processo de 3 a 6 vezes por local. A maioria das áreas estão inacessíveis no começo, mas ao avançar no jogo podemos entrar por conta de alguns poderes adquiridos.

Em alguns momentos ele te coloca em situações que pedem habilidades muito específicas, e elas estão ligadas ao seu tamanho e a sua vida. Isso faz essas partes terem uma dificuldade elevada, pois temos pouca vida e muitos inimigos, mas sempre existe mais de uma solução para as situações.

Umas das partes mais difíceis

Ao todo são 10 áreas e eu fiz 100% em 8 delas (meio que sem querer, pois estava explorando o mapa em busca de progredir na história e acabei fazendo). Mas não foi nada entediante, eu estava muito entretido no momento a momento do jogo. Só que ele não faz um bom trabalho em mostrar o seu objetivo, acabei tendo que descobrir por conta própria.

Essa é minha única crítica: Carrion podia ter uma indicação mínima de onde ir e não deixar tão solto. Ainda bem que não fica chato explorar o mapa, pois a movimentação e as mecânicas são excelentes. Se uma dessas partes fosse menos refinada ele já perderia a graça.

O local de save ao lado dos inimigos

Carrion é um excelente jogo, com ótimas mecânicas e jogabilidade. Explorar cada parte dele é muito bom, mas falta uma indicação mínima do objetivo, acabei me sentindo muito solto. Só sabia que tinha que sair daquele local pois isso era óbvio, mas como ia fazer eu não tinha ideia. Um ponto forte que posso apontar é a arte, que mostra-se muito bonita e bem trabalhada. Finalmente, acredito que vale a pena ser experimentado, principalmente por quem gosta de jogos independentes.

Esta review foi feita com uma cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Samuel Leão

Carrion

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade única
  • Narrativa
  • Exploração do mapa
  • Pixel arte estilosa

Contras

  • Falta de indicação dos objetivos