Capa de Cursed to Golf

Review Cursed to Golf (PC) – Amaldiçoado no golfe e em vida

Que tal jogar golfe no inferno? Em Cursed to Golf você assumirá o papel do Ser Minúsculo, personagem amaldiçoado pelo acaso, para colocar suas habilidades à prova em terrenos peculiares e extremamente desafiadores do submundo ao melhor estilo Roguelike. Esteja pronto(a) para um jogo de golfe nada relaxante, portanto, e desafie os senhores desse lugar extraterreno.

Desenvolvimento: Chuhai Labs

Distribuição: Thunderful Publishing

Jogadores: 1 (local) 

Gênero: Ação,  Esporte

Classificação: Livre

Português: Interface e Legendas

Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Switch, PC

Duração: 8 horas (campanha)

Um esportista no submundo

Screenshot de Cursed to Golf - Pobre do Ser Minúsculo, caindo no Purgatório do Golfe

Ser Minúsculo é um pequeno personagem muito renomado no golfe esportivo. Até uma torcida enorme ressoa uma salva de palmas e gritos a cada tacada do atleta habilidoso. No início, ao mesmo tempo em que ele avança com a bolinha por um terreno bem fácil, o jogo te ensina a usar todos os 3 tipos de tacos (Wedge, Iron e Drive) num rápido e simples tutorial.

O Drive faz com que a bola vá o mais longe possível, o Iron a lança a uma distância média e um pouco mais alto que o Drive; e o Wedge serve para lançá-la mais alto em distâncias curtas. Eis que, antes da tacada final, uma tempestade repentina chega no local do jogo e um raio mortal atinge o protagonista em cheio, matando-o na hora. 

Screenshot de Cursed to Golf - Campos de golfe labirínticos e extremamente difíceis frustram jogadas (e quem está jogando) por diversos momentos

O Ser Minúsculo, então, se torna uma alma penada e começa a cair por um submundo diferente e vazio. No último nível em que ele chega, encontra com O Escocês, um grande fantasma golfista que o informa sobre onde ambos se encontram: o Purgatório do Golfe, de onde só é possível escapar avançando pelos seus diferentes biomas e derrotando os seus respectivos senhores do golfe.

Daí em diante, Ser Minúsculo precisa jogar golfe pela sua vida e sua escapatória. No Roguelike Cursed to Golf, é preciso sempre insistir, aprender e se adaptar para avançar por campos extremamente desafiadores desde o início (e é bem aqui que o jogo frustra tanto).

Design incomum

Screenshot de Cursed to Golf - Uma das lojas Eterni-tee, onde se compram novas cartas para as runs e se personaliza o traje do protagonista

A premissa de Cursed to Golf é bastante simples. Sua criatividade narrativa e seus belos gráficos em pixel art 2D ressaltam à vista nos primeiros momentos. Porém, o fato de ser um Roguelike e trazer uma dificuldade absurda bem no início, tacadas limitadas demais em plataformas cada vez mais labirínticas e com adversidades, ofusca quase todo o seu brilho.

Em cenários labirínticos, o seu desafio é acertar a bolinha de golfe nos melhores espaços possíveis (fairways) para avançar até o(s) buraco(s). E nessa micro jornada, existem portais de atalhos, campos de areia e de mato que podem te atrasar e estátuas douradas e prateadas, que concedem mais tacadas à sua contagem total da fase.

Screenshot de Cursed to Golf - O Escocês é o primeiro grande senhor do golfe com quem nos deparamos e enfrentamos

O jogo também oferece tacadas especiais, com buffs providos por cartas acumuláveis a cada run do bioma. Apesar desse grande fator facilitador, essas cartas surtem pouquíssimo efeito diante de desafios gigantescos gerados por cenários tão difíceis desde o primeiro buraco. Tal dificuldade no início empolga, mas ao longo das tentativas, ela acaba chateando e frustrando muito.

Ao acertar o buraco, você avança para o próximo (normal ou amaldiçoado, que tem efeitos punitivos na jogabilidade) dentro de um dos biomas, representado por uma trilha vertical e dominado por um dos Senhores do Golfe. Ao longo dessa trilha, também é possível passar por lojas de cartas, baús de cartas ou de moedas.

Screenshot de Cursed to Golf - Cenários cada vez mais difíceis vão te desafiar em Cursed to Golf

Mesmo com esse design inédito e bastante desafiador, ao longo da jogatina, Cursed to Golf tem mais potencial de ficar enjoativo e repetitivo do que trazer à tona uma experiência agradável e divertida. Essa é sua fragilidade, infelizmente. E seu level design transforma seu todo em algo merecedor de pouca atenção, talvez, de muitos dos jogadores, além de pouco vendível enquanto jogo apreciável.

Decida entre o taco ou a vida

Cursed to Golf tem sua singularidade em design e jogabilidade e se destaca pelo que se propõe a ser. Talvez, o problema real disso é que o gênero Roguelike não combina tanto com golfe 2D. Por causa de uma dificuldade extrema e cenários procedurais que entregam pouca variação, o game abre caminho para muito mais frustração do que diversão e estende desnecessariamente o tempo de jogo total.

Aos aventureiros de Roguelikes “raíz”, o novo título da Thunderful pode agradar bastante e oferecer todo o desafio esperado, além de muito tempo a ser investido no mesmo mundo do golfe subterrâneo, e um prato cheio de prazer ao derrotar cada chefe. Mesmo com essas opções únicas e inéditas, infelizmente não vi muito valor na jogatina e trato Cursed to Golf com indiferença.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Cursed to Golf

5

nota final

5.0/10

Prós

  • Artes pixeladas muito bonitas
  • Proposta de jogabilidade diferente

Contras

  • Dificuldade extremamente elevada
  • Pouca variação estrutural dos cenários
  • Músicas repetitivas nos biomas
  • Golfe não combina tanto com Roguelike
  • Jogabilidade fica repetitiva muito rápido