Electro Ride: The Neon Racing é um desses jogos que não passam despercebidos. A estética dos anos 1980, a música meio trash de sintetizadores e as pistas do Leste Europeu chamam minha atenção desde que Electro Ride Prologue apareceu na Steam. O game recebeu reviews positivas na plataforma da Valve e eu, na curiosidade, aguardei por um port. Não imaginava que sairia para o Switch, mas… só poderia ter saído para o Switch, mesmo.
Desenvolvimento: Sylwester Osik
Distribuição: Ultimate Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Corrida, Esportes, Arcade
Classificação Indicativa: Livre
Português: Legendas e interfaces
Plataformas: Switch e PC
Duração: Sem registro
Todo equipado, preparado na linha de partida
A premissa de Electro Ride não é tão diferente daquela que existe em outros arcades de corrida, como Horizon Chase Turbo e Hot Shot Racing: você escolhe um carro e… bom, a escolha acaba aí. A primeira pista é tutorial e a segunda é em Varsóvia. Portanto, o jogador obrigatoriamente precisa vencer suas corridas para seguir avançando e eventualmente vai encarar uma corrida mano-a-mano com um chefão para desbloquear a próxima cidade.
Os carros são inspirados em veículos clássicos do Leste Europeu. Escolhi um parecido com o Lada Niva, me arrependi e quis trocar, mas o jogo não permitiu isso logo no início, após minha primeira corrida. Nesse caso, era preciso terminar as pistas de uma cidade e, ao seguir para a próxima, escolher outro carro. Tentei abrir um novo save e também não consegui – é um para cada conta.
Daqui a pouco vai ser dada a saída
Escolhido o carro e dada a largada, é possível trocar a cor imediatamente ao recolher estrelas que aparecem esporadicamente na pista. Correndo na faixa colorida correspondente à cor do veículo, o jogador ganha um boost como se tivesse utilizado um nitro, a exemplo do que acontece em Wipeout e F-Zero.
Porém, a corrida, não é linear. Os carros se batem e jogam uns aos outros fora da pista, o que lembra um pouco o recente Wreckfest. Não há ajuste fino de veículo e nem nitros, pit stops, nada. É acelerar, passar pelas faixas em cores neon para ganhar velocidade, bater e voltar logo para a pista. As corridas em Electro Ride são relativamente longas, durando entre 4 a 5 minutos, na média.
O importante é competir
Mas para quem quiser jogar Electro Ride sem player 2, é possível escolher o modo Corrida Rápida, que se divide em contra-relógio (time attack), Último Homem de Pé e Modo Fantasma. São modos clássicos em jogos arcade: no primeiro, a disputa é pela volta mais rápida; no segundo, o último da volta é desclassificado e, no terceiro, você disputa contra o melhor tempo registrado para aquela pista.
No entanto, em todos os modos você disputa uma corrida normalmente. Em todos eles só interessa chegar em primeiro lugar. Para competição de sofá em tela dividida, o jogo conta com esses mesmos modos, exceto o fantasma.
Ia ser legal chegar junto na frente
O visual neon anos 80 está na moda nos jogos e Electro Ride se aproveita bem dessa estética. Infelizmente, as diferenças visuais entre a versão PC e o port para o Switch são muito visíveis. No Switch, os carros parecem desenhos pretos contornados em cores neon, enquanto no game original os veículos parecem sólidos, inclusive com reflexos de luz. O cenário sofre muito de pop-in, apesar de ser constituído basicamente por cores sólidas e sem texturas. Como consegue ter pop-in nessas condições? Isso é um feito digno de nota.
Eu imito, mas o podium não é pra mim
Há trechos de pista com reflexos espelhados, indicando que se trata de superfície lisa e polida – mas pilotando, não dá para sentir a diferença de terreno. Em Electro Ride, não se percebe essa diferenciação.
Isso porque controlar os veículos é uma experiência comparável a deslizar uma barra de sabão molhada por uma superfície ensaboada e úmida: é muito frustrante. É quase impossível manter o carro centrado na faixa de boost. Se algum outro corredor tocar no seu veículo, é certeza que vai parar fora da pista.
Por isso eu sempre sou terceiro
Por se tratar de um jogo de corrida arcade, eu obviamente não analiso Electro Ride com o mesmo rigor que eu reservo aos simuladores do gênero. Eu cresci jogando Top Gear, então meus parâmetros de jogabilidade não são dos mais exigentes, eu admito. Mas Top Gear é Forza Horizon comparado a esse jogo. Em um ano que tivemos bons lançamentos de corrida para o Switch, esse port é inexplicável.
Cenários que carregam aos poucos, carros incontroláveis, jogabilidade indistinguível… até mesmo a boa trilha sonora é composta de trechos curtos que se repetem ao longo da corrida. Electro Ride: the Neon Racing não oferece uma boa experiência e não parece ser muito diferente de jogos de celular. Fuja desse, há opções melhores no Nintendo Switch, como Horizon Chase Turbo e Hotshot Racing.
Para mim, depois dessa trilogia de jogos poloneses (Bus Driver Simulator, Electro Ride e Cyberpunk 2077), ficaram duas lições: fugir de jogos com estética neon oitentista e deixar um pouco de lado os games do Leste Europeu. Espero que o leitor aprenda com meus erros, estamos aqui para isso.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong