Em meio a tantos nomes grandes no mundo dos simuladores de fazenda, recebemos Everdream Valley. O indie despontou em todas as plataformas recentemente, mostrando o que tem a oferecer. Mas o quanto ele consegue fazer melhor do que os competidores?
Desenvolvimento: Mooneaters
Distribuição: Untold Tales
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulador
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch
Duração: 20 horas (campanha)/25 horas (100%)
O caos instaurado
O jogo tem uma proposta interessante, mas confesso que se mostra um pouco confuso em vários aspectos, e tudo deixou bastante a desejar. Ele traz uma variedade de mecânicas, mas a maneira como são introduzidas em momentos inoportunos pode ser frustrante, antes do tempo devido.
Vamos começar falando dessas mecânicas em si. O jogo apresenta várias delas, mas a apresentação é mal feita e confusa. Às vezes, você se vê lidando com coisas complexas sem um tutorial adequado, o que pode levar a erros e frustração. Seria legal ter uma progressão mais clara, com cada jogabilidade sendo introduzida gradualmente e de forma mais instrutiva. Não parece que existe uma sequência lógica das coisas. Em vez disso, somos dados tarefas bastante desconexas para fazer.
Além disso, Everdream Valley também peca ao ser vago em várias missões, usando termos confusos (não ligados diretamente a objetos possíveis de serem criados, por exemplo) e não indicando claramente a localização para completá-las, especialmente quando precisamos encontrar certos animais – missão de encontrar galinhas, logo no início. Adicionalmente, há algumas mecânicas mal implementadas e sem instrução, como a ordenha das vacas, que exige a combinação de movimento com os Joy-con junto aos botões ZR e ZL.
Mapa grande demais sem necessidade
O tamanho do mapa é outro aspecto que pode ser um ponto negativo. Embora a ideia de um mundo grande e aberto seja empolgante, o tamanho exagerado dele pode acabar se tornando uma dor de cabeça. Muitas vezes, você se vê perdido e sem um objetivo claro, ou com muitas missões para realizar.
Também tenho a impressão de que muitas tarefas acabam sendo repetidas, sendo que pensei já ter resolvida ela anteriormente. Um mapa menor e mais focado poderia proporcionar uma experiência mais direcionada e envolvente.
Além disso, a gestão de energia é um incômodo. A necessidade de acompanhar constantemente a stamina do personagem e enchê-la pode interromper o fluxo do jogo. Isso pode se tornar uma tarefa tediosa e tirar um pouco da diversão, dado o fato de que simplesmente correr consome a sua barra de energia.
Pra compor o desastre, a hitbox age de forma estranha em muitos momentos, temos que correr atrás de animais para interagir com eles e estes podem ficar espalhados pelo mapa, o movimento do personagem é um tanto quanto flutuante, e existem itens demais para sairmos coletando por aí. A impressão é que o jogo tenta mirar em várias coisas ao mesmo tempo.
Precisava de mais atenção
Em resumo, Everdream Valley é um jogo com altos e baixos. Apesar de ter uma proposta interessante e uma variedade de mecânicas, a execução de algumas delas deixa a desejar. A falta de clareza nas missões, minigames mal executados, o tamanho exagerado do mapa, a gestão de energia frustrante, a hitbox estranha e o movimento flutuante do personagem são pontos negativos que prejudicam a experiência e a torna bastante sem foco. Você é plenamente capaz de tornar a fazenda de seus avós em um paraíso bem construído, porém, o caminho é longo e tortuoso.
Cópia de Switch cedida pelos produtores