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Review Evil Dead: The Game (PS5) – Entre sobreviventes e demônios

Evil Dead: The Game é um jogo com foco em multiplayer assimétrico de 4×1, ambientado no universo da franquia Evil Dead (Uma Noite Alucinante, no Brasil). Seja na pele dos sobreviventes ou controlando a energia dos demônios, o título da Saber Interactive é atmosférico, divertido e um prato cheio para os fãs da série.

Desenvolvimento: Saber Interactive
Distribuição: Saber Interactive
Jogadores: 1 (local) e 1-5 (online)
Gênero: Ação, Multiplayer
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC,
Duração: 3 horas (campanha)

Alucinado na noite dos demônios

Ash esperando eu printar a tela

Evil Dead traz uma seleção de modos modesta, mas comum para jogos do nicho. Há dois modos padrão, sendo que ambos podem ser jogados em partidas contra outros jogadores ou contra a inteligência artificial. Os dois citados são Sobreviventes contra Demônio e Demônio contra Sobreviventes.

Jogar com os sobreviventes é uma experiência muito interessante. O objetivo do grupo é encontrar pedaços de um mapa que indicam a localização das páginas perdidas do Livro de Necronomicon e da Adaga Kandariana, que são itens necessários para invocar o livro mencionado e usar seu poder para expurgar os demônios.

Há quatro classes de humanos: Leader, Warrior, Hunter e Support, e elas contam com bônus passivos referentes à classe escolhida. Leader, por exemplo, é mais resistente ao medo, enquanto Hunter permite carregar mais munição e Warrior causa mais danos com armas corpo a corpo.

Como um jogo de ação, o jogador tem à sua disposição uma variedade de armas de combate corpo a corpo e de combate à distância para enfrentar as hostes demoníacas. Espadas, tacos com pregos, martelos, revólveres, bestas atiradoras e escopetas são apenas algumas das opções do arsenal, que conta, obviamente, com a clássica motosserra de braço acoplável de Ash. Seja em batalhas contra os zumbis do Warlord, as crias de Eligos ou os guerreiros do Necromante, Evil Dead usa e abusa de muito sangue e tripas, especialmente nos golpes finalizadores. Grotescamente divertido.

A exploração dos cenários é um fator de grande importância para o sucesso do objetivo, e não apenas pela busca por armas, mas também por causa de itens de cura e que concedem escudos de proteção para os sobreviventes; além de garrafas de Pink F, que é um tônico que permite que os personagens tenham suas habilidades básicas melhoradas. Essas habilidades vão desde pontos de saúde até ataque com armas de fogo e armas de corpo a corpo, sendo extremamente úteis nos momentos críticos das batalhas, que aumentam bastante as chances de sucesso do grupo.

Tocando o terror

Necromante combatendo sobreviventes

Uma das possibilidades mais divertidas de Evil Dead está em controlar os demônios para assombrar o grupo de sobreviventes. O objetivo do lado maligno é o extremo oposto dos mocinhos: impedi-los de invocar o Necronomicon e, em último caso, usar todos os meios possíveis para destruir o livro.

Há três classes de demônios: Warlord, Necromancer e Puppeteer. Cada uma delas tem poderes e estilos diferentes. Os controles em si e as habilidades mais básicas são as mesmas, então cabe ao jogador escolher a que melhor se encaixa aos seu estilo e gosto pessoal.

Para lutar contra os humanos, o demônio controlado pelo jogador deve coletar energia infernal espalhada pelo cenário para usá-la na criação de armadilhas, portais de criaturas servas do mal e possessão de objetos do cenário, como árvores, carros e até mesmo possessão direta dos sobreviventes. Quanto maior o caos e o medo causado, maior o nível de ameaça do “capetão”, e maior é a quantidade de pontos obtida. Estes pontos funcionam da mesma forma que os pontos de Pink F dos sobreviventes, sendo utilizados em uma árvore de habilidades que fortalecem o demônio controlado.

Dirigindo um carro possuído

Um fator decisivo tanto para os demônios quanto para os sobreviventes é o medo. Os humanos possuem uma barra de medo que é preenchida quando exploram sozinhos, caem em armadilhas demoníacas e enfrentam inimigos. Ao atingir o nível de desespero, eles ficam suscetíveis à possessão do demônio, que pode utilizar todos os recursos do possuído para causar danos em seus aliados. Para diminuir o medo, basta ficar próximo de fogueiras e lampiões, que podem ser acesos pelos humanos com palitos de fósforos.

À princípio, a impressão é de que os demônios de Evil Dead e suas habilidades são excessivamente fortes e desbalanceadas, mas essa impressão passa em partidas contra jogadores sobreviventes que jogam de forma mais coordenada e cooperativa. Ao mesmo tempo, os demônios podem invocar criaturas simplórias para causar confusão; além de monstros de elite poderosos e um chefe principal, cujas habilidades ativas são fortíssimas e seus ataques, defesas e pontos de saúde são aumentados. O balanceamento ocorre naturalmente nas partidas de acordo com a maneira como cada lado joga.

Subindo de nível… finalmente

Atirando em demônios

Todas as ações realizadas dentro das partidas concedem pontos de experiência. Cada personagem, tanto sobrevivente quanto demônio, possui níveis e árvores de habilidades individuais. Essas habilidades são desbloqueadas de forma permanente com os pontos obtidos ao subir o nível dos bonecos. 

Sobreviventes podem chegar ao nível 25, enquanto demônios podem ir até o 45. O grande problema aqui é a demora para subir de nível. Partidas contra a inteligência artificial aparentam conceder menos pontos de experiência, o que é justificável, visto que jogar contra ela é, em geral, bem fácil e simples. No entanto, mesmo em partidas Jogador vs Jogador, o progresso parece excessivamente lento. Para quem gosta de gastar centenas de horas, é algo que pode até ser convidativo, mas, caso contrário, a lentidão do progresso pode ser incômoda.

Um jogo alucinante

Evil Dead: The Game é competente e divertido. Seja na pele de sobreviventes ou causando o caos com demônios, ele conta com partidas rápidas, divertidas e repletas de momentos de ação e tensão. Com visuais ricos em detalhes e atmosféricos, além de uma parte sonora que ajuda bastante a criar tensão a todo momento, Evil Dead é mais do que recomendado.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores.

Revisão: Jason Ming Hong

Evil Dead: The Game

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Exploração de cenários e momentos de combate na pele de sobreviventes
  • Variedade de armas de fogo e corpo a corpo
  • Controlar os demônios é uma diversão acima da média
  • Grande variedade de classes, personagens e habilidades nos dois lados
  • Atmosférico em todos os sentidos

Contras

  • Sensação de progressão lenta