Fatal Frame IV capa

Review Fatal Frame IV: Mask of the Lunar Eclipse (Switch) – Assustador, mas datado e com bugs

O quarto game da série Fatal Frame estava originalmente preso na era do Nintendo Wii. Sem contar que este título é originalmente exclusivo da região asiática, sendo possível de jogá-lo apenas em versões traduzidas por fãs. Dito isso, desde que a Koei Tecmo remasterizou o último jogo Fatal Frame no ano passado (Maiden of the Black Water) e ele mostrou que se saiu bem em termos de vendas, a empresa decidiu arriscar na remasterização de Fatal Frame IV: Mask of the Lunar Eclipse, reconhecido como um dos melhores jogos da franquia.

Desenvolvimento: Koei Tecmo
Distribuição
: Koei Tecmo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Ação, Terror
Classificação: 14 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas:  Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC
Duração: 12 horas campanha/16.5 horas (100%)

Fantasmas, rituais e fotografia

Camera Obscura focando no fantasma

Aqui, jogamos como todos os quatro personagens principais: Misaki, Ruka, Madoka, eshoji. Três deles são portadores da Camera Obscura, um artefato que tem a capacidade de eliminar fantasmas. O personagem masculino, Shoji, é o único aqui que empunha uma lanterna com os mesmos recursos da câmera – o que às vezes é meio estranho, considerando que ela possui a funcionalidade de captura de imagem. A história gira em torno de cultos e rituais, crenças estranhas de fé alternativa, além de histórias horríveis envolvendo enfermeiras, médicos e sanatórios.

A jogabilidade em si sempre foi o auge de todos os jogos Fatal Frame, e essa consiste em muitos elementos de terror de sobrevivência. Há o fator exploração, que nos recompensa com itens consumíveis que podem repor nossa saúde, itens equipáveis ​​para a Camera Obscura, fragmentos para melhorar nossas capturas e respectivos filmes da câmera, além dos próprios itens-chave que abrem portas e nos permitem progredir.

Laterna sendo usada como câmera

O combate em si é focado em fotografar fantasmas em uma visão de primeira pessoa, no qual existem vários momentos de clicar a foto que podem causar diferentes danos. Quanto mais próximo um fantasma estiver de atacar o personagem, maior o risco e também maior é o dano que podemos causar no inimigo. A câmera também serve para clicarmos fantasmas fora de combate, o que nos recompensa com dinheiro para gastarmos com itens.

Também existem lanternas checkpoint em locais do cenário nas quais podemos salvar nosso progresso e comprar itens para nos ajudar em nossa jornada. Felizmente, podemos simplesmente passar por essas lanternas e o jogo será salvo automaticamente, o que acabou sendo um recurso muito bom de se ter nos dias atuais, em vez de ser necessário entrar num menu de salvamento e esperar o processo ser completado.

Puzzle em um painel com números

No quesito sensor de movimentos, o game utiliza os Joy-con para controlar a câmera durante os momentos de combate em primeira pessoa. Também é possível deixar apenas o analógico direito realizando tal ação, além de existir uma opção na qual o sensor de movimento trabalha em conjunto com o analógico responsável pela câmera. Ou seja, tem alternativas pra todos os gostos. Por fim, a versão remasterizada também conta com o Snap Mode, em que podemos brincar com personagens e inimigos do jogo para criar imagens engraçadas e publicar em redes sociais.

A pior parte de todo o jogo

Personagem explorando o cenário

O game tem muitos elementos datados, que definitivamente não envelheceram bem. Portas trancadas ainda não são apontadas no mapa, o que te leva constantemente a tentativas e erros porque você mal consegue lembrar por quais portas passou. Além disso, verificar o mapa é algo necessário e constante, e isso é um porre porque o objetivo é mostrado muito brevemente e você nem consegue vê-lo fixado em algum lugar sobre a tela posteriormente. Deveria haver uma maneira de deixá-lo aberto em alguns dos quatro cantos da tela.

Para finalizar, existem algumas falhas de soft-lock de game design ruim que foram trazidos da versão original, como fazer as coisas na ordem errada que não permite que você progrida ou acione certos elementos-chave; além de coisas pré-definidas, como o início de algumas batalhas fantasmas que podem te matar caso você não tenha usado uma sacred water (item de cura) para repor sua saúde antes.

Elementos datados, mas um ótimo jogo

O quarto Fatal Frame ainda é um jogo incrível e bem assustador, embora venha com muitos elementos falhos do título original da era Wii. Dito isso, ainda vale a pena o jogar, considerando que você consegue tolerar elementos de design de jogo datados que definitivamente não envelheceram bem. Também tenho a esperança de que a Koei Tecmo lançará um patch para atualizar algumas falhas que podem impedir seu progresso ao longo de alguns capítulos. Porém, considerando que se trata de um remaster e não um remake, é bem possível que falhas do título original permaneçam.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Fatal Frame IV: Mask of the Lunar Eclipse

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Jogabilidade arcade funciona muito bem
  • História cativante
  • Ambientação bastante boa

Contras

  • Movimentação truncada e lenta
  • Bugs e glitches que impedem o progresso
  • Não é possível reiniciar um capítulo
  • Mapa precisa ser consultado o tempo todo
  • Cenários repetitivos