Frostpunk: Complete Collection Capa

Review Frostpunk: Complete Collection (Xbox One) – Muito mais punição gélida e viciante

No último ano, tive o prazer de analisar o incrível Frostpunk para PC juntamente a um de seus DLC, Last Autumn, e me diverti horrores. Agora, experimentei Frostpunk: Complete Collection no Xbox com todos os conteúdos extras que foram lançados até então, a fim de ver como o jogo se traduz para controles convencionais.

Desenvolvimento: 11 bit studios‬
Distribuição: 11 bit studios‬
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação, Estratégia
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Xbox One, PS4, PC
Duração: 10 horas (capanha)/43 horas (100%)

Você, o líder de uma nova comunidade

Um novo lar

Em Frostpunk, somos o chefe de uma recém formada nação que se alocou dentro de uma espécie de cratera, após um intenso frio assombrar e destruir as terras inglesas. É necessário manter a calma, a ordem e a saúde de todos os habitantes de sua pequena cidade, caso contrário a falta de confiança das pessoas em você causará a expulsão certeira. Existem várias coisas que precisamos gerenciar aqui, e nada é tão fácil quanto muitas vezes parece ser. Precisamos nos preocupar principalmente com a temperatura das casas, fábricas e locais diversos de trabalho, caso contrário o frio poderá fazer com que trabalhadores fiquem doentes de forma grave ou que até tenham que amputar algum membro do corpo.

Podemos tomar decisões bem críticas também, como colocar crianças para trabalhar, porém, existe a chance de que estas se machuquem durante o seu turno. Por outro lado, é possível construir um abrigo para os mais jovens, para depois colocá-los para auxiliar engenheiros em seus trabalhos, resultando em uma capacitação profissional para eles.

Decisões em leis

Existem escolhas severas em questões que podem mexer com seu senso de moralidade, como o que fazer com corpos de habitantes que morrerem por causa do frio. Pode-se optar por construir cemitérios, o que causará o contentamento da população e, consequentemente, o aumento da confiança deles em você. Mas, podemos escolher colocar a pilha de corpos em um local gélido, para usá-los em transplante de órgãos ao liberarmos uma tecnologia para tal, mais à frente, o que é bom para a cidade, mas causará descontentamento dos cidadãos.

Seus trabalhadores doentes precisaram ser amputados? Não se preocupe, é só assinar uma lei de criação de próteses, porém, será necessário pesquisar a tecnologia para a criação de uma fábrica que monte esses equipamentos para seus habitantes, o que consumirá tempo, metal, esforço e afins. E, sim, tudo isso enquanto se preocupar com o frio e tempestades de gelo.

Fora isso, também podemos enviar equipes de cinco pessoas para investigar destroços e locais próximos, à procura de materiais, Automatons (máquinas que automatizam trabalhos) e até mesmo sobreviventes. Nestes momentos, podemos realizar diversas escolhas, como afugentar ursos que estão prendendo sobreviventes em caverna frias e trazê-los para casa, como também permitir apenas a entrada de pessoas saudáveis em nossa cidade, deixando o restante à própria sorte. Cruel? Talvez, já que isso impactará seu progresso. Quem sou eu para julgar suas escolhas?

Adições de peso para algo que já era excelente

Tipos de leis

Fora o modo principal, existe o Endless que permite jogar até o infinito e além, para que você teste suas habilidades como um líder do povoado. Além disso, todos os conteúdos adicionais com suas mecânicas diferenciadas, lançados previamente no PC, agora, chegaram aos consoles. São estes:

  • The Rifts: um conteúdo extra que adiciona pontes e nos tira da cratera do jogo original. Assim, podemos expandir nossas terras para outros pedaços de gelo ao redor do local original.
  • On the Edge: um modo que adiciona postos de trocas, rotas seguras, novas construções, regras no Book of Laws e novas faixas de música.
  • The Last Autumn: o conteúdo mais diferenciado, como se fosse algo criado do zero. Neste DLC, precisamos construir um gerador no centro do local, o mesmo que será usado quando o frio intenso chegar. É como se fosse uma prequela do enredo principal.
"Mais um dia de trabalho... isso é vida?"

Como se não fosse o suficiente, ainda existem mapas (chamados aqui de Scenarios) extras: Arks, em que precisamos cuidar de arcas contendo todas as sementes de plantas do mundo, arcas estas localizadas ao redor da cratera; Refugees, o qual mais gostei, que constantemente nos coloca ondas de refugiados chegando para morar em seu vilarejo, e cabe a nós cuidar de todos eles construindo casas, colocando-os para trabalhar e, claro, mantendo todos vivos e aquecidos. Além disso, existe uma reação dos habitantes originais que ficam infelizes quando novos refugiados chegam; e Fall of Winterhome, o qual é liberado após 20 dias sobrevividos em A New Home (campanha original). Neste mapa, temos leis já assinadas, tecnologias criadas e uma pequena cidade construída, porém, em péssimas condições deixada pelo líder anterior.

Adaptação para controles

Atalhos no controle

Tratando-se da adaptação para consoles, existem vários atalhos que facilitam a navegação e comandos diversos, especialmente utilizando o botão RT em cima de construções. Com isso, podemos realizar ações como colocar o máximo de trabalhadores em um local, remover todos de uma só vez, ativar aquecedores internos, selecionar até qual horário o turno se estenderá e outras configurações contextuais de acordo com o edifício.

O mesmo serve ao navegarmos entre os principais menus, como o Book of Laws e a Technology Tree, que pode ser feito rapidamente pelo botão LT. Ao contrário de alguns jogos deste mesmo gênero que tem a péssima e preguiçosa ideia de colocar um cursor para utilizarmos, aqui todos os comandos possuem um seletor feito especificamente para a versão de consoles – felizmente. Portanto, não se preocupe com falta de precisa ao entrar em menus complexos e afins.

Gerador a ponto de explodir
Sobreviver aqui não é nada fácil

Porém, mesmo assim, não existe uma inteligência tão grande na questão de gerenciamento de trabalhadores com maior grau de instrução nem nada do tipo. Por exemplo, se você tiver colocado todos os engenheiros para trabalhar em um local que não exige mão-de-obra qualificada, mas teve que fazer isso porque a situação pedia, na hora de alocá-los em um posto médico não existirá uma opção dizendo onde que esses engenheiro estão no momento, ou pelo menos um aviso perguntando se queremos remover estes do lugar X para colocá-los na construção Y. O mesmo serve para os Automatons, que são máquinas gigantes que trabalham dia e noite para nós em troca apenas de mantermos o gerador aceso.

Outra crítica são os picos repentinos de dificuldade de Frostpunk. Nunca se pode dormir em serviço, já que de repente uma tempestade pode atingir sua nação e derrubar a temperatura em até inimagináveis -100 graus Celsius. Com isso, todos começarão a ficar doentes e morrerão pouco a pouco, caso não tenhamos nos preparado corretamente. Isso acontece mesmo jogando na dificuldade mais fácil de todas, mostrando que não existe uma forma realmente pacífica de se experienciar o game.

Um jogo incrível, agora completo nos consoles

Frostpunk: Console Collection é uma excelente adaptação de sua versão original para PC. Todos os comandos foram mapeados de forma espetacular, sem ficar devendo nada para um mouse e teclado. Apesar disso, seria mais bacana se a performance rodasse tudo em 60 fps em vez de 30,  o que traria mais fluidez ao navegar pelo cenário utilizando a câmera. Jogando em um Xbox Series S, sem qualquer tipo de otimização preparada para a geração atual, a resolução também não é das melhores e apresenta alguns serrilhados. Mesmo assim, é satisfatório poder rodar Frostpunk em um console de mesa.

Tratando-se dos conteúdos extras, a maior parte deles vale a pena. Last Autumn, de longe, é o melhor de todos, já que traz todas as mecânicas presentes na campanha original, as modifica e nos coloca em um ambiente completamente diferente com um objetivo totalmente novo. On the Edge e The Rifts também são bacanas, mas não se comparam ao DLC que traz o prólogo de A New Home. 

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Frostpunk: Complete Collection

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Muito conteúdo extra
  • Jogabilidade bem adaptada
  • Fator replay enorme
  • Ciclo de jogabilidade viciante

Contras

  • Gráficos borrados
  • Picos de dificuldade insanos
  • Um tanto quanto complexo