Como um game de estratégia com uma pequena pitada de Roguelike que não tem o objetivo de ser complexo e nem completo, Gallic Wars: Battle Simulator utiliza artifícios que apelam para o cômico tentando propiciar uma gameplay super divertida, com uma física que tenta ser engraçada e uma história que se passa durante as Guerras da Gália. O jogo aposta num cenário em que gauleses se empenham em tomar a invicta Roma, de uma maneira leve, rápida e modesta, modesta até demais.
Desenvolvimento: Mad Gamesmith
Distribuição: Ultimate Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Estratégia, Arcade
Classificação: 12 anos
Português: Sim
Plataforma: PC, Xbox One, PS4, PS5, Switch.
Duração: Sem Registros
Tomar Roma nunca foi tão fácil

Se Gallic Wars existisse na época de Hannibal Barca (um famoso general cartaginês que tentou conquistar Roma), ele certamente iria sentar-se e se divertir com o game, cujo objetivo é conseguir chegar e capturar a capital do Império Romano. Em Gallic Wars: Battle Simulator, somos carismáticos guerreiros gauleses, como Asterix e companhia, em busca de conquistar Roma. É possível fazer um paralelo da arte cartunesca do título com os quadrinhos franceses de Asterix e Obelix que foram aparentemente as influências do desenvolvedor, mas em contraponto com a arte carismática do jogo, o maior problema da obra está onde o criador apostou as fichas, na simplicidade.
Gallic Wars: Battle Simulator é mais banal que muitos títulos que vemos para o mobile, e até sei que ele tenta apelar para o público casual, porém isso pode desagradar uma parte do público mais exigente. A falta de variedade para irmos ao campo de batalha é de causar fúria. Temos apenas três tipos de unidade com uma inteligência artificial pífia, e os romanos também dispõem apenas desses três gêneros de guerreiros. Dito isso, a estratégia é extremamente limitada: esconder os militares em arbustos, colocá-los contra as legiões romanas e utilizar alguns poucos sortilégios para dificultar a vida dos guerreiros de Roma.
Avançando contra César

Com estas batalhas super simplificadas que parecem saídas de jogos de celular sem nenhuma inspiração, avançamos até Roma. Um ponto interessante de Gallic Wars: Battle Simulator que o faz, de acordo com a publisher e o desenvolvedor, ser um Roguelike é que se você acaba perdendo todos seus guerreirinhos, e depois volta do começo. Isso cria pequenos dilemas de risco e recompensa que, ao meu ver, é uma das coisas em que a obra acerta. Ainda assim tudo deixa a desejar, pois poderia ser melhor e com uma dinâmica mais trabalhada.
A gameplay é cheia de mazelas, problemas e coisas que deixam a simplicidade proposital em cheque. Locomover suas tropinhas e colocar barricadas ou armadilhas é algo que, às vezes, testa a paciência dos jogadores. Também mover a câmera no Switch é uma tarefa hercúlea e a jogabilidade parece ter sido feita de uma forma preguiçosa para o porte do console da Nintendo. Tudo funciona de um jeito horrível e isso pode fazer várias pessoas abandonarem Gallic Wars: Battle Simulator logo nos primeiros minutos do tutorial.
Empreitada que falhou

Com seu estilo cartunesco, simpático e com sua premissa simples, esse game de estratégia com pitada de Roguelike falha miseravelmente em divertir. Isso se dá muito por conta da sua falta na diversidade de unidades para o combate, pela falta de estratégia real e pela sua jogabilidade preguiçosamente feita.
Apesar de ter vindo de uma boa ideia e oferecer risco e recompensa digno de elogio, Gallic Wars: Battle Simulator tem uma simplicidade exagerada. Nos smartphones podemos encontrar várias obras simples, porém mais bem feitas que essa aqui. No dia em que Gallic Wars estiver numa loja de aplicativos para smartphone de forma gratuita, talvez valha a pena dar uma olhada. Nesse momento, ele é só mais uma gota de obras descartáveis no mar de jogos independentes.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong