Em 2008, Audiosurf chegou ao mundo trazendo uma inédita experiência rítmica que coloca o jogador no controle de uma nave em percursos com trilhas sonoras criadas dinamicamente, de acordo com os arquivos de músicas do próprio usuário. 15 anos depois, Gun Jam aplica o mesmo conceito em um jogo de tiro, mas infelizmente com uma execução que é notavelmente pobre e decepcionante. Criado pelos britânicos da Jaw Drop Games, o título está disponível para os jogadores de PC por meio da loja da Steam, com uma versão em realidade virtual vendida exclusivamente para os sistemas da Oculus.
Desenvolvimento: Jaw Drop Games
Distribuição: Raw Fury
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Tiroteio rítmico
O objetivo é sobreviver às adversidades da arena selecionada, derrotando os obstáculos que atacam o personagem principal ao longo de toda a duração da música escolhida. A proposta é simples e fácil de ser compreendida, mas o jogo não faz questão de explicar como tudo funciona, gerando uma frustrante confusão no primeiro contato com Gun Jam.
Só é possível disparar ou se esquivar dos inimigos na batida das músicas, e não é necessário seguir o ritmo, já que é permitido segurar os botões do mouse e realizar as ações automaticamente. A funcionalidade cria uma jogabilidade amigável para casuais, mas falta uma opção para desativar a ajuda e criar um nível de dificuldade maior. Existem quatro mapas disponíveis, cada um com sua complexidade e personagem padrão, sendo impossível personalizar as partidas e ter liberdade para jogar de qualquer maneira.
Desenvolvido com a Unreal Engine, Gun Jam apresenta bons visuais cartunescos, mas uma performance ruim, com frequentes travamentos que ocorrem durante a jogatina e prejudicam uma experiência cuja precisão é fundamental para completar cada desafio com sucesso. O jogo foi disponibilizado por seus produtores sem uma tradução para o português e com diversos problemas na interface, que nunca corresponde bem aos botões selecionados.
Qualquer música, mas nem todas
Logicamente, a música é um grande fator para Gun Jam, que inclui dez faixas de vários gêneros que foram compostas especificamente para o jogo. Todas as canções estão disponíveis ao abrir o título pela primeira vez, já que não existe nenhum sistema de progressão ou até mesmo alguma forma de perceber a curva de dificuldade de cada faixa.
Apesar de toda música já feita ser compatível com Gun Jam, nem todas as canções garantem necessariamente uma experiência divertida. O título se adapta melhor com faixas com 100 a 200 batidas por minuto, ao ritmo do eletrônico e gêneros semelhantes. Seria interessante se produtores tivessem implementado alguma espécie de integração com um serviço de streaming, já que é possível apenas importar mídias locais arquivadas em formatos como o MP3, que caiu em desuso nos últimos tempos.
Decepcionante
A ideia é bacana, mas Gun Jam é um jogo pouco envolvente por conta da falta de conteúdo e de mapas, além da baixa variedade de oponentes nas fases. O título não aparenta ser um produto completo e finalizado, mas sim uma demonstração de um conceito que ainda requer muito trabalho adicional para se tornar algo que seja realmente engajador por mais de 5 minutos.
Os desenvolvedores prometem atualizações com melhorias baseadas no feedback feito pela comunidade, mas Gun Jam não é um jogo em estado de acesso antecipado, e sim um lançamento que deveria ter sido entregue pelo pessoal da Jaw Drop em um jeito mais polido e completo.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno