Hyrule Warriors: Age of Calamity capa

Review Hyrule Warriors: Age of Calamity (Switch) – Chamada para a batalha

Em Hyrule Warriors: Age of Calamity voltamos à incrível Hyrule da aclamada obra de ação e aventura em mundo aberto The Legend of Zelda: Breath of The Wild de 2017. Porém, de uma forma “inigualável”, em que podemos controlar Link, a princesa Zelda, Impa e outras figuras marcantes de Breath of The Wild nos campos de Hyrule, para batalhas avassaladoras munidos de ataques devastadores, combos fantásticos e habilidades incríveis, combatendo centenas de inimigos de uma vez só. 

Desenvolvimento: Koei Tecmo 
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 2 (local) 
Gênero: Aventura, Ação, Luta
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataforma: Switch
Duração: 23 horas (campanha)/72 horas (100%)

Zelda “incomparável” 

No campo de batalha contra milhares

Age of Calamity é o segundo título da série Hyrule Warriors (Zelda Musou, em Japonês) porém, ele não é uma sequência do jogo de hack ’n’ slash que saiu pela primeira vez em 2014. Desenvolvido pela Omega Force (da Tecmo Koei) e distribuído pela poderosa Nintendo, Hyrule Warriors: Age of Calamity nos leva para cem anos antes dos acontecimentos vistos em Breath of The Wild, para retalhar milhares de inimigos e correr para impedir que Ganon, a Calamidade, se apodere dos quatro cantos do fantástico e belo mundo de The Legend of Zelda. 

Neste título hack ’n’ slash derivado de Breath of The Wild, conhecemos melhor o que poderia ter se passado cem anos antes do que vimos no jogo de 2017. Desta forma, começamos a acompanhar os incríveis e cativantes personagens que vimos anteriormente durante as gigantescas batalhas que foram travadas contra o mal que ameaçava naquela época o Reino de Hyrule, e são nessas batalhas que Hyrule Warriors se diferencia de outras obras da famosa franquia. 

Hyrule Warriors: Age of Calamity é um subgênero do hack ’n’ slash que é, de forma muito comum, chamado de gênero Warriors ou Musou (em japonês “無双”) um termo da língua nipônica que podemos traduzir como “incomparável” ou “sem igual”, e é desta forma que nos sentimos ao lutar em Age of Calamity. No game – assim como é característico do Musou – tomamos o papel de um personagem superpoderoso que, por sua vez, pode dizimar milhares com um só movimento dentro de um campo de batalha. Só que aqui, ao invés de jogarmos com os “incomparáveis” generais da China antiga como acontece em Dynasty Warriors, controlamos os heróis de Hyrule. Jogamos com a princesa Zelda, o cavaleiro Link, a ninja Impa ou um dos vários outros guerreiros formidáveis do Reino de Hyrule que vimos em Breath of the Wild.

Variados desafios aguardam

As fases são enormes campos de guerra, infestados com centenas de inimigos que possuem bases que podemos controlar, capitães e generais que podemos derrotar. Nesta parte não nos diferenciamos muito dos outros games desse tipo, porém a gameplay muda e se torna única por termos acesso aos Sheikah Slate, ou tábuas Sheikah se formos traduzir para o português.

Esse objeto, que é central em Breath of The Wild, nos dá habilidades diferenciadas no campo de batalha contra hordas de inimigos, usando as tais tábuas Sheikah. Podemos utilizar do magnetismo para atrapalhar as armas dos inimigos, congelar dezenas de outros, e também arremessar bombas nos amontoados de monstros hostis que vamos encontrando. 

Cada fase é diferente e por vezes precisamos usar dos artifícios que temos para abrir caminho, como destruir obstáculos com as bombas arremessáveis ou planar no ar quente usando o Paraglider para subirmos até lugares mais elevados nas zonas de combate, e em certas ocasiões temos a oportunidade de pilotar as Bestas Divinas – máquinas de combate titânicas que vimos no título de 2017 -, porém, depois das três primeiras pilotadas, manejar estas Bestas Divinas se torna algo bem maçante. 

Muitos afirmam que o gênero Musou (ou Warriors) não é pra todos, pois nele só encontramos games em que só podemos esmagar botões e matar mil personagens com um só combo, mas em Age of Calamity temos uma variedade que poucas vezes vimos em outros títulos do mesmo gênero. Mesmo que Hyrule Warriors: Age of Calamity não tenha tantos personagens quanto Dynasty ou Samurai Warriors, ele nos dá uma variedade na jogabilidade, com o enorme diferencial das Sheikah Slates, a possibilidade de roubar varinhas dos feiticeiros elementais e criar tempestades no meio das batalhas. Além disso, ainda temos a chance de mudar as armas e o moveset do Link várias vezes durante o jogo. Essas mecânicas fizeram muito bem a este segundo Hyrule Warriors, que consegue se diferenciar do primeiro e também das várias outras obras do gênero Musou

Um Link para um passado distinto

O majestoso lugar em tempos calmos de Hyrule
O castelo de Hyrule em tempos de paz

Neste passado não canônico de Breath of The Wild, nós sofremos, nos emocionamos e, por fim, lutamos com tudo que temos para salvar aquele reino ameaçado. Com o objetivo de impedir a Calamidade Ganon, batalhamos lado-a-lado dos heróis de Breath of The Wild, os campeões de Hyrule que tanto nos causaram curiosidade em 2017.

Na jornada de Link, em BotW, ouvimos e até vimos algumas coisas sobre como foram as batalhas contra as ofensiva de Ganon aos povos livres de Hyrule, entretanto, em Age of Calamity, vivemos estas lutas juntos dos bravos campeões daquele universo fantástico. Enquanto mergulhamos na trama e nas grandes e imersivas lutas, podemos também ver mais sobre aquelas figuras míticas de Breath of The Wild, e é incrível podermos nadar majestosamente com a heroína sereia Mipha; voar ao lado do rival alado de Link, Revali; e nos impressionarmos com a beleza e força da chefe dos Gerudo, a poderosa Urbosa. Desta forma conhecemos um pouco mais sobre cada um daqueles personagens, de um jeito dinâmico e envolvente. 

Aqueles que jogaram BotW e se empolgaram com os heróis, como o orgulhoso Revali ou o robusto e carismático guerreiro Daruk, encontrarão um prato cheio em Age of Calamity. Aqui vemos como os quatro corajosos guerreiros se uniram à corte de Hyrule e juraram pilotar as quatro Criaturas Divinas contra Ganon durante os primeiros avanços de suas forças sombrias. 

É satisfatório ver as belas cutscenes com textos bem polidos e ótimas linhas de diálogo, muito bem dubladas pelos mesmos atores de Breath of The Wild. A história, por mais que não seja canônica, de forma alguma é ruim ou tola. 

Junto de uma ótima trilha sonora, o game nos oferece um bom enredo acompanhado com uma narrativa consistente, em que temos desde momentos tensos até alguns mais leves, que podem escalar até o épico em partes da jornada.

A história contada dentro desta empreitada da Koei Tecmo no universo de Zelda me impressionou de várias formas, e todas foram positivas. Por mais que não seja o “verdadeiro passado de Breath of The Wild” como foi vendido, o que podemos observar no jogo é uma sucessão de eventos digna de um derivado do mesmo Breath of the Wild.

A tecnologia Sheikah 

O Mapa de Hyrule usado como um menu.
O icônico mapa como um menu de navegação

Muitos desenvolvedores e pessoas envolvidas tiveram ótimas ideias que fazem uma enorme diferença em Age of Calamity, como a já falada adição das tábuas Sheikah no combate, por exemplo. Outra grande ideia foi usar o icônico mapa de Breath of The Wild como menu, e lá podemos escolher – se quisermos – entregar coisas para realizar quests ou ir até lojas comprar materiais necessários para desbloquear tipos de comida ou terminar tarefas, além de que no mesmo mapa podemos escolher side quests de combate e missões curtas em campos menores que dão experiência e itens ao jogador. Apesar de todas essas boas ideias, nem tudo são flores. 

Os desenvolvedores da Koei Tecmo não conseguiram uma otimização que fizesse o título rodar 100% no Switch, as quedas brutas de frames por segundo são constantes e os travamentos também. Estes problemas acontecem tanto no game que o jogador acaba precisando se habituar a tais defeitos técnicos (que ocorrem bem mais no modo portátil).

Se olharmos para outros jogos do tipo Warriors, até mesmo de licenças da Nintendo como Fire Emblem Warriors, não vemos isso acontecer tanto quanto acontecem aqui, porém, por mais chatos que sejam os problemas , eles não chegam a estragar a experiência. 

Por Hyrule e por Hylia 

Campeões de Hyrule, unidos!

No fim do combate, quando todas as armas são postas jogadas ao chão, vemos que Hyrule Warriors: Age of Calamity faz muito bem aquilo que se propõe a fazer. Com mecânicas novas no gênero, adaptando mecânicas de do game de 2017 para as grandes batalhas que existem em jogos estilo Musou e fazendo tudo acontecer muitíssimo bem, ele nos leva com sua atmosfera e arte até o universo do Breath of The Wild. 

O jogo surpreende na sua história cativante ligada à obra de 2017, nos colocando na batalha pelo Reino de Hyrule contra as forças cataclísmicas de Ganon de um jeito diferente. Age of Calamity renova várias coisas dentro do gênero, dá ideias frescas para obras futuras e instiga na sua história e progressão de personagem. Mesmo com os problemas técnicos, o game brilha em vários aspectos se tornando uma compra quase obrigatória para os fãs da licença da Nintendo e para os fãs do gênero Musou que possuem o Switch. 

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

8.5

Hyrule Warriors> Age of Calamity

8.5/10

Prós

  • Artisticamente bem trabalhado
  • Atmosfera de Breath of The Wild
  • Trilha sonora cativante
  • Mecânicas novas que variam o gameplay
  • Personagens jogáveis adorados

Contras

  • Problemas técnicos em toda parte
  • Má otimização
  • Variedade de equipamentos apenas para Link
  • Missões secundárias repetidas