Ittle Dew foi um dos jogos que mais me chamaram atenção na época onde os primeiros modelos de iPad estavam se popularizando. O indie foi lançado também, posteriormente, para outros dispositivos com touch screen, e finalmente chegou ao Nintendo Switch.
Se inspirando em títulos da famosa franquia The Legend of Zelda – inclusive na câmera e design de personagem -, Ittle Dew traz elementos de aventura e exploração, com mecânicas de combate e puzzles que remetem ao clássico Goofy Troop do SNES.
Desenvolvimento: Ludosity
Edição: Ludosity
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Puzzle
Classificação indicativa: Livre
Português: Legendas e Interface
Plataformas: Android, iOS, PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: 3 horas (campanha)/7.5 horas (100%)
Direto e reto
Ittle Dew possui enredo simples. A protagonista acaba naufragando junto com seu companheiro Tippsie em uma ilha, e precisa conseguir uma jangada para dar o fora.
Seu fiel amigo animalesco, através de um comando, fornece dicas sobre como algumas mecânicas do jogo funcionam – enquanto faz piada sobre tudo e todos -, e até mesmo soluções para resolver quebra-cabeças e derrotar chefes.
Sua tarefa principal é passar por dungeons e conseguir dinheiro suficiente para adquirir itens, que te ajudarão a avançar em sua jornada, na loja de Itan, o vendedor local que faz comércio de uma forma bastante peculiar.
O misterioso lojista também promete que, se você trouxer um artefato específico para ele, sua jangada para ir embora do local estará garantida.
A apresentação também é interessante e bem feita, se apoiando em diálogos curtos e bem humorados, mas que complementam a imersão na história contando ao jogador o necessário para entender o que está acontecendo.
Funciona bem ainda hoje
Apesar de ser um port de algo que originalmente funcionava há vários anos em touch screen, Ittle Dew foi muito bem traduzido para consoles mais atuais que funcionam com controles físicos.
A jogabilidade, mesmo sendo simples, é bem acessível e faz com que o jogador seja desafiado ao resolver os puzzles apresentados. Todos são bem rápidos, mas exigem uma boa dose de raciocínio e recompensam de forma instantânea e satisfatória liberando passagens novas, permitindo acessar baús e avançar no enredo.
A dificuldade é bem compreensiva com todos os tipos de públicos, fazendo com que a protagonista volte ao início da sala caso o jogador morra, em vez de punir de forma agressiva.
Os gráficos são charmosos e lembram os jogos em Flash publicados no clássico site Newgrounds.com. E isso de forma alguma é um demérito, já que outros títulos também possuem o mesmo estilo e tem obras de autores que estrearam exatamente do mesmo lugar, como os jogos da The Behemoth.
Brincando com o gameplay
Mesmo sendo aparentemente superficial, Ittle Dew sabe fazer bom uso de suas mecânicas de uma forma bem diversificada.
Após conseguir um dos primeiros itens do jogo, por exemplo, Ittle aprende a habilidade de criar portais utilizando um bastão e uma pedra do portal. Assim os quebra-cabeças exigem um pouco mais de agilidade e lógica. Existe também uma espada com efeito de fogo, o que permite quebrar blocos de gelo e colocar fogo em gravetos.
São através destes pequenos detalhes e mudanças de gameplay que Ittle Dew consegue conquistar os amantes de jogos de aventura, exploração e puzzle..
Poucas coisas mal aproveitadas
Ittle Dew é um excelente jogo em sua proposta, mas fica devendo em alguns elementos, como o combate. Esta é a parte mais fraca do jogo, fazendo com que sirva apenas para conseguir restabelecer a saúde do personagem e vencer batalhas contra chefes. As cartas também são bastante sem sentido, servindo apenas como coletáveis sem efeito na história ou jogabilidade.
Apesar disso, em questão de quebra-cabeças, o indie consegue sustentar perfeitamente a jogabilidade como um todo, e divertir sem frustrar até o menos habilidoso dos jogadores.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores