Metaloid: Origin é um Run n’ Gun 2D, que não somente bebeu, mas secou a fonte de inspiração de Mega Man e Sonic. Nele, você escolhe entre três personagens que precisam enfrentar a nefasta Lucian Corp, que busca fomentar a indústria de guerra galáctica, mesmo que isso custe o ecossistema e a vida do planeta.
Desenvolvimento: 7 Raven Studios Co. Ltd.
Distribuição: Eastasiasoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Interface e Legendas
Plataformas: PS4, PC, Xbox One, Switch
Duração: 3 horas (campanha)
Clichês em todo lugar
Sendo uma sequência de METAGAL, título de 2016, Metaloid: Origin apresenta uma invasão intergaláctica a um planeta chamado Utopia (semelhante à Terra, devido ao ecossistema variado) que é invadido por uma companhia com fins escusos, chamada Lucian Corp. Necessitando de recursos para financiar a guerra intergalática, a empresa invade planetas, drenando água, extraindo minérios, desmatando florestas e poluindo o ecossistema. A fim de proteger o planeta, Oberon, Rei dos Metalóides, manda seus três melhores Predadores, guerreiros de elite especiais para combater e pôr um ponto final nos planos de Lucian.
O jogo é cheio de estereótipos. Desde personagens femininas que usam armaduras reveladoras e nada protetoras, personagens masculinos que utilizam armaduras que mal deixam os olhos de fora (sim, Zeta é homem), ao vilão CEO inescrupuloso que só quer lucrar, o título garante uma diversão frenética ao estilo das aventuras do Maverick Hunter. Cada um dos Predadores tem seu foco e jogabilidade diferenciada, seja Erika, com suas rajadas intermináveis de tiro, que se assemelha bastante aos Mega Man iniciais; Zeta com sua agilidade absurda, poderes de trovão e disparos rápidos, porém fracos; ou Neva, que consegue navegar no mapa facilmente com seu jetpack, e oblitera inimigos com suas armas laser.
A campanha é curtinha, porém frenética. Ao iniciar, confesso que tive um pouco de preconceito e pensei que era só mais um clone de Mega Man. Mas, ao jogar, percebi que estava completamente enganado. A mecânica que mais me deixou realizado foi a de comprar armas com CR (ou Soulrium, de acordo com a lore). Isso difere bastante da maior fonte de inspiração, a qual você precisava derrotar o chefe da área para conseguir sua arma. Ao morrer, o personagem consegue voltar de onde estava simplesmente comprando “continues” com CR, facilitando bastante a vida de quem sente dificuldade nesse gênero. Metaloid : Origin também oferece um modo mais difícil, para os que se julgam aptos ao desafio.
A trilha sonora foi o aspecto mais inspirado em Sonic, e os ritmos rápidos caem bem com a jogabilidade veloz e frenética. Definitivamente, um ponto positivo.
Nem tudo são Soulrium
Apesar de tudo, Metaloid : Origin tem sua parcela de problemas. Ao iniciar o jogo, você é obrigado a escolher dentre as três personagens, porém, não há nada explicando sobre o tipo de jogabilidade de cada uma. Você precisa escolher na fé.
O level design é completamente confuso. Em certos níveis, é difícil saber se você está andando em círculos ou de fato progredindo. Não há linearidade nas fases; em algumas é da esquerda para a direita, em outras, você precisa ir pra direita, subir, e voltar para a esquerda. Isso acaba frustrando bastante, pois num gênero onde não se pode parar e nem soltar o gatilho, ter de se localizar e pensar se você já passou por ali acaba sendo um ponto negativo. Diferente dos jogos do ouriço azul, em que a todo momento você sabe para onde ir, apesar da velocidade frenética.
Metaloid : Origin também apresenta uma confusão artística, por assim dizer. Elementos do cenário são tão evidenciados que parecem que podem auxiliar o jogador de alguma forma, quando na verdade são só parte do fundo. Enquanto isso, algumas paredes são tão “normais” que esperava poder passar por elas, somente para ser impedido e precisar procurar outra rota. O indicador de saúde também confunde bastante, possuindo três estágios, e fica difícil saber se estava com a vida máxima ou se tinha sofrido algum dano no decorrer da jogatina.
Resumo da ópera
Apesar dos problemas de poluição visual, erros ortográficos, menus nada intuitivos, level design e interface confusos, foi um título que acabou inovando com mecânicas nunca vistas, jogabilidade extremamente fluida, trilha sonora digna de premiação e prestando homenagens a grandes jogos do gênero. Sendo um fã desse estilo, Metaloid: Origins foi o que eu precisava para matar a saudade, sendo diferente ao mesmo tempo. Definitivamente um must play para fãs de tiroteios frenéticos, música rápida e chefes coloridos.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong