Momodora: Reverie Under The Moonlight

Review Momodora: Reverie Under the Moonlight (Switch) – Metroidvania silencioso

Momodora: Reverie Under The Moonlight é um jogo indie brasileiro e o quarto título da série Momodora. Naturalmente, se espera um aprimoramento de mecânicas com as sequências, e felizmente isso é o que vemos por aqui.

O jogo traz aspectos mais polidos, com uma carinha de jogo de Super Nintendo, mas com jogabilidade da época 32 bit e uma qualidade que parece ser mais predominante em jogos do cenário independente.

Desenvolvimento: Bombservice
Distribuição: DANGEN Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma, RPG
Classificação indicativa: 12 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PS4, Switch, Xbox One, PC
Duração8 horas (campanha)/ 13 horas (100%)

Batalhas frenéticas

Direto ao ponto

Momodora: Reverie Under The Moonlight não possui uma explicação clara do que está acontecendo, apenas começa com a protagonista, Kaho do vilarejo de Lun, sendo guiada por um outro personagem até o início da floresta onde se passa a primeira fase do jogo. A história se passa em uma terra amaldiçoada que está sendo destruída aos poucos, e uma audiência com a Rainha pode salvar o mundo… mas o tempo é curto.

A primeira cena tem início com um guia acompanhando Kaho, e ele diz que pode a leva-la no máximo até àquele local. A partir disso tomamos o controle da personagem e seguimos adiante para começar o jogo de fato.

Isso pode ser bom e ruim, já que games como Dark Souls fazem um trabalho muito bom em deixar a maior parte de sua história num formato bem subjetivo para o jogador, de forma que este acaba criando suas próprias teorias malucas dentro da cabeça enquanto descobre pedaços do enredo ao longo dos próprios eventos do game.

Por outro lado, há aqueles que preferem uma história bem explicada e esmiuçada, o que não acredito ser tão necessário, já que Momodora: Reverie Under The Moonlight consegue dar uma pequena base para o que está acontecendo no início deixando pontas soltas que atiçam a curiosidade. Em certos momentos do jogo também somos apresentados à personagens que possuem falas bastante curtas, mas que aparecem para trazer uma sensação de utilidade em algumas lutas com chefes nos auxiliando com ataques.

Chefes bem desenhados

O Metroidvania que já conhecemos

Momodora: Reverie Under The Moonlight segue o estilo Metroidvania de ser, onde existe a necessidade de voltar à lugares já visitados para ter acesso à coisas que não podia por causa da falta de certas habilidades e itens. É um jogo de bastante exploração, consulta ao mapa e um combate bastante efetivo.

Acredito que o combate foi o ponto mais alto do jogo para mim, o qual fez com que eu sentisse o peso de cada golpe dado ao mesmo tempo que permitia uma esquiva através de um comando para aparar o ataque dos inimigos e evitar receber dano. A habilidade principal da personagem se dá através de sua folha cedida pela “Matriarca”, uma personagem citada no jogo sem muito pano de fundo. Por causa desse item, a protagonista consegue ataques cortantes, dar pulos duplos para, mais à frente, adquirir fragmentos para realizar um dash no ar.

Fora isso, também contamos com o arco e flecha, uma arma bastante precisa às longas distâncias, que mais à frente recebe aprimoramento para lançar mais de uma flecha ao mesmo tempo. Através de itens chave e equipáveis, adquirimos certas habilidades, como uma que permite com que nossa personagem se esgueire por pequenas passagens, revelando novos locais e itens que aumentam o HP permanentemente. Há também um mercador misterioso que surge, normalmente próximo aos pontos de save (os sinos de ouro), e vende equipamentos com efeitos ativos ou passivos que são comprados com dinheiro obtidos matando monstros.

Itens chave

O bom e o bem-feito

A história de Momodora: Reverie Under The Moonlight é contada em pequenas porções e anima bastante, o combate é bastante gostoso de se jogar – principalmente nos chefes -, a movimentação é excelente e tudo acontece em um ritmo bastante ágil. O cenário é um elemento bastante explorável, e confia em várias paredes falsas que, ao serem descobertas, revelam passagens secretas com itens que beneficiarão o jogador.

O mapa é bem útil para entender os pontos já conhecidos, quantos por cento já foi descoberto, onde há pontos de salvamento e em qual local você ainda não foi explorar.

Há também o famoso elemento de game design considerado “qualidade de vida” voltado para os próprios checkpoints, os quais são próximos as lutas com os chefes, evitando com que o jogador seja altamente punido e enviado para muito antes do local caso seja derrotado. Fora isso, desde o início também existe a opção de teleporte entre os sinos usados para salvar o progresso, sendo necessário liberar a função adquirindo um outro item chave. É realmente difícil de encontrar onde o jogo erra intensamente.

Save point

Pequenos delitos

Como falei, achar defeitos em Momodora: Reverie Under The Moonlight é difícil, mas não impossível. Infelizmente o jogo traz algumas coisas que podem aborrecer muitos jogadores mais detalhistas. O mapa, apesar de fazer um bom trabalho como guia, é péssimo no quesito “próximo objetivo”. Em nenhum momento há uma indicação de onde se deve ir, e isso ganha força pela falta de um registro no jogo para entender quais os últimos diálogos ou eventos ocorridos. Além do mais, por mais que já tenha explorado vários cantos, você não consegue saber qual local é qual, precisando estar naquele ponto específico para saber o nome de onde você se encontra naquele momento.

Se você também não tiver a sequência de fatos gravados em sua cabeça, pode esquecer: o jogo não irá te lembrar de nada. Por isso minha exploração foi bastante uma questão de tentativa e erro, onde muitas vezes me vi perdido pelos ambientes de Momodora, depois então descobria o que precisava fazer. Prepare-se para momentos confusos de backtracking.

A falta de poder “remapear” os controles também irrita, já que a visualização do mapa se dá através do “+” e navegação até a opção respectiva. Ou então fazendo uso do atalho rápido no botão “-“, o que faz com que o dedo esbarre toda vez no analógico esquerdo. Sim, a maior culpa neste segundo caso é da ergonomia dos joycons mal projetados pela Nintendo, porém é algo que devia ter sido previsto pelo desenvolvedor. Existem dois botões atrás, o ZL e ZR, que não fazem absolutamente nada, e isso é um desperdício completo.

Uma franquia que já amo

Momodora: Reverie Under The Moonlight é um jogo pelo qual me apaixonei por conta do visual e das mecânicas, além de que muito foi por conta de suas boas práticas que fazem a experiência de um Metroidvania ser mais prazerosa.

O jogo fica devendo um pouco em enredo, já que podia ter explorado bem mais os personagens que basicamente não tem impacto nenhum, tanto na história quando se tratando do aspecto emocional. Espero muito ver uma sequência, já que a cada jogo a franquia vem se mostrando capaz de fazer mais.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Samuel Leão

Momodora: Reverie Under The Moonlight

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Batalhas velozes
  • Habilidades interessantes
  • Gráficos lindíssimos
  • Inimigos variados
  • Boa duração

Contras

  • Mapa sem muitas funções
  • História e NPCs um pouco rasos
  • Fast travel demora pra liberar
  • Sem um "registro" ou log da história