Ano passado tive o prazer de jogar Nexomon: Extinction, um “pokeclone” cheio de personalidade, personagens carismáticos e uma boa dose de humor. Tudo nele estava devidamente em seu lugar, e era um jogo quase perfeito. Infelizmente, o título que deu origem à franquia não estava disponível para consoles, o que finalmente mudou com seu lançamento para todas as plataformas atuais. Já vou logo avisando que as boas notícias param por aqui. Nexomon tem um ritmo lento e monstrinhos desinteressantes, mas não é apenas isso que o torna inferior ao seu sucessor.
Desenvolvimento: Vewo Interactive
Distribuição: PQube
Jogadores: 1 (local)
Gêneros: RPG
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Android, iOS, PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 14 horas (campanha)/39.5 horas (100%)
Algum roteirista disponível?
Após uma breve apresentação, assumimos o controle de nosso protagonista. Descendo as escadas do quarto, damos de cara com o poderoso Nexolord, um lendário treinador de Nexomon que, através da força, aparentemente trouxe paz e harmonia para o mundo.
Algo muito suspeito está acontecendo e nossos pais estão diretamente relacionados, pois Nexolord veio à nossa casa para tratar de assuntos profissionais com eles. A partir daqui, devemos tentar descobrir por quê nossos pais estão tão próximos do Nexolord e qual projeto ele colocará em prática. Para isso, contamos com a ajuda de Ellie e do simpático robô Atlas, que nos guiará entre as diversas rotas e cidades do vasto mundo Nexomon.
Os diálogos são apresentados em caixas de texto, elementos comuns na franquia Pokémon até hoje. Muitos deles tentam divertir o jogador com piadas e referências claras à cultura geek. O enredo é simples e previsível, porém, funciona bem em sua proposta.
Temos que pegar!
Assim como nos jogos da franquia Pokémon, Nexomon conta com uma grande variedade de monstrinhos capturáveis que usamos em batalhas contra outros treinadores e Nexomon selvagens. Para capturá-los é necessário a utilização das Nexoarmadilhas, uma espécie de Pokébola. Um Nexomon enfraquecido ou com algum status negativo é relativamente mais fácil de ser capturado.
Após nos encontrarmos com Ellie e Atlas, temos nossa primeira batalha e devemos escolher entre os seguintes Nexomon iniciais:
- Vulazy: destemido e muito astuto, esta criatura do tipo normal sempre está disposta a lutar pelo seu mestre;
- Blizo: muito forte fisicamente, o inicial do tipo mineral não poupará esforços para eliminar seus adversários;
- Fethra: o inicial do vento é um dos mais temidos Nexomon existentes. Diversos treinadores fogem ao ouvir seu nome;
- Bevy: apesar de ser muito simpático e carinhoso com seu treinador, o inicial tipo água pode ser um adversário implacável para qualquer monstrinho deste vasto universo;
- Sprunk: não se deixe enganar por sua aparência fofa, pois suas chamas podem consumir até o mais forte dos guerreiros Nexomon;
- Velokitti: possante como um jato e veloz como um foguete. Esté é o inicial do tipo elétrico, senhoras e senhores;
- Petril: minha escolha pessoal foi esse, o inicial do tipo planta. Foi uma ótima escolha, pois em muitas batalhas ele carregou o time nas costas.
As evoluções também estão presentes em Nexomon. Os iniciais, por exemplo, contam com duas evoluções cada. As estatísticas são ampliadas e novos golpes e habilidades são desbloqueados conforme o nível dos monstrinhos é ampliado.
No total contamos com 310 Nexomon diferentes para capturar. Entre lendários, raros e comuns, completar a Nexopad é um desafio que somente os maiores treinadores do mundo conseguirão cumprir. Apesar de tantas opções, os designs dos monstrinhos deixam a desejar e muitos deles não são carismáticos e parecem cópias um dos outros.
Sensação de falsa liberdade
Em Nexomon, contamos com um mundo aberto cheio de batalhas, mistérios e confusões, porém, nosso fiel companheiro Atlas sempre nos guiará para a rota que devemos seguir para cumprir o objetivo atual. Este, com certeza, é o maior ponto negativo deste game: enxergar um mundo cheio de possibilidades, mas não poder explorá-las é frustrante. A ambientação é bem variada e podemos adentrar cavernas, densas florestas, ambientes mal-assombrados e até mesmo ilhas paradisíacas. Além disso, os cenários são detalhados e contam com espécies próprias de Nexomon.
Dentro das cidades, além de desafiar os líderes de ginásio, é possível curar os monstrinhos e adquirir diversos itens nas lojas, como poções para curar o HP (pontos de vida), itens para remover status negativos adquiridos em batalha, fora poder comprar Nexoarmadilhas.
A trilha sonora é muito repetitiva e enjoativa. Com menos de 3 horas de jogo, optei por ouvir o mais recente episódio do podcast Jogando Casualmente, desta forma meus ouvidos não seriam castigados com loopings infinitos de músicas ruins. E os problemas não param por aí, pois o fps do game cai toda hora, dando a impressão de que esta versão foi feita às pressas para aproveitar o sucesso de Nexomon: Extiction que, diferentemente de seu antecessor, tem um ótimo desempenho em todas as plataformas em que está disponível.
Experiência incompleta
Inicialmente, Nexomon foi lançado para dispositivos móveis, e suas origens são nítidas nas versões dos consoles de mesa. Faltou capricho nas texturas dos cenários e de alguns Nexomon que enfrentamos, além de que diversos pontos do mapa estão desfocados ou cheios de serrilhados, o que acaba sendo uma tortura para os olhos de um jogador um pouco mais observador.
Por fim, Nexomon apresenta um universo interessante mas que infelizmente foi mal aproveitado. A falta de capricho dos desenvolvedores não foi apenas na parte gráfica, mas em diversos elementos que empobrecem a experiência do game. Não é um completo desastre, mas está longe de ser uma obra-prima.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Nexomon
Prós
- Universo criativo
- Dificuldade moderada
Contras
- Gráficos mal renderizados
- Trilha sonora enjoativa
- Quedas de fps constantes
- Nexomon pouco carismáticos
- Gameplay lenta e arrastada
