Já se foi o tempo das grandes colonizações em que países tentavam a sorte de encontrar mais riquezas em outros continentes. Sorte pode não parecer a melhor palavra, mas foi a partir de um desvio de rota nada casual que estamos aqui hoje. Queira você ou não, isso é fato! Porém, por que essa fixação à sorte? Bom, porque Dice Legacy transforma gerenciamento de uma colônia em um jogo de sorte, e não de análise. As decisões não são baseadas em fatos, mas nos imprevisíveis lados de um dado.
Desenvolvimento: DESTINYbit
Distribuição: Koch Media
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Estratégia, Puzzle, Aventura, Simulação
Classificação: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Switch
Duração: 6 horas (campanha)
Os dados mandam

Em um planeta anelar, a sua embarcação chega em uma baía inóspita, e com um único objetivo: expandir. Mas não é tão fácil assim, pois é necessário coletar recursos e construir locais para caçar, minerar, plantar, entre outros. Então, como é que isso é feito? Com mão de obra, é claro. Ou seja, os dados!
O maior diferencial em Dice Legacy são as aleatoriedades dos seus dados. Cada um deles é um servo, variando pela cor. O mais comum e inicial são os aldeões, representados pela cor laranja. Porém, há outros como azul e verde, que são guardas e cidadãos, respectivamente. Cada um deles possui uma especificidade que é marcada pelos lados do dado.

O foco é principalmente nos aldeões, pois são os mais comuns e fazem os serviços mais básicos. Portanto, eles podem fazer de tudo um pouco: explorar, defender a vila, plantar, construir e garimpar. No entanto, só podem ser utilizados uma vez e possuem durabilidade. Sendo assim, quando usado ele muda de cor e, quando os dados são jogados, ele perde um ponto de durabilidade. Ao chegar em 0, o dado quebra, ou seja, o aldeão morre, mas existem formas de ampliar a duração de um dado, sendo preciso locais para isso como o Refeitório.
Edificando a colônia
Antes de mais nada, os recursos adquiridos em Dice Legacy também dependem de uma especialização do aldeão. Por exemplo, trabalhadores são representados com um machado e uma picareta, servindo tanto para conseguir madeira quanto pedra. Por outro lado, aldeões também podem ser guerreiros e defender a vila, mas não são tão bons quanto os guardas. Essas especificações são mostradas na frente do local, geralmente na cor branca. Conforme mais avançamos em nossa colônia, dados melhores serão necessários.
Como já foi dito, aldeões são a ralé aqui, logo, caso queira melhores trabalhadores será necessário educá-los de acordo com o seu desejo. Para isso, há construções que servem para transformá-los em outros tipos de dados, como a Escola que os transforma em cidadãos, ou a Caserna que cria guerreiros. Essa é uma das formas de aumentar a durabilidade do dado. Caso não queira mudar nada, é preciso alimentar o dado escolhido colocando-o no Refeitório.
Fica frio aí
Em qualquer civilização antiga, a maior adversidade enfrentada é o inverno. Dice Legacy não é muito diferente, pois a mudança de temperatura é um obstáculo terrível caso recursos como comida e materiais não sejam racionados. Caso contrário, obrigar os dados a trabalhar no inverno pode fazer com que eles fiquem congelados e a satisfação daquele tipo de servo decaia. Consequentemente, quanto menor for a apreciação de um grupo específico, maior as chances de problemas ocorrerem na colônia e também de acontecer uma rebelião.
Sempre que sua colônia passa por um inverno, questões políticas são discutidas pelos líderes. A partir disso, mudanças em como as pessoas trabalham são modificadas. Por exemplo, logo após um inverno, dois aldeões fornecem madeira extra ao trabalhar ou, sempre ao final de uma estação, você recebe um dado aleatório. Essas questões devem ser escolhidas, às vezes, com sabedoria, pois também afetam a apreciação de um tipo de dado, podendo diminuir ou aumentar.
A sorte nem sempre me sorri
Dice Legacy é uma experiência bem diferente da costumeira, trazendo a sorte para um gênero que depende de muita análise, forçando quem joga a ter pensamento rápido e se virar com os dados que recebe. Por se tratar de um lançamento em conjunto com a versão de PC, a aparência não deixa a desejar, mas não é nada incrível. Por outro lado, o mapeamento dos comandos e os menus podem ser confusos pela não utilização dos analógicos nas seleções, apenas com direcionais.
Dice Legacy foi uma experiência razoavelmente boa para alguém pouco acostumado a jogos de gerenciamento, como eu. No entanto, descobri que não tenho muita sorte e, em muitos momentos, me vi perdendo minha colônia ou para o frio ou para minha incompetência, fazendo com que todos os dados morressem. Depois de algumas perdas, aprendi a constituir de forma elaborada minha colônia e confiei no coração dos dados.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong