Capa do Phoenix Point

Review Phoenix Point (Xbox Series X) – Salvando a humanidade da extinção

Phoenix Point entrega aos fãs de jogos de estratégia – e aos amantes de XCOM – muitas horas de diversão, através de um mundo pós-apocalíptico à beira de um colapso total. Cabe somente aos jogadores evitar a extinção da humanidade revitalizando o Projeto Fênix, cujo objetivo é descobrir a origem do vírus que causou mutações em animais e humanos, os transformando em aberrações brutais.

Lidere os soldados desse projeto e esmague monstros e inimigos com seu poder militar ou, então, forme alianças com grupos de sobreviventes. Possuímos a liberdade para escolhermos o caminho que preferimos até a vitória – ou ao fim iminente.

Desenvolvimento: Snapshot Games
Distribuição: Snapshot Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Estratégia
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One
Duração: 37 horas (campanha)/133 horas (100%)

Vírus misterioso e projeto fênix

Mapa global.
Mapa global.

Após um desastre ambiental em escala global, o Pandoravirus surge na terra causando mutações em animais e humanos, os levando a uma insanidade descontrolada. Esses monstros agora buscam extinguir a raça humana da face da terra. Todo esse problema acaba levando a uma Terceira Guerra Mundial e, após isso, pouco restou das bilhões de pessoas. Com um planeta dominado por criaturas, piorando cada vez mais, apenas três grupos mantêm os sobreviventes firmes.

Porém, podemos dizer que esses grupos têm grandes diferenças entre si, e suas ideologias e planos para contornar essa situação são completamente distintos, os levando a conflitos recorrentes. Por exemplo: enquanto um deles age como uma organização militar controlada pelo punho de ferro de um ditador bilionário, que tenta acabar com as criaturas grotescas a partir do poder de fogo, o outro busca se aprimorar em máquinas mortíferas, deixando de lado seus corpos frágeis de carne e osso. 

Em meio a esse caos, o Projeto Fênix ressurge das cinzas, sendo controlado pelo jogador, e tem como principal objetivo descobrir a origem do Pandoravirus e encontrar uma forma eficaz de enfrentá-lo e salvar o que resta da raça humana. 

Felizmente, os desenvolvedores optaram por seguir uma forma menos linear de se atingir a vitória, podemos lutar contra tudo e todos sozinhos, ou então juntar forças com uma das facções. Existe mais de uma forma de chegar a um mesmo fim, e somos livres para escolher.

Planejamento e organização

Instalações de uma das nossas bases.
Instalações de uma das nossas bases.

No Phoenix Point, administramos nossas tropas e instalações em uma escala global, podemos observar como o vírus se espalha pelo planeta, atingindo diferentes localidades. As bases do Projeto Fênix podem ser estabelecidas por todo o globo, mas devem ser escolhidas e administradas com cuidado. Devemos estar atentos ao nosso entorno, onde estão os refúgios aliados, ninhos de monstros e pontos de interesse, os quais são marcados por interrogações pelo mapa e podem ser explorados de modo a conseguirmos recursos vitais para nossa sobrevivência.

Dentre os recursos, temos três tipos disponíveis: materiais, tecnologias e comida. Cada um deles tem sua importância durante o desenrolar da jogatina. Sem comida não podemos manter nossos soldados, e sem materiais e tecnologias não podemos construir equipamentos essenciais para enfrentarmos nossos inimigos. 

Tudo precisa ser planejado e, ao construir determinada estrutura, podemos acabar gastando mais do que deveríamos, o que leva a uma escassez que pode se transformar em algo muito mais grave se o jogador não estiver preparado.

O Pandoravirus se espalha pela terra em uma velocidade alarmante, e caso ele reduza a população a menos de 10% do seu tamanho inicial, causará o fim do jogo, o que acaba por colocar certa urgência nas decisões, fazendo com que planejamento e organização sejam vitais para se atingir o sucesso.

Enfrentando os inimigos

Matando algumas criaturas bizarras
Matando algumas criaturas bizarras.

O combate funciona por turnos em pequenos mapas gerados proceduralmente. Transportamos nossos combatentes para os objetivos com veículos aéreos, e, ao final das missões, devemos decidir para onde prosseguir, se iremos retornar a um de nossos quartéis para que nossos soldados possam descansar ou se vamos comprometer a vida deles em mais uma missão de alto risco. Vale ressaltar que quem for abatido durante as missões morrerá permanentemente, e precisaremos recrutar novas tropas para seguir lutando. Além disso, nossa nave também pode ser atacada enquanto nos locomovemos, resultando em uma batalha aérea que pode causar a morte de todos caso sejamos derrotados.

Nossos personagens podem realizar diferentes ações em seus turnos, permitindo nos mover pelo mapa, pegar cobertura, atirar nos inimigos, jogar granadas, recarregarmos e utilizar cura. Todas essas ações custam uma determinada quantidade de pontos, renovados a cada turno. Também é possível pular o turno a qualquer momento, ou então deixar nossos soldados em alerta em uma determinada área no modo Overwatch. Caso algum inimigo entre nessa zona, ele será alvejado por quem estiver com esse modo ativo.

Melhorias e instalações

Equipando um dos nossos soldados.
Equipando um dos nossos soldados.

Com os recursos que podemos adquirir de diversas formas pelo mapa do Phoenix Point, é possível construir instalações em nossas bases, como dormitórios, campos de treinamento, laboratórios de modificação corporal, e oficinas para construção de armas, armaduras e outras utilidades.

Além das construções que custam recursos, desbloqueamos melhorias para nossos soldados com pontos de experiência, que são adquiridos nos campos de treinamento ou durante as missões. Esses upgrades variam conforme a classe do personagem, seja ele um franco-atirador, infantaria, suporte ou outro. Cada um deles pode ser desenvolvido de forma que os transformem em verdadeiras máquinas de matar. Isso causa um certo apego ao personagem, e nenhum jogador irá querer perder aquele combatente que está com ele desde o início da jogatina, sempre salvando o resto da equipe e destruindo as fileiras inimigas.

Facções do Phoenix Point.
Facções do Phoenix Point.

Um recurso muito bem-vindo é a possibilidade de personalizar nossas tropas, desde nomes até a aparência e cores dos equipamentos. Também é necessário os deixar sempre bem equipados com boas armas e armaduras, além de sempre estarem carregando munição e curativos que podem ser fabricados com nossos recursos – você não irá querer se deparar com seus inimigos e perceber que esqueceu de retornar a base para reabastecer. Cada decisão deve ser tomada com cuidado, e falhas não serão toleradas.

Fator replay e vasto conteúdo

Phoenix Point é um jogo com gráficos bonitos, uma história e universo interessantes, o que instiga o jogador a querer descobrir mais sobre o Pandoravirus e como tudo chegou àquele nível de caos. Ele possibilita o máximo de liberdade para que possamos escolher o que melhor se adequa a nossa visão de mundo, e o que consideramos a melhor saída possível deste desastre global. 

Com dezenas de horas de jogatina, diferentes cenários com elementos destrutíveis e um forte fator replay, o título da Snapshot Games consegue entregar uma experiência agradável e satisfatória aos fãs do gênero.

Porém, mesmo acertando em maior parte das suas mecânicas, Phoenix Point ainda peca com um combate que fica bastante repetitivo após algumas horas de jogatina, uma interface pouco amigável que poderia ter sido melhor trabalhada, e a falta de tradução para o português brasileiro, que impede muitas pessoas de darem uma chance à obra. Mesmo assim, ainda recomendamos o título aos amantes de jogos de estratégia que buscam uma opção com muito conteúdo e horas de diversão.

Cópia de Xbox Series X cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Phoenix Point

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Muito conteúdo
  • Bons gráficos
  • História e universo interessantes
  • Liberdade de escolhas e fator replay
  • Variedade de inimigos

Contras

  • Sem tradução
  • Combate repetitivo
  • Interface que deixa a desejar