Pokémon Brilliant Diamond Capa

Review Pokémon Brilliant Diamond (Switch) – A fórmula clássica tem salvação

Em uma versão totalmente refeita, Pokémon Brilliant Diamond, juntamente a sua versão alternativa Shining Pearl, chega ao Switch em um jogo completamente projetado do zero, em uma tentativa de revitalizar a 4ª geração da franquia de monstrinhos de bolso mais famosa do mundo dos videogames.

Desenvolvimento: ILCA
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1 (local) e 1-2 (online)
Gênero: Aventura, RPG
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: 26.5 (campanha)/112.5 horas (100%)

Remake da 4ª geração

Seleção de cor de pele

A equipe vilã da vez é a Galactic Team, uma organização criminosa cujos objetivos envolvem a criação de um mundo completamente novo, destruindo o atual. Isso não é nada muito original, obviamente. Essa falta de originalidade também envolve a história do jogo como um todo, que novamente traz a velha fórmula de desbravar o mundo de Pokémon – desta vez, a região de Sinnoh -, vencer todos os líderes de ginásios e, finalmente, ser o campeão da Liga Pokémon.

Essa fórmula citada acima é o que mais faz fãs em tempos modernos da franquia torcerem o nariz por falta de mudanças. Ao mesmo tempo, aqueles amantes mais assíduos de Pokémon, desde os tempos de Game Boy, não conseguem se desligar desse apego emocional e “mesmice” – no bom sentido. Posso me considerar um desses: o arroz-com-feijão da série sempre me conquistou, mesmo sendo mais do mesmo.

Batalhas aleatórias

Apesar disso, continuamos vendo certos elementos que nunca mudam, como batalhas aleatórias ao entrarmos em zonas com grama, cavernas, oceanos e afins. Isso também faz parte da proposta da série principal, ao contrário de Pokémon Sword & Shield e Pokémon Let’s Go!, os quais apresentam um ponto de exclamação ao existir um monstrinho andando por ali. O maior problema de manter a maneira padrão de fazer as coisas é a lentidão e a repetição.

Não vou mentir: tive bastante contato com Pokémon de formas “alternativas” há muitos anos, assim como muita gente que gosta dos jogos mais clássicos. A maior vantagem da experiência tida dessa forma, sem dúvidas, é a habilidade que temos de acelerar as coisas, o que transforma 100% a diversão – ao menos pra mim. Com isso, a dor da repetição fica bem menor, e podemos avançar mais rapidamente em todos os sentidos. Ainda assim, melhorias foram vistas nessa versão. Vale dizer também que nunca joguei por muito tempo as versões originais, então minha visão sobre o remake é praticamente “zerada”.

O que esperar de uma versão moderna

Personalização

Pokémon Brilliant Diamond, especialmente por ser um remake do jogo de Nintendo DS, perdeu bastante a chance de adicionar uma forma de acelerar as batalhas ou cortar as animações de introdução e finalização do embate. Obviamente isso não deveria ser obrigatório, mas sim opcional para pessoas sem tanta paciência que não tem tempo a perder.

Agora podemos personalizar a cor de pele do nosso personagem, além de, mais à frente, trocar suas roupas as comprando em lojas especializadas no assunto. Isso dá um toque mais pessoal ao protagonista escolhido, e gosto muito.

Batalhas em duplas

Como de costume nos últimos títulos da série principal, temos também os Berries, que são frutinhas que podem ser plantadas em solos férteis e concedem seus frutos após um período de tempo. Eles também servem para serem equipados nos Pokémon, e causam efeitos diversos durante uma batalha como recuperação de saúde. Existe até mesmo um minigame envolvendo eles para criar novas combinações.

Algumas mudanças de qualidade de vida são muito bem-vindas, como uma legenda que fica escrita abaixo de golpes de seus Pokémon durante a batalha, uma vez que aquele movimento em específico já foi utilizado contra aquele Pokémon. Isso serve para nos auxiliar durante o embate, evitando com que tenhamos que confiar em nossa própria memória para utilizar um ataque super efetivo.

Mapa do mundo

Lembra quando você não sabia para onde ir nos jogos clássicos e tinha que ficar procurando um detonado na internet? Pois bem, agora temos um indicador de objetivos no mapa, mostrando onde é o próximo ponto de interesse para prosseguirmos na história. Destaco também o mapa detalhado dizendo o que cada cidade possui, como Centro Pokémon, Pokémart e afins.

Em termos de online, temos a opção de irmos até o Pokécenter e descer as escadas rolantes para ter acesso ao multiplayer (batalhas e trocas). Porém, basta apertar o botão Y em qualquer local e as duas opções, local e global, estarão disponíveis para entrarmos. E quem nunca se cansou de ter que trocar os Pokémon reservas tendo que ir ao Pokécenter e utilizar o computador? Agora podemos fazer isso a qualquer momento apenas acessando o menu principal, sem qualquer tipo de limitação em relação ao modo tradicional.

Mais melhorias muito bem-vindas

Kadabra evoluindo

Uma nova solução para amenizar o grinding em excesso, no sentido de ter que desenvolver cada Pokémon individualmente, vem no formato do compartilhamento de experiência automático para todos os seus monstrinhos na equipe, mesmo eles não tendo aparecido durante a batalha. Essa solução agiliza muito mais as coisas, e evita com que tenhamos que treinar um Pokémon por vez. Naturalmente, o monstro vitorioso em batalha receberá mais experiência do que o restante.

Apesar das HM não existirem mais (golpes que interagem com o cenário e que só podem ser removidos em um personagem específico), agora podemos utilizar os movimentos como Cut e Fly sem nem mesmo termos um Pokémon que tem esses golpes aprendidos. Com isso, um Pokémon genérico é mostrado em uma rápida cutscene. Ponto para quem pensou nessa melhoria.

Underground

Um ponto divertido a ser considerado é a possibilidade de tirar um Pokémon de sua Pokébola, e caminhar com ele por aí. Isso traz um ar mais Pokémon Yellow, no qual podíamos andar com Pikachu fora de sua bola. Isso não é apenas um aspecto estético do game, mas também funciona como uma forma de encontrar itens que, aleatoriamente, seu Pokémon pode vir a coletar no chão para você.

Em segundo plano, temos uma forma de personalizar as Pokébolas com adesivos, causando efeitos visuais quando o Pokémon entra em batalha, como símbolos de notas musicais ou elementais. Porém, não passa de algo estético. Também existe um local chamado Underground, no qual podemos explorar para encontrar alguns itens raros, além de que é possível batalhar com monstrinhos bem fortes. A parte bacana fica por conta de que podemos ver os Pokémon andando por lá, visualmente falando, em vez de termos que entrar em combates aleatórios como é no restante do jogo.

Divertido para quem não conhece, mas ainda podia ser melhor

Pokémon Brilliant Diamond é, sem dúvidas, um jogo divertidíssimo para quem nunca jogou sua versão original nos tempos de DS. O maior ponto positivo de todo o remake é graças às melhorias de qualidade de vida, que economizam nosso tempo sem ter que realizar processos burocráticos para tarefas simples. O Experience Share para todos os Pokémon de sua equipe também é uma atualização extremamente bem-vinda, e é graças a isso que não senti a necessidade de ficar treinando cada monstrinho da minha equipe individualmente de maneira forçada. Acabei chegando no final de tudo com os 6 principais com, praticamente, o mesmo nível.

Mesmo assim, verdade seja dita: Pokémon Brilliant Diamond ainda é vagaroso. Como disse anteriormente, a Nintendo poderia entender um pouco melhor o lado dos fãs de alguns RPGs de turno mais modernos, aplicando ainda mais melhorias básicas, já vistas por aí, em sua franquia. Porém, há uma luz forte no fim do túnel, já que fui bastante surpreendido com tantos recursos de qualidade de vida que jamais esperava ver em um título Pokémon em toda a minha vida.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Pokémon Brilliant Diamond

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Muitas melhorias de "qualidade de vida"
  • Menos burocracia para realizar ações simples
  • Experience Share é muitíssimo bem-vindo
  • Fórmula clássica ainda funciona bem

Contras

  • Batalhas precisam urgentemente de um botão de acelerar
  • Encontros aleatórios são irritantes
  • A trama é muito batida