Um assassino em massa é alguém que perdeu o controle da vida, tornando-se uma bomba relógio prestes a explodir que pretende causar o máximo de estrago possível. Existem jogos muito polêmicos que retratam isso de maneira quase perfeita, como Postal ou Hatred. Ambos tiveram sua temática questionada pelo excesso de violência desnecessária e por conta dos muitos casos que ocorreram na história dos Estados Unidos. Psycho Wolf possui a mesma temática, mas consegue fugir das polêmicas utilizando aspectos mais leves comparados aos outros dois jogos citados.
Desenvolvimento: HYDRAGON
Distribuição: Ultimate Games S.A., Falcon Games S.A.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registro
Um lobo malandro
Em um belo dia, o lobo pensa em uma forma fácil e rápida de ganhar muito dinheiro – e quem não quer isso? Após um tempo pensando, ele tem a brilhante ideia de pintar barras de ferro de dourado e vender como se fossem ouro. Por incrível que pareça, o plano funciona e vários animais compram as barras de ouro falsas. Porém, durante uma chuva, as barras começaram a perder tinta e o plano do lobo foi descoberto. De forma não tão justa, ele é julgado pelos animais e preso em um lugar esquecido por todos. Durante sua sentença, o lobo passa muita fome e acaba comendo algumas de suas barras de ferro. Elas acabam concedendo a ele uma força “sobre-lupina”, resultando em sua fuga da prisão. Agora ele quer vingança e pretende matar todos os animais existentes.
Essa é a história completa de Psycho Wolf, e não há nenhum complemento novo em seu decorrer. O enredo foi feito apenas para explicar os atos perversos cometidos pelo jogador e de impulsionar sua raiva contra os animais, no entanto, isso está longe de acontecer. O número grande de mortes são injustificáveis e se torna maçante matar tantos bichos, pois o motivo dessa matança é fraca, quase inexistente. É impossível sentir raiva e querer justiça pelo lobo, portanto, não é uma grande motivação para ajudá-lo a conseguir sua vingança.
Era uma vez um crafting
Criar itens com materiais encontrados pelo cenário é um fator que deveria ser importante em Psycho Wolf, mas é totalmente o contrário. Há objetos espalhados pelo mapa que, ao serem destruídos, derrubam um material para construir algo. É possível criar uma armadilha de urso, um saco para esconder corpos, um lockpick para destrancar portas e uma moita para se esconder.
Essa mecânica se torna indispensável, porque tanto o lockpick quanto a moita ficam sempre no inventário, mesmo depois de usá-los, e são os itens mais importantes para a gameplay. Os outros itens são quase inúteis, visto que os animais não caem nas armadilhas e ignoram os corpos mortos expostos em seu caminho, sendo assim, não há necessidade de escondê-los com o saco. Porém, eu os utilizei apenas para completar missões não obrigatórias, que não recompensam em nada o jogador.
Levando tudo isso em consideração, acredito que o crafting (criação de itens utilizando recursos) deveria ter sido deixado de lado e os itens deveriam ser encontrados pelo mapa. O jogador deveria procurá-los para completar as missões e assim seria mais satisfatório, desde que as missões oferecessem recompensas.
Assassinato em massa
A premissa de Psycho Wolf é matar todos os animais presentes no cenário utilizando o stealth. Após completar a onda de assassinatos, uma outra fase é liberada. O número de vítimas é grande e, caso elas vejam o lobo, começam a correr ou o atacam. Em poucos golpes o protagonista morre, sendo necessário iniciar a fase do zero.
Toda essa matança desenfreada é maçante, pois existe apenas uma maneira de fazê-la. Primeiramente, é necessário se esconder em um arbusto ou moita, correr para trás de um bicho e acertá-lo algumas vezes para matá-lo. Esse procedimento se torna mais rápido e fácil conforme o jogo avança. Não existe nenhuma forma alternativa para acabar com a vida dos animais, sendo assim, esse processo se repete até a última fase. Contudo, há 3 armas disponíveis: um porrete, um bastão com pregos e um machado. Porém, o machado é a arma mais forte do game, sendo inviável trocá-lo por uma das outras, já que ele está disponível desde o início.
Um ponto positivo
O design visual de Psycho Wolf lembra muito Don’t Starve, e arrisco dizer que ele até serviu de referência, fazendo com que seja o único ponto positivo nessa análise. Os cenários são bem grandes e, depois de um número de fases concluídas, o ambiente é modificado. Passamos por uma vila, uma aldeia indígena na floresta, o velho oeste e o céu dos animais. Todos eles são abertos e deixam o jogador livre para ir matar quem quiser primeiro.
Mesmo com gráficos tão simples, há muitas quedas de fps sem sentido algum. Em momentos como esse, alguns ataques perdem a precisão ou o comando não é correspondido, tornando a experiência bem frustrante. Em momentos finais do game ocorreram alguns travamentos, sendo necessário reiniciar e começar a fase do zero, e isso simplesmente me fez perder a paciência.
Difícil de defender
Psycho Wolf é um jogo que trata de um tema pesado de forma leve – isso se você não for um defensor dos animais. O lobo tem um bom motivo para se vingar, porém, não é o suficiente para que motive o jogador a entrar nessa vibe. A falta de diferentes formas para matar os animais faz com que apenas os primeiros minutos de jogatina sejam divertidos.Nem mesmo a mecânica de crafting salva dessa repetitividade, visto que ela é disfuncional e não impacta em nada no jogo.
O melhor ponto é o visual que, mesmo sendo bem simples, faz com que todas as mortes sejam “leves” de assistir. No entanto, mesmo com essa simplicidade, ocorrem problemas técnicos que causam uma dor de cabeça em muitos momentos, tornando Psycho Wolf em um pequeno desastre.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Psycho Wolf
Prós
- Visual
Contras
- Repetitividade
- Crafting problemático
- Motivação injustificável
- Problemas com fps
- Travamentos
