Review Puzzle Bobble 3D: Vacation Odyssey (PS4) – Quem nunca estourou umas bolhas coloridas por aí?

Não importa se você joga no PC, console ou celular: em algum momento você já se deparou com um daqueles joguinhos em que precisamos atirar uma bolota colorida em uma barreira de outras milhares de bolhas que vão descendo aos poucos. Sem contar a dupla carismática de dinossauros que realizava os arremessos e até chorava quando falhamos.

Acontece que essas fofuras jurássicas chamam-se Bub e Bob, e eles já estão no patamar de outros ícones dos games, como Mario, Sonic, Pac-man e Donkey Kong, que já são “trintões”. Como? Com a célebre franquia Bubble Bobble, de 1986, que depois evoluiu para Bust-A-Move/Puzzle Bubble – o nome varia com a sua localidade no planeta.

Puzzle Bobble 3D: Vacation Odyssey dá um passo ousado em direção à evolução, levando o conceito simples de estourar grupos de bolhas da mesma cor para o complexo ambiente tridimensional, e ainda oferece a experiência diferenciada da realidade aumentada. Mas será que esse casamento deu certo?

Desenvolvimento: Survios

Distribuição: Survios

Jogadores: 1-2 (online)

Gênero: Arcade, Puzzle

Classificação: Livre

Português: Legendas e Interface

Plataforma: PS4, PS5 e PSVR

Duração: Sem registro

Mirei aqui, acertei ali

Nada melhor para fazer em uma ilha paradisíaca do que explodir uma pilha flutuante de bolhas coloridas

Como já era de se esperar, a ideia aqui é a mesma da série como um todo: temos um agrupamento de bolhas com cores diversas e nossa meta é limpar a tela explodindo todas elas. Para isso, arremessamos uma que está na nossa bazuca para grudar nas outras da mesma coloração e, se acontecer uma combinação de três ou mais, elas somem.

A diferença de Vacation Odyssey é que tudo acontece em uma perspectiva tridimensional. Enquanto no 2D só seguíamos a orientação vertical, jogando debaixo para cima, aqui temos que escolher certinho o local do nosso disparo. Inclusive, ele influencia no próximo movimento, já que a formação gira de acordo com o ponto atingido. Além disso, não basta só acabar com todas. O principal objetivo é acertar o núcleo, que sempre está no centro da formação. Assim que ele brilhar, é só atirar nele e a fase é concluída. 

É só acertar o núcleo brilhante que a fase é concluída

A ideia é ótima e faz com que uma partida seja mais diferenciada que a outra, à medida que superamos cubos, cilindros, pirâmides, estrelas e outras formações com um molde mais diferenciado. Ainda há um “efeito rebote”. Quando atiramos para uma direção mais afastada da formação, seja acima ou dos lados, a bola quica e bate na parte de trás, podendo acertar uma parte que está mais escondida. A sacada é bacana e amplia a possibilidade de estratégias para terminar um nível mais rapidamente. 

O grande problema é que a mira é bastante instável. Por mais que seja mais fácil atingir pontos estreitos e eliminar um grande grupo de bolhas de uma vez, nem sempre a mira segue nossas ordens e fixa o ponto que desejamos com exatidão. Este problema se agrava a partir do segundo grupo de fases, nas quais a formação começa a se mexer de um lado para o outro, fazendo com que algo que deveria ser no mínimo desafiador se torne uma experiência infernal.

A tarefa parece simples, mas quando a formação começa a se mexer, a mira começa a apresentar problemas

É possível usar poderes, como explosivos e bombas de tinta, mas a chance de errar esses tiros também é bem grande, e como esses poderes são comprados com moedas, o jogador vai pensar 300 vezes antes de querer usá-los para valer.

Nostalgia fofinha e curtinha

Algumas formações têm desenhos bem bacanas

Tirando toda essa problemática com a mira, que infelizmente é o que norteia o JOGO INTEIRO, não podemos deixar de dar mérito para os visuais e a trilha sonora. Por mais que não haja nada de esplendoroso, o universo de Bust-A-Move/Puzzle Bobble foi muito bem transportado para as gerações atuais.

Trocar a queda do agrupamento de bolhas pela limitação de jogadas, ou minutos, para ser o limite de falha do jogador não é inédito, mas encaixou muito bem. Além disso, os ambientes de cada ilha são simples e bem feitos e as melodias de fundo são todas baseadas nas trilhas clássicas, o que cria aquela sensação gostosa de revisitar um amigo querido depois de um longo tempo.

Não dá para imaginar o porquê um buraco negro iria sugar bolhas coloridas, mas vamos seguir com o roteiro...

A mancada aqui está em algo mais sutil, mas que faz a diferença, que é a experiência dos modos de jogo. Vacation Oyssey só possui três opções de disputa, sendo um modo História de 100 fases, contado com pequenas animações estáticas que ficam bem aquém do restante do visual apresentado; um multiplayer online para duas pessoas, e um modo Infinito, no qual devemos ir eliminando as variadas formações para impedir que elas sejam sugadas por um enorme buraco negro que apareceu no céu (sem nenhum motivo aparente, mas beleza).|

Faz muita falta poder jogar com mais de uma pessoa de maneira local, assim como nos bons tempos. Sem contar que ter apenas três modos de jogo realmente é pouco. Poderia ser incluído alguns desafios específicos ou temáticos, que relembrassem os títulos mais antigos da franquia. Tradição e modelos para isso tem de sobra.

Dá para matar a saudade

Jogar Puzzle Bobble 3D: Vacation Odyssey é algo bem bacana. Sempre vale a pena ver algo que conhecemos em uma época mais “arcaica” sendo traduzido para a tecnologia atual, ainda mais mantendo sua essência. Infelizmente, o principal do título ainda precisa de ajustes massivos para que torne a experiência tão satisfatória quanto a oferecida pelos seus antecessores.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Puzzle Bobble 3D: Vacation Odyssey

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Trilha sonora inspirada nas faixas clássicas
  • Ótimos visuais
  • Sensação de nostalgia
  • Boa transição do clássico 2D para o 3D

Contras

  • A mira não obedece direito
  • Poucos modos de jogo
  • Ausência de multiplayer local