Capa de Review Resident Evil Village: Expansão de Winters

Review Resident Evil Village: Expansão de Winters (PC) – Potencial desperdiçado

Depois de quase um ano e meio, o material extra para Resident Evil Village anunciado pela Capcom em junho de 2021 finalmente está disponível, por meio do lançamento da Expansão de Winters. Custando R$ 66 na loja da Steam e R$ 94 nos consoles, o pacote oferece uma nova história com a filha de Ethan, conteúdo adicional para Os Mercenários e um ponto de vista diferenciado para a aventura principal. 

Desenvolvimento: Capcom 

Distribuição: Capcom

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Terror, Ação

Classificação: 18 anos

Português: Interface, dublagem e legendas

Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X

Duração: 9 horas (campanha)/36 horas (100%)

Sombras de Rose 

Capa da campanha da Rose

O grande atrativo é uma inédita e supostamente emocionante narrativa, situada 16 anos após os eventos que foram retratados em Village. Com cerca de três horas de duração, o DLC detalha a vida de uma adolescente com dificuldades para se encaixar na sociedade, devido aos experimentos sofridos na infância. Tudo o que ela quer é se livrar do mofo e, com esse intuito, ela entra em uma jornada de volta à vila, através de memórias guardadas em um pedaço de megamiceto. No entanto, a viagem não acaba bem, e Rose acaba se transformando em alvo das ameaças que continuam vivendo neste mundo. O objetivo é escapar desse pesadelo e, para isso, a protagonista conta com seus poderes e a ajuda de Michael, um intrigante fenômeno que a auxilia nesta dura tarefa.

Unindo momentos assustadores com a ação e a furtividade, Sombras de Rose repete a funcional mixagem de elementos distintos proporcionada pela campanha principal. Sem trazer novidades, a Capcom recicla puzzles, oponentes e regiões do jogo original. Mesmo com a repetição de conceitos, a expansão tem ideias excelentes e assustadoras, mas é um desastre narrativo que não agrega para a experiência e nem para o arco narrativo geral da série. O DLC não combina com a proposta da franquia Resident Evil, visto que o terror puxado para o lado mágico e sobrenatural não faz sentido com a combinação de horror, ação e ficção científica que costuma ser apresentada pelos jogos desde 1996.

Os Mercenários: Ordens Adicionais

Mercenários com Chris Redfield

Os responsáveis adicionaram novas áreas no Mercenários, que coloca o jogador para eliminar uma determinada quantidade de inimigos dentro de um determinado tempo. O DLC habilita o acesso para Chris Redfield, Alcina Dimitrescu e Karl Heisenberg. Os novos personagens jogáveis possuem habilidades adicionais, que permitem diversas possibilidades inéditas de combate. Mas por algum motivo, Rose ficou de fora dessa atualização. Ela tem poderes que seriam ótimas ferramentas para os confrontos, e que deveriam ter sido exploradas pelo modo.

Apesar da equipe de desenvolvimento ter prometido correções, o mini-game ainda é extremamente scriptado, com um número exato de rivais a serem eliminados que só nascem em pontos específicos de cada mapa. Ter que ir atrás de cada adversário em vez de ser atacado por uma enorme horda passa longe de ser divertido. 

Terceira pessoa

Câmera em terceira pessoa

A opção em terceira pessoa desenvolvida pela Capcom é decepcionante, e não difere dos mods que a comunidade criou neste último ano. O modo novo não funciona bem, e acaba sendo o pior jeito de prestigiar o que é oferecido pelo game. Tudo foi construído pensando nos olhos do protagonista, e, por conta disso, as animações e o design de fases não são compatíveis com o campo de visão estendido. Os desenvolvedores não refizeram as cutscenes com o novo modo em mente, pois a câmera é simplesmente aproximada para o ângulo padrão durante as cenas. A escolha também evidencia problemas visuais que antes eram imperceptíveis, já que agora é possível notar falhas nas animações de Ethan e em diversos componentes dos cenários. 

A Capcom construiu um sistema travado, com controles que não propiciam liberdade ao jogador, já que a equipe insiste em fazer o impossível para evitar mostrar o rosto de Ethan. Sem alterações nas mecânicas, o título segue tendo a mesma gameplay projetada originalmente, resultando em uma jogabilidade em terceira pessoa pesada e pouco responsiva. A expansão não apresenta uma consistência entre suas opções, porque a perspectiva só está disponível para a campanha principal. Sem qualquer preferência de escolha, a narrativa de Rose é exibida exclusivamente através da câmera sob os ombros, e o minigame dos Mercenários continua travado no modelo de FPS. 

Poderia ser melhor

A Expansão de Winters é um pacote que adiciona muito material adicional para um produto que já é farto em conteúdo bônus. Porém, todas as três novidades decepcionam, já que nada atinge seu devido potencial. O pessoal da Capcom inegavelmente caprichou, pois Sombras de Rose conta com uma dublagem espetacular além de importantes funções de acessibilidade complementares, mas deixou de focar nos polimentos dos pequenos detalhes, que sempre transformam um bom jogo em algo verdadeiramente excepcional.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Resident Evil Village: Expansão de Winters

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • Novos personagens no Mercenários
  • Expansão da Rose é legalzinha

Contras

  • Modo em terceira pessoa é ruim
  • Mercenários segue sendo péssimo
  • Faltam opções de câmera