Imagine um mundo onde uma poderosa magia impede as pessoas de praticarem o mais belo esporte do mundo: o golfe. Para suprir essa falta, todos então passam a pescar, quando na verdade gostariam de estar naqueles campos enormes dando várias tacadas. Isso mudo quando Aerin, uma simpática loirinha, consegue pescar Clubby, um espírito que tem o poder de liberar os campos. Assim, começa nossa grandiosa aventura em RPGolf Legends.
Desenvolvimento: ArticNet
Distribuição: KEMCO
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, PC, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 13 horas (campanha)
Golfe e RPG
A premissa apresentada acima é simples, mas funcional. Além de jogar golfe, temos também que derrotar monstros, e muitos deles. Para tal, usamos nossos tacos como espada, e basta disparar golpes nas criaturas. Além disso, há uma infinidade de missões secundárias para fazer, como resgatar o gatinho, derrotar uma quantidade de inimigos, limpar uma caverna de monstros poderosos, e assim consequentemente.
Não há níveis, então o único jeito de ficar mais forte é usando equipamentos, que podem ser adquiridos nas cidades espalhadas no mundo. E muitos deles são um pouquinho caros, o que te obriga a jogar o mesmo buraco algumas vezes e conseguir um birdie (nome dado ao ato de completar um buraco com tacada a menos que o pedido pelo percurso) e assim ganhar um extra em moedinhas. É possível também encontrar dinheiro nos muitos baús espalhados pelo mundo e vendendo porcarias coletadas pelo caminho nas lojas.
Como o jogo é produzido em pixel art, isso significa que todo o mundo é plano, e isso facilita imensamente na hora de jogar golfe. Não precisamos nos preocupar com elevações e declives, mas somente com o vento, o qual pode afetar imensamente na direção da tacada. Mas, uma vez que esse sistema é entendido, é muito fácil explorar em benefício próprio.
Arte e estilo
E falando no gráfico, o resultado final ficou bastante agradável. Tanto a personagem principal como as pessoas na cidade, prédios, e tudo mais são extremamente bem feitos. Talvez a única excessão seja um dos chefões que claramente teve seus pixels aumentado de propósito, o que ficou meio esquisito, mas fora isso, nada a acrescentar.
No geral, cada uma das localidades tem suas próprias características. Todos os monstros seguem o bioma inserido, o que nem sempre é visto nos jogos de hoje em dia. Existem momentos durante a jornada em que tudo o que mais fazemos é ficar apreciando a paisagem.
Multiclasse e combate
Uma coisa que definitivamente me pegou de surpresa foram as classes. Depois de algum tempo de aventura, somos convidados a aprender movimentos especiais e consequentemente classes novas, como magos, guerreiros e por aí vai. Esses golpes são usados tanto durante a batalha quanto durante a exploração do mapa. Isso é bastante divertido e traz bastante variedade.
Ao usar o taco como espada, precisamos encarar diversos tipos de adversários. Ao derrotá-los, ganhamos itens que podem ser vendidos ou usados para criar outros equipamentos, moedas, e também encher a barra de poder de Clubby, que é utilizado para liberar novos buracos ou usar uma magia.
RPGolf Legends tem um ar que mistura bastante os primeiros jogos de Legend of Zelda com um toquezinho de Alundra. A trilha sonora também é extremamente divertida e encaixa bem com o restante do game. Um dos pontos altos do roteiro da história apresentada é não se levar tão a sério. Os desenvolvedores até brincam com isso no decorrer da aventura.
A Lenda do mundo, e do Golfe
A forma como RPGolf Legends foi feito é realmente bastante divertido. A pixel art usada é extremamente bem feita, mas a câmera poderia ser um pouquinho mais afastada, pois tudo fica meio grande demais, e ver com mais abertura o ambiente poderia ajudar bastante. O combate é divertido e funciona extremamente bem, inclusive nas batalhas contra os chefões. Jogar golfe é o ponto alto daqui. Estou extremamente esperançoso para ver os próximos jogos da ArticNet e espero que eles mantenham a barra no alto nível atingido.
Cópia de PlayStation 4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong