Um jogo de mundo aberto, irreverente, com suas sátiras e seu senso de humor levemente (ou muito) ultrapassado. Posso estar mencionando qualquer universo criado entre a geração do PS3/X360 e PS4/XONE, ou até mesmo GTA. Mas estou falando de Saints Row, uma série que criou personalidade o suficiente e se diferenciou da maioria. Eles atingiram o ápice em seu terceiro jogo, que lançou em 2011, e agora em 2020 lançaram uma versão remasterizada.
Desenvolvimento: Deep Silver Volition
Edição: Deep Silver
Jogadores: 1 (local), 1-2 (online)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação indicativa: 18 anos
Português: Não Possui
Plataformas: PC, PS4 e Xbox One
Duração: 15 horas (Campanha)/35 horas (100%)
Lembranças
Os principais problemas que remasterizações e remakes enfrentam são as memórias e as expectativas, na maioria das vezes elas são bem injustas, pois o jogo costuma estar carregado de uma bagagem nostálgica e possivelmente tornando o novo produto um fracasso antes da pessoa experimentar. Com Saints Row foi bem diferente, já que eu não tinha uma boa lembrança.
Eu joguei o The Third no seu lançamento, mas lembro de não identificar tudo aquilo que gostavam nele, e até então o meu sentimento sobre a franquia era mais de um clone de GTA. O que tinha de especial era seu senso de humor e sátiras – que pareciam não ter envelhecido bem quando pensava a respeito. Essa foi a minha surpresa ao rejogar, por tudo que é dito, até que permanece divertido. Eu esperava algo bem pior tendo como base piadas e conteúdo criado em 2011.
Tem outras partes que achei que seria surpreendido positivamente, mas o choque de realidade foi grande.
Confrontando os inimigos e as mecânicas
A realidade vem quando controlamos o personagem pela primeira vez e temos que atirar, pensei que precisava me acostumar, mas depois de horas jogando percebi que não é refinado do jeito que precisava.
As sessões de combate são estranhas, podem te colocar em arenas com muitos inimigos de diferentes tipos de armas, movimentação e em andares diferentes, e logo depois em confrontos muito tranquilos. E o motivo de ser assim não é a dificuldade adaptativa, nem tem isso aqui, é uma falha de balanceamento.
Na teoria parece ser um sistema normal de jogos, mas a movimentação do personagem principal e mira são lentas demais para ter um bom combate frenético – tipo Doom ou Titanfall 2. E também não tem muitos lugares com covers para ir recuperando a vida ou atirando – como na série Gears.
Ele acaba ficando no meio termo e isso não é algo positivo. Seria muito mais divertido se tivesse realizado uma das duas sugestões acima ou qualquer outra que melhorasse, pois já que não é muito prazeroso jogar algo com missões repetidas e contextos muito parecidos, o combate tem que ajudar a melhorar o jogo – infelizmente esse não é o caso.
Partes sobrando, outras faltando
Existe uma história em Saints Row The Third? Sim, mas ela não interessa muito porque a única coisa que vale pro jogo é o crescimento numérico da sua gangue, e não estou simplificando, é somente isso que se trata. É comum jogos tipo GTA não terem uma história principal tão coerente, pois a dificuldade de fazer um jogo de mundo aberto é enorme, e ter missões muito bem conectadas por uma trama é pra poucos.
Então são em algumas missões onde o jogo mostra o seu valor, seja com o carisma dos personagens ou até no que tem que fazer. Tem algumas cenas que são dignas dos melhores jogos da Rockstar, especialmente as que envolvem uma filmagem, mas somente nessas partes que o jogo se paga.
Infelizmente o jogo erra pelo excesso de missões – como quase todo mundo aberto – fazendo com que a maioria delas sejam mais do mesmo. Se tivesse metade delas com a qualidade que tem em seus melhores momentos, seria um jogo memorável.
Saints Row The Third Remastered é um bom remaster de um jogo mediano. A franquia conseguiu destaque quando começou a criar personalidade e parou de seguir as cópias de GTA, mas enfrentou problemas por ficar somente na sátira e não evoluir o seu universo.
É triste saber que até então o melhor jogo da série seja esse, ele tem boas coisas que podem servir de base para um produto realmente bom, mas até então isso não foi feito.
Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores