Spinch é um jogo 2D de plataforma feito com ilustrações do cartunista canadense Jesse Jacobs. Nele, um micro-organismo ágil tem o objetivo de encontrar sua ninhada entre diversos níveis, muita cor e uma música agradável.
Desenvolvimento: Queen Bee Games
Distribuição: Akupara Games
Jogadores: 1-10 (local e online)
Gênero: Plataforma, Ação, Arcade
Classificação Indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch e PC
Duração: Sem registro
A “princesa” está em outro castelo
Spinch se baseia em mundos. Cada mundo apresenta um tema e é constituído de três ou quatro níveis normais, dois extras e um chefe. Nos níveis normais, o jogador tem mecânicas comuns de jogos de plataforma (elevadores, monstros no meio do caminho, espinhos no chão etc.) e durante esses níveis têm-se três vidas e deve-se encontrar três filhotes da sua ninhada para capturá-los. Cada nível extra tem como principal objetivo capturar ao menos 75% de seus primos e com o sucesso das capturas, o jogador é recompensado com uma bomba que pode ser muito útil durante a batalha com o chefe final. Caso o jogador não consiga o sucesso, ele não ganha nada e não tem a chance de tentar novamente.
Após percorrer o colorido e árduo caminho entre as plataformas, é liberado outro mundo. A partir disso é apresentado um novo tema e uma trilha sonora diferente, mas será que nas fases a dificuldade permanece a mesma?
Mapas não tão legais
Em cada mundo vão sendo apresentadas novas mecânicas aos níveis que deixam o jogo mais interessante, porém algumas partes são exatamentes iguais em todos os mundos, como por exemplo a batalha com os chefes que pode se tornar repetitiva e nada convidativa para continuar jogando.
Outro ponto problemático é o balanceamento da dificuldade dos níveis. Geralmente, as primeiras fases são as mais fáceis e depois vão dificultando. Já em Spinch, o primeiro nível do mundo pode ser extremamente difícil e desafiador e o próximo ser exageradamente fácil.
As famosas fases na água
Assim como na maioria dos jogos de plataforma, é necessário se aventurar pelos já conhecidos níveis debaixo d’água. Apesar dos controles simples que conta com apenas dois botões, embaixo d’água eles se tornam imprecisos, o que dificulta bastante o movimento do personagem por certos caminhos.
Além da água, existe também uma espécie de “tufão” que te impulsiona para apenas um sentido do mapa. Nesse obstáculo se torna praticamente impossível controlar o micro-organismo de forma precisa – o que dificulta bastante já que praticamente é necessário perder um dos três corações disponíveis propositalmente para finalizar o nível. Dessa forma, essa parte não se torna nada agradável já que em um jogo de plataforma o mais divertido é ser o melhor jogador possível e passar de fase de forma rápida e precisa. Além disso, partes impossíveis de se passar o deixam menos divertido e convidativo para jogadores casuais.
O mundo dos jogos de plataforma
Existe uma variedade enorme de jogos indie de plataforma, cada um com suas peculiaridades, mas em Spinch a que mais se destaca é o desenho e a trilha sonora, contudo, a música pode não agradar a todos os gostos.
Assim como outros jogos similares (Cuphead, Super Meat Boy, Celeste etc.) a arte do jogo é bonita e a trilha sonora equivale com o estilo dos desenhos. No entanto, a dificuldade destes é consideravelmente maior e, portanto, um jogador veterano não terá grandes desafios para enfrentar.
A experiência de jogar no switch é muito agradável. Spinch roda bem no vídeo-game e o modo portátil vem a calhar, exceto pelos desenhos psicodélicos que podem gerar um cansaço visual e uma pequena confusão entre alguns elementos no jogo, tais como paredes e background.
Devo me aventurar nesse mundo psicodélico?
Sinceramente, a história não é muito interessante e o personagem principal não tem carisma, porém as ilustrações e a trilha sonora prendem bastante. O fato da dificuldade não ser sempre desafiadora faz com o que ele se torne monótono depois de um certo tempo.
O jogo apresenta um elemento de speedrun, mostrando apenas um cronômetro no canto da tela e salvando o seu melhor tempo. Porém, se contradiz em algumas partes, contando com alguns elementos de exploração nos mapas, tais como crias escondidas e níveis especiais para liberar.
Spinch é divertido de se jogar, os inimigos são engraçados e é uma boa forma de relaxar. Os níveis são bem rápidos e tranquilos. Caso tenha dificuldade em algum momento, a paciência e a prática te levarão à perfeição. Por fim, o jogo vale a pena ser jogado, principalmente se o que se busca é um jogo de plataforma para entrar nesse mundo ou apenas para jogar casualmente, mesmo com raras partes difíceis. Mas, caso o seu objetivo seja jogar competitivamente, talvez a experiência acabe em frustração e sem aproveitar o que o jogo tem de mais bonito: o visual.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores.
Revisado por Bia Bock