A brigada de aventureiros com sotaque britânico em um jogo de muitas piadas de filme B e um clima do mesmo nível, Strange Brigade, finalmente chegou ao Nintendo Switch, com alguns downgrades aqui e ali para acomodar o hardware do console da Nintendo. Apesar dos ajustes mostrarem claramente a diferença entre as versões dos outros consoles e a de Switch, isso de forma alguma muda a diversão que o game proporciona para fãs de tiro em terceira pessoa e elementos de arcade.
Desenvolvimento: Rebellion
Distribuição: Rebellion
Jogadores: 1 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Tiro, Ação
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataforma: PC, Switch
Duração: 7.5 horas (campanha)/17.5 horas (100%)
Múmias, escorpiões e espíritos do além
Ambientado em uma sátira dos filmes que trazem os anos 30 à tona, Strange Brigade é um jogo de tiro em terceira pessoa que nos apresenta um grupo de aventureiros que dá nome ao produto, em um clima de Indiana Jones e afins, enfrentando diversas criaturas e ameaças do antigo Egito. Existem quatro personagens selecionáveis disponíveis para escolhermos, sendo eles Frank Fairburne, Prof. Archimedes De Quincey, Gracie Braithwaite e Nalangu Rushida. Cada um deles possui seu próprio grupo inicial de armas, sendo possível equiparmos diferentes arsenais ao longo das fases em baús de troca de itens.
O objetivo aqui é simplesmente explorar os cenários, que não possuem tanto a serem explorados, adquirir itens, eliminar inimigos e coletar suas almas com um artefato que os personagens portam consigo. Não existe um comando para escalar os ambientes e nem mesmo para realizar um simples salto, porém, há vários momentos em que é necessário resolvermos puzzles existentes no local ou então encontrar itens que vão liberar a passagem até o final da fase. Elevadores feitos de forma arcaica e coisas similares também se fazem presentes, dando um pouco mais de verticalidade ao jogo.
Ao final de cada missão, ou mesmo durante elas em pontos específicos, podemos melhorar nossas armas com itens de melhoria, adicionando mais poder de fogo, precisão ou então uma cadência maior de tiro. Existem diversos gêneros de armas disponíveis, com suas características e vantagens próprias, como uma escopeta que espalha o tiro e causa bastante dano; metralhadoras semi-automáticas que são eficazes em longas distâncias, enquanto possuem um ponto fraco no ataque; e pistolas que possuem munição infinita e são um equilíbrio entre ataque, quantidade de munição e cadência de tiro, mas que limitam-se a confrontos rápidos e menos exigentes.
Itens secundários e de apoio também não podiam faltar, contamos com equipamentos que trazem granadas de mão, dinamite e até coquetéis molotov, além de poções para restaurar a vida. Fora isso, podemos utilizar amuletos que funcionam como habilidades para auxiliar na destruição das ameaças, principalmente inimigos que atacam em grupo.
Uma experiência sozinha que não se sustenta
Mesmo com a apresentação de cutscenes em vários momentos, principalmente algumas bem no estilo “filme antigo” para apresentar novos tipos de inimigos, Strange Brigade praticamente não possui história e muito menos uma boa narrativa. Trata-se muito mais de uma experiência descompromissada para jogar em sessões não muito longas, apenas para descansar a mente e distribuir bala em tudo que se move. Por isso, não espere momentos grandiosos, com diálogos interessantes ou quebras de quarta parede.
As fases parecem bastante desconectadas entre si, já que existe um início, meio e fim. Mesmo cada uma delas apresentando um cenário bem interconectado, tudo acaba sendo bem previsível. É possível notar também que uma mesma sequência na progressão também é sempre praticada: exploração rasa, eliminação de hordas de inimigos, resolução de puzzles e, talvez, utilização de algum item para abrir alguma porta ou barreira. Por isso, todas as missões vão passando a sensação de ser apenas uma leve mudança entre si.
Enquanto jogando sozinho o sentimento é de bastante solidão, o modo multiplayer já transforma completamente as coisas. É completamente divertido jogar em até 4 pessoas no modo online, sendo possível contar com seus companheiros para te reviver caso tenha falhado em manter-se vivo.
Infelizmente, a única forma de jogo co-op por aqui é através da internet, sendo que nem mesmo as versões para consoles mais potentes de Strange Brigade contam com um multiplayer de tela dividida. Além do modo história, há o modo horda disponível que traz muito daquilo já visto na campanha.
Divertido, sem fazer nada grandioso
Strange Brigade é uma experiência bastante arcade e divertida, mas especificamente quando acontece em conjunto com outras pessoas. Jogando sozinho tudo se torna bem repetitivo e maçante, já que todas as fases seguem um modelo igual de progressão. O looping de gameplay cansa rapidamente, mostrando que a variedade não é seu ponto forte.
A maior motivação acaba sendo melhorar as armas e, simplesmente, ver belos cenários que são apresentados a cada fase, visto que a versão para Nintendo Switch, como era de se esperar da Rebellion Games, foi tão bem executada quanto outros games da empresa, a exemplo de Sniper Elite 4, maravilhosamente trazido ao console da Nintendo. Por fim, se você gosta de jogatinas rápidas e sem compromisso, Strange Brigade foi feito pra você. Porém, se prefere algo mais bem trabalhado e profundo, aconselho ficar longe, porque enredo é algo praticamente inexistente por aqui. Adicionalmente, a versão para Switch traz controles da mira que utilizam o sensor de movimento, o que é uma boa pedida para games deste gênero. Apesar disso, DLC com personagens e campanhas extras, além do season pass, continuam sendo vendidos separadamente.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Kiefer Kawakami
Strange Brigade
Prós
- Multiplayer sem lags e bastante divertido
- Várias armas disponíveis
- Upgrades e habilidades
Contras
- As fases são bem parecidas, estruturalmente
- Repetição inevitável
- O single player é bem maçante
- Mecânicas de tiro são "duras" e não configuráveis
