Capa do Life Is Strange: True Colors

Review Life Is Strange: True Colors (Xbox One) – Entre altos e baixos

A franquia Life Is Strange retorna três anos após seu último lançamento, que emocionou os jogadores com a jornada dos irmãos Diaz. Este novo título chega trazendo uma grande evolução, principalmente quando se trata das expressões faciais, e é realmente impressionante ver o quanto os desenvolvedores da Deck Nine Games evoluíram nesses últimos anos.

Disponível para diversas plataformas, Life Is Strange: True Colors nos põe na pele de Alex Chen, uma garota que passou por muitos momentos difíceis e viveu boa parte de sua vida, até então, em orfanatos. Alex luta para compreender seu poder peculiar – assim como personagens dos jogos anteriores – enquanto busca um significado para sua vida e um lugar para chamar de lar.

Desenvolvimento: Deck Nine Games
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 9 horas (campanha)/14 horas (100%)

Lidando com sentimentos

Apreciando o pôr do sol.
Apreciando o pôr do sol.

Após acompanharmos indivíduos capazes de voltar no tempo e manipular coisas com o poder da mente, devemos encontrar um jeito de lidar com a capacidade de enxergar como auras coloridas, sentir e absorver fortes sentimentos de outras pessoas, com o poder psíquico da empatia. Alex Chen sempre sofreu muito graças a sua habilidade, o que a levou a ser tratada como alguém problemática que necessitava de medicação adequada. Por crescer como órfã e passar por famílias que não sabiam como lidar com ela, a protagonista sempre teve muita influência de emoções negativas, como medo, tristeza e raiva. Ter que lidar com vários outros órfãos também a afetou muito, pois, graças a sua peculiaridade, ela acabava sendo influenciada por coisas como explosões de fúria, ou uma tristeza sufocante de quem não vê mais motivos para viver.

Tudo muda quando atingimos idade suficiente para deixar a instituição e, com nossa protagonista agora mais velha, somos convidados a morar em Haven com nosso irmão mais velho, Gabe Chen, este que passou anos nos procurando após termos sido separados enquanto crianças. Sem pensar duas vezes, aceitamos o convite.

Haven e suas histórias

Chegando a belíssima cidade de Haven.
Chegando a belíssima cidade de Haven.

Haven Springs, comumente conhecida como Haven, é uma cidade pitoresca localizada nas montanhas do Colorado nos Estados Unidos, que podemos descrever como uma pequena e pacata cidade mineradora cheia de beleza e pessoas hospitaleiras. Vale lembrar que, mesmo que Haven seja um local fictício, existe uma vila portuária chamada Glen Haven no estado americano de Michigan, que definitivamente parece ter sido a inspiração para o jogo que, aliás, aparenta ser um ótimo destino para se visitar algum dia – mas não existe nenhuma confirmação oficial sobre isso.

Voltando ao que interessa, Life Is Strange: True Colors se inicia com Alex chegando à cidade para reencontrar seu irmão que não vê há anos. Gabe rapidamente faz com que a personagem se sinta em casa, nos apresenta alguns lugares interessantes e pessoas pra lá de carismáticas. Neste novo jogo, temos uma ótima construção de personagens: cada um deles é único, com personalidades distintas e histórias sem iguais. 

Essas construções foram tão bem feitas que faz com que o jogador se conecte com todos, mesmo com aqueles que não são bem um exemplo para a sociedade. A história vai girar em torno de um acontecimento extremamente trágico e em como lidamos com isso, e cabe a nós a responsabilidade de investigar o que acarretou essa tragédia para que assim possamos ter um pouco de justiça, e que os responsáveis não saiam impunes.

Para evitar spoilers que impactem na experiência de quem estiver lendo, não iremos nos aprofundar na história, mas fazemos questão de destacar o quão incrível é ter que, no papel de Alex, lidar, sentir, compreender e ajudar o próximo. Mesmo que isso nos abale, no fim, nos ajudará a amadurecer e controlar nosso poder.

Evolução natural

Embarcando em uma aventura medieval
Embarcando em uma aventura medieval.

Após participarem do desenvolvimento do primeiro Life Is Strange e sua prequela, Life Is Strange: Before The Storm, a Deck Nine Games retorna ao desenvolvimento da franquia mostrando tudo que aprenderam nos últimos anos. Fica bem claro a evolução da obra. As expressões faciais finalmente alcançaram um nível de qualidade que realmente conseguem passar aquilo que os personagens estão sentindo, principalmente se comparamos com as expressões bem pobres do primeiro jogo da franquia – que por sinal, serão retrabalhadas no remaster que sairá futuramente.

Mas a evolução não acaba por aí: mantendo o que já vimos, ou melhor, ouvimos nos outros títulos, a trilha sonora utilizada é incrível, e encaixa perfeitamente nos vários momentos da nossa jornada, sejam eles bons ou ruins. É o tipo de trabalho que traz uma enorme visibilidade para aqueles que são, por muitas vezes, cantores pequenos e não tão conhecidos, pois todos saem ganhando.

Aproveitando cada momento.
Aproveitando cada momento.

O estilo artístico e gráfico continuam deslumbrantes, e observar a pequena cidade de Haven, aproveitar o pôr do sol e descansar na beira do lago são coisas que marcam o jogador. A possibilidade de criar laços com os moradores, a ponto de mudar o final do jogo com isso, e ter um grande número de decisões que realmente impactam e moldam o caminho que seguimos, demonstra muito bem o que a franquia se tornou. 

Uma aventura marcante

Life is Strange: True Colors emociona de diversas formas, sentiremos alegria, medo, raiva e tristeza de uma forma que só essa franquia consegue fazer. Iremos nos deparar com figuras e momentos inesquecíveis, ficaremos imersos em temas extremamente delicados, buscando muitas vezes o significado para algo que não temos certeza, e tomando decisões que definirão o futuro de Alex Chen. O leque de inúmeras possibilidades cria um fator replay bem interessante, e faz com que cada um tenha uma jogatina única. Poder conhecer e conviver com Gabe, Ryan, Steph, Duckie e vários outros, faz cada segundo valer a pena.

Todos esses momentos fazem com que o novo game da Deck Nine Games se sobreponha a várias outras opções disponíveis no mercado, mantendo o nível com o qual os fãs se acostumaram, entregando uma experiência sensacional. 

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Life Is Strange: True Colors

8

8.0/10

Prós

  • Gráficos bonitos e estilosos
  • Ótima trilha sonora
  • Expressões faciais muito boas
  • Variedade de escolhas que impactam na história

Contras

  • Algumas escolhas sem consequência
  • O jogo trata superficialmente temas que mereciam mais atenção