The Texas Chain Saw Massacre coloca um grupo de amigos para serem caçados por uma família maluca, depois que uma viagem em busca de uma pessoa desaparecida termina mal. Desenvolvido pela Sumo Digital em parceria com a Gun Interactive, o game é um multiplayer assimétrico que traz mecânicas interessantes e divertidas, mas envelopadas em um pacote com bugs e sem muito conteúdo.
Desenvolvimento: Sumo Digital
Distribuição: Gun Interactive
Jogadores: 1-7 (online)
Gênero: Terror
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox Series X/S, Xbox One, PS4, PS5
Duração: Sem registros
Na surdina
Quatro jogadores entram na pele das vítimas, enquanto outros três assumem o papel da família. As vítimas precisam abrir as portas e fugir da casa, enquanto os assassinos têm que evitar que isso aconteça. Não importa o time, a estratégia e o trabalho em equipe são essenciais para suceder na caçada ou na sobrevivência, juntamente com o conhecimento da estrutura dos mapas presentes no jogo.
Todas as ações estão diretamente associadas ao barulho que fazem, o que adiciona elementos de stealth a toda a experiência. O ideal é evitar ser visto para não acordar o avô, que informa aos seus parentes onde as vítimas estão, graças aos seus poderes de detecção. Trabalhar furtivamente também é vital para Leatherface e seus aliados, uma vez que eles precisam usar a calma para surpreender as vítimas durante as partidas.
Jogabilidade limitada
Os sobreviventes não são completos inúteis, pois eles podem encontrar ferramentas que os ajudam a se defender dos ataques assassinos. No entanto, a jogabilidade não é das melhores para o lado da família. Embora haja 3 caçadores em cada partida, é Leatherface quem efetivamente faz o massacre da serra elétrica. Os demais jogadores são coadjuvantes nas caçadas, devido à sua mobilidade limitada – só Leatherface pode acessar todos os locais e barreiras do mapa.
Os tutoriais deixam a desejar. O jogo explica o funcionamento de suas mecânicas somente por meio de vídeos longos e maçantes, sem nenhuma interação por parte do jogador. Os responsáveis não prepararam uma localização para o português brasileiro, então é preciso entender o inglês ou algum dos outros idiomas suportados para compreender os textos de The Texas Chain Saw Massacre.
Progresso tranquilo
Com cinco personagens disponíveis para escolha em cada equipe, o sistema de progressão distribui recompensas de acordo com os eventos das partidas. Os pontos de experiência são obtidos independentemente da partida ter sido vencida ou não, ocasionando em um progresso tranquilo e sem a necessidade de grinding.
Gradualmente, o título vai desbloqueando builds que dão vantagens em relação aos oponentes e que facilitam o trabalho em equipe, oferecendo imunidade para certas ações da família ou dificultando os objetivos das vítimas. The Texas Chain Saw Massacre apresenta itens cosméticos, com uma liberação condicionada ao uso de cada personagem. Para isso, ainda não existem microtransações, mas os produtores já vendem novas animações de mortes como DLC, através da loja da Steam.
Visuais ótimos
The Texas Chain Saw Massacre exibe uma direção de arte inspirada pelo filme de 1974 no qual o jogo é baseado. A ambientação é detalhada, embora algumas animações sejam feias, nunca passando a brutalidade necessária para as mortes sanguinolentas que ocorrem nas partidas. O design sonoro é amedrontador, e transmite com tranquilidade a tensão das situações retratadas.
Os desenvolvedores optaram por manter uma imagem exageradamente escura ao longo de toda a jogatina. Esse fator, que visa dar um toque de terror ao jogo, acaba gerando frustração devido à baixa visibilidade do cenário, mesmo com as opções de brilho ajustadas ao máximo. Todo o elenco conta com linhas de diálogo com reações para os acontecimentos das partidas, em um roteiro engraçado que, infelizmente, não combina com a proposta, dado que a furtividade exigida não casa com a dublagem dos personagens.
Probleminhas atrapalham a jogatina
Além de não oferecer suporte para telas ultrawide, a versão final de The Texas Chain Saw Massacre sofre com bugs que afetam momentos-chave da jogatina. A taxa de frames cai bruscamente sempre que os sobreviventes e a família estão próximos, algo que ocorre em todas as partidas. A travadeira é bizarra, e a falha só pode ser resolvida reduzindo as configurações gráficas, o que, por consequência, prejudica a qualidade da imagem.
Porém, o grande problema reside na espera entre partidas, dado que o tempo do matchmaking combinado com o prazo de preparação dos times resulta em uma demora absurda para simplesmente começar a jogar. A base de jogadores é grande, e The Texas Chain Saw Massacre suporta o crossplay entre os gamers de PC e o pessoal dos consoles de nova geração. Contudo, o título tem poucos mapas e um único tipo de missão, além de servidores instáveis. Os erros de conexão e a falta de conteúdo diverso o suficiente fazem com que o game fique maçante rapidamente.
Mais um terror assimétrico
O jogo é até bem feito, tem uma boa base e honra a franquia na qual é baseado. Só que o problema de Texas Chain Saw Massacre é o mesmo que afeta todo o gênero do terror assimétrico: um lado precisa ter uma jogabilidade medíocre para que o outro funcione. Aqui, essa situação se agrava, visto que temos três assassinos, mas dois que sofrem com limitações mais severas ainda nas partidas. Isso faz com que o game seja legal no papel de vítima, mas apenas monótono quando assumimos o controle da família.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno